Por que o policial vira bandido?
   17 de outubro de 2013   │     18:49  │  4

Quem leu o livro “Cidade Partida”, do jornalista Zuenir Ventura, não se espanta mais com as notícias sobre o envolvimento de policiais com o crime.

É o meu caso. Não é que se possa achar tudo normal, e sim porque essa relação pecaminosa vem de muito tempo.

No livro “Cidade Partida” o Zuenir conta os primórdios da relação da bandidagem carioca com a polícia, e isto já era prática antes do golpe militar de 1º de abril de 1964.

Aliás, é interessante isso. O general Amaury Kruel, que garantiu o golpe, foi promovido a comandante do II Exército, em São Paulo, depois de ter sido obrigado a pedir exoneração do cargo de secretário de Segurança Pública do Rio de Janeiro.

Motivo: o filho dele tinha sido flagrado numa relação pecaminosa com os bicheiros.

Os mais velhos se lembram dos “Homens de Ouro” da polícia carioca, que se apresentavam no programa de televisão do Flávio Cavalcanti ensinando a população a se livrar dos assaltos – e, no entanto, esses “homens de ouro” estavam envolvidos com os crimes.

É célebre a frase do bandido Lucio Flávio, quando rejeitou compactuar com policiais bandidos:

Polícia é polícia e bandido é bandido – responde Lúcio Flávio, e assim assinou a sentença de morte dele.

Essa relação de policiais com o crime não é exclusiva do Brasil. Nos Estados Unidos, a lei só pode pegar o Al Capone pelo Imposto de Renda que sonegava e, ainda assim, graças ao trabalho do Ministério Público porque o Al Capone “comandava” toda a polícia de Chicago.

O noticiário sobre o envolvimento de policiais com bandidos em São Paulo nos remete à época do Al Capone e nos mostra que, para combater efetivamente a criminalidade no país, é imperioso antes uma faxina geral na estrutura policial.

O Ministério Público paulista descobriu que pelo menos 30 policiais civis e militares davam cobertura a traficantes e estão envolvidos com o crime. Somando-se aos 12 que tinham sido denunciados antes, e entre eles dois delegados, são quase 50 policiais que se desvirtuaram.

E o que leva o policial a virar bandido?

Que ninguém venha dizer que é o baixo salário, pois não é; que ninguém venha dizer que é a falta de condições de trabalho, pois também não é. Se fosse por isso a corrupção policial não existiria entre os que recebem os melhores salários e têm as melhores condições de trabalho.

Diga-se, então, que é a tentação quando se vive num mundo onde a expectativa permanente é o crime. E, especialmente, quando se cria uma certeza de impunidade que afeta a todos indistintamente.

De tanto vê triunfar a impunidade o policial se sente desestimulado a combater o crime. É mais ou menos isso.

E não pensem que essa situação refere-se apenas à “Cidade Partida”, do Zuenir Ventura, nem à investigação do Ministério Público em São Paulo.

Podemos dizer, para plagiar o livro do Zuenir, que é o “País Partido”.

Porque, para combater o crime, é preciso antes combater a polícia que se desgarrou, ó, faz tempo.

COMENTÁRIOS
4

A área de comentários visa promover um debate sobre o assunto tratado na matéria. Comentários com tons ofensivos, preconceituosos e que que firam a ética e a moral não serão liberados.

Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião do blogueiro.

  1. Renato Rocha

    O chefe da polícia pelo telefone mandou me avisar, que na carioca tem uma roleta para se jogar, ai, ai, ai (isso já faz tempo rapaz)

    Martinho da Vila já sabia ó,

    1. Joilson Gouveia Bel&Cel RR

      Lamento discordar do caro leitor, mas não é de Martinho da Vila, sabias?
      Ele até gravou, mas não o compôs! 😉
      Abr
      JG

  2. Joilson Gouveia Bel&Cel RR

    NEM TUDO QUE PARECE É; NÃO TENTE GENERALIZAR, NÃO SEJA ASNO!
    O grandiloquente Bob, que não é bobo e nem se faz de bobo, nem rasga dinheiro e nem DÁ BOBEIRAS ou outras coisas mais – como soe às sucursais globais e aos seus arautos oficiais, sempre, cumprindo e seguindo à risca aos “dogmas” ou ao decálogo de sua cartilha socialista, comunista, marxista, leninista, dilmista, lulista, fidelista castrista – depois de tentar aviltar aos militares federais, médicos, motoristas de transportes públicos, estudantes, professores e etc. Eis que, agora, TENTA enxovalhar, espezinhar, humilhar e denegrir aos POLICIAIS ou às instituições policiais, com os exemplos de Zuenir Ventura, em sua Cidade Partida.
    Mutatis mutantis!
    Suponhamos que, ainda que sejam ou tenham sido verdades, os fatos nele narrados (NEM TUDO QUE ESTÁ NOS LIVROS É VERDADE; ou não?) o fato de uns 30 ou mesmo 300 deles se tornarem bandidos numa Instituição com mais de 20 ou 30 MIL integrantes. Ou mais de CEM MIL, como em São Paulo. Ainda assim, não macula, nem enodoa, nem iguala e nem TORNA aos demais de então e aos atuais, naquilo que insinua, alardeia, apregoa e propala o inescrupuloso texto retratado pelo blogueiro, mormente porque assesta e tenta GENERALIZAR e reduzir todos os demais policiais aos BANDIDOS citados.
    Resta claro, pois, que o imparcial sabido blogueiro, que sequer leu ao outro JORNALISTA (assim com letras maiúsculas e contemporâneo de Zuenir) o inolvidável Nelson Rodrigues, que tão bem explicou sobre algumas generalidades ou generalizações de uns sábios eloquentes imparciais.
    Assim e do mesmo jeito como nem todo Bob é Roberto e nem todo Roberto é Bob ou bobo, nem todo policial vira bandido e nem o é, senhor jornalista feito por osmose ou metamorfose ambulante, como consta de sua breve apresentação.
    O molusco vociferou que havia uns trezentos picaretas num universo de pouco mais de quinhentos; se o Zuenir ou o ilustre traz uns trinta ou trezentos bandidos virados ou transviados de policiais em bandidos num universo maior que vinte mil ou trinta mil, ainda assim, estaria dentro dos níveis de tolerâncias firmados pela OIT dos que se desgarram do rebanho e saem de linha, da ética, da honra, da moral e do dever.
    Ademais, por mais semelhantes que pareçam ser os policiais há sutis diferenças ainda que usem um único uniforme que os fazem parecer iguais, mas nem tudo que parece é! Há outros que nem usam uniformes para serem parecidos!
    Nem todo Chico é Francisco, e a recíproca é verdadeira! Não generalize e, portanto, nem seja uma asno – ainda que o lembres, ou possa parecer!
    Senhor Bob, seguirás com a cartilha – quem irá para a berlinda ou quem será o “Bob” da vez?
    Abr
    JG
    P.S: reitero – tentaram e perderam; e perderão de novo, se tentarem! Somos brasileiros, lembrem-se: não temos vocação para ser cubanos, bolivarianos ou venezuelanos ou argentinos! Não tentem!

  3. Joilson Gouveia Bel&Cel RR

    NEM TUDO QUE PARECE É; NÃO TENTE GENERALIZAR, NÃO SEJA ASNO!
    O grandiloquente Bob, que não é bobo e nem se faz de bobo, nem rasga dinheiro e nem DÁ BOBEIRAS ou outras coisas mais – como soe às sucursais globais e aos seus arautos oficiais, sempre, cumprindo e seguindo à risca aos “dogmas” ou ao decálogo de sua cartilha socialista, comunista, marxista, leninista, dilmista, lulista, fidelista castrista – depois de tentar aviltar aos militares federais, médicos, motoristas de transportes públicos, estudantes, professores e etc. Eis que, agora, TENTA enxovalhar, espezinhar, humilhar e denegrir aos POLICIAIS ou às instituições policiais, com os exemplos de Zuenir Ventura, em sua Cidade Partida.
    Mutatis mutantis!
    Suponhamos que, ainda que sejam ou tenham sido verdades, os fatos nele narrados (NEM TUDO QUE ESTÁ NOS LIVROS É VERDADE; ou não?) o fato de uns 30 ou mesmo 300 deles se tornarem bandidos numa Instituição com mais de 20 ou 30 MIL integrantes. Ou mais de CEM MIL, como em São Paulo. Ainda assim, não macula, nem enodoa, nem iguala e nem TORNA aos demais de então e aos atuais, naquilo que insinua, alardeia, apregoa e propala o inescrupuloso texto retratado pelo blogueiro, mormente porque assesta e tenta GENERALIZAR e reduzir todos os demais policiais aos BANDIDOS citados.
    Resta claro, pois, que o imparcial sabido blogueiro, que sequer leu ao outro JORNALISTA (assim com letras maiúsculas e contemporâneo de Zuenir) o inolvidável Nelson Rodrigues, que tão bem explicou sobre algumas generalidades ou generalizações de uns sábios eloquentes imparciais.
    Assim e do mesmo jeito como nem todo Bob é Roberto e nem todo Roberto é Bob ou bobo, nem todo policial vira bandido e nem o é, senhor jornalista feito por osmose ou metamorfose ambulante, como consta de sua breve apresentação.
    O molusco vociferou que havia uns trezentos picaretas num universo de pouco mais de quinhentos; se o Zuenir ou o ilustre traz uns trinta ou trezentos bandidos virados ou transviados de policiais em bandidos num universo maior que vinte mil ou trinta mil, ainda assim, estaria dentro dos níveis de tolerâncias firmados pela OIT dos que se desgarram do rebanho e saem de linha, da ética, da honra, da moral e do dever.
    Ademais, por mais semelhantes que pareçam ser os policiais há sutis diferenças ainda que usem um único uniforme que os fazem parecer iguais, mas nem tudo que parece é! Há outros que nem usam uniformes para serem parecidos!
    Nem todo Chico é Francisco, e a recíproca é verdadeira! Não generalize e, portanto, nem seja uma asno – ainda que o lembres ou possa parecer!
    Senhor Bob, seguirás com a cartilha – quem irá para a berlinda ou quem será o “Bob” da vez?
    Abr
    JG
    P.S: reitero – tentaram e perderam; e perderão de novo, se tentarem! Somos brasileiros, lembrem-se: não temos vocação para ser cubanos, bolivarianos ou venezuelanos ou argentinos! Não tentem!

Comments are closed.