Ainda que louvável, a proposta para criação de uma CPI para investigar os maus feitos na Assembleia Legislativa é o mesmo que um tiro no pé.
Parece-me que apenas no Brasil e em Portugal vigora essa situação, pela qual o Legislativo pode se reunir para investigar, julgar e punir a si próprio.
De ordinário, a investigação e a punição não vão além do limite pré-estabelecido para tolerância; ou seja, já se sabe quais a cabeças devem ser postos na bandeja.
E quais a que devem ser poupadas.
Ainda que bem intencionado, o deputado Judson Cabral sabe que a proposta dele vai esbarrar inexoravelmente nesse limite.
E a sociedade deve saber e se não souber deve ficar sabendo que de nada vai adiantar a investigação, seja pela CPI, pelo Ministério Público ou a Polícia Federal, se o Tribunal de Justiça também não se engajar.
O que é da “Operação Taturana”? Tanto trabalho e tanto espalhafato da imprensa, para quê?
E olhe que, entre os denunciados na “Operação Taturana” tem gente que já perdeu o direito ao foro privilegiado e faz tempo!
Mas nem assim se fez nada até agora, o que se sabe é que existe a promessa da justiça para julgar pelo menos quatro casos até dezembro.
Tomara, mas tem gente que só acredita vendo.
O deputado João Henrique Caldas cumpriu com dever dele ao denunciar as irregularidades; o deputado Judson Cabral cumpriu com o dever dele ao propor a CPI; o procurador de Justiça, Sérgio Jucá, cumpriu com o dever dele ao mandar investigar e a polícia vai cumprir com o dever dela, mas tudo isso é nada se o processo empacar na justiça como empacou o processo da “Operação Taturana”.
Apesar da gravidade da situação; apesar das reincidências de desvios de dinheiro; apesar de tudo, a sociedade pode estar diante de mais uma pirotecnia.
Muitos estouros, muito barulho, para nada. É apenas mais um escândalo.
VAMOS RELEMBRAR AS OPERAÇÕES TATURAS,GABIRUS,GAUTAMA,CARRANCA E ESSA ÚLTIMA DA ASSEMBLEIA,POR FAVOR QUEM DESEJA DEVE DESDE JÁ SER CANDIDATO A DAR O NOME.