Bomba explode no cinema em Maceió. Do golpe de 64, parte 3
   19 de março de 2014   │     8:25  │  0

Brasília – Com a situação sob controle em Maceió, os “revolucionários” de 1964 concordaram que já podiam desmobilizar o aparato da repressão criado em Alagoas.

Alagoas ganhou importância no movimento militar que depôs o presidente João Goular devido a proximidade com Pernambuco, onde se dizia estava “o foco da subversão” no Nordeste.

Não por acaso, foi em Pernambuco que surgiu as Ligas Camponesas e era em Pernambuco que atuavam Francisco Julião, Miguel Arraes, entre outros.

Mas o pessoal mobilizado para a repressão não gostou; além do status, eles ganhavam uma gratificação para “combaterem os comunistas” e ainda que os comunistas alagoanos se contassem nos dedos e todos já estavam presos, era preciso manter a aparência.

Foi aí que um antigo guarda civil chamado Adelmo teve a ideia de colocar uma bomba no Cinema São Luiz. Ninguém iria se ferir, mas a detonação da bomba levaria os “revolucionários” a mudarem de ideia e manterem o pessoal mobilizado para o combate aos comunistas.

A bomba estourou e ninguém se feriu conforme o combinado, mas o plano não deu certo porque o “comando da revolução” decidiu considerar o episódio sem importância política – afinal, tratava-se de um “terrorista” chinfrim para usar artefato tão peba.

E mais ainda: os comunistas alagoanos todo mundo conhecia e já estavam todos presos.