Recife e Manaus receberão as primeiras centrais de armazenamento de dados cibernéticos do Brasil
   27 de janeiro de 2014   │     2:14  │  0

por Aprigio Vilanova*

Em entrevista concedida ao jornal O Estado de São Paulo, o ministro da Ciência e Tecnologia, Marco Antônio Raupp, revelou alguns projetos adotados pelo ministério como resposta a espionagem americana.

Entre os projetos estão a criação de dois data centers (central de armazenamento de dados) no país, um em Manaus e o outro em Recife. Revelou também a assinatura de um convênio com a empresa francesa Bull para estabelecer uma grande central de processamento de dados, o projeto final ficará em torno de 70 milhões de euros.

Outra ação é ampliação da rede de cabos submarinos para transmissão de dados, atualmente o país só possui um cabo que liga Fortaleza aos Estados Unidos, então toda informação cibernética passa obrigatoriamente pelos Estados Unidos. Está em discussão a colocação de mais dois cabos, um ligando a Europa e outro conectando os países que compõem os Bric´s (Brasil, Rússia, India, China e África do Sul).

Caso Snowden

As revelações feitas por Edward Snowden, em junho de 2013, ainda repercutem. O ex agente da Agência Central de Inteligência (CIA) e da Agência de Segurança dos Estados Unidos (SNA) vazou documentos que comprovaram a espionagem, por parte do governo americano, a líderes políticos de vários países, inclusive a presidente Dilma, e a empresas dos mais variados segmentos, no Brasil a vítima da espionagem industrial foi a Petrobras.

O interesse americano nas espionagens vai além das questões militares, o petróleo e a produção de energia estão entre os assuntos que alimentam a arapongagem. Informação é poder e os americanos levam esta máxima às últimas conseqüências, para isso desrespeitam tratados internacionais, invadem a privacidade de pessoas e de empresas.

A espionagem praticada pelos Estados Unidos acendeu o debate da segurança na internet. A prática adotada pelos Estados Unidos conta, segundo os documentos de Snowdem, com a colaboração da Google, Yahoo, Facebook, Skipe, todas empresas americanas. A presidente Dilma na Assembléia-Geral das Nações Unidas, no ano passado, afirmou em discurso que as ações de espionagem ferem o direito internacional, além de ser um afronto aos princípios que regem as relações entre os países.

*é estudante de Jornalismo da Universidade Federal de Ouro Preto – MG