Na 702 Norte aqui em Brasília tem a “Cópia Café” com Internet. O dono da loja me apresentou certa vez um cidadão que, após se ir, ele acrescentou:
– “É coronel reformado do Exército. Foi ele quem prendeu a Dilma (Rousseff). Ele me disse que a Dilma era muito atrevida.”
Seja lá como for que entendamos o atrevimento, o certo é que a presidente Dilma não é fraca não e tem muitas maneiras de se expressar quando está aborrecida. Uma delas é tratar o interlocutor por “meu filhinho”.
Se por “meu filho” acende a luz amarela, por “meu filhinho” é sinal vermelho e recomenda-se encerrar a conversar e fazer o que ela está pedindo.
A visita dela a Alagoas se deu na data que ela achou que deveria vir. E sabia que iria ser cobrada pelos 49 quilômetros da BR 316 não estarem pavimentados. Esse trecho fica em Alagoas, entre Canapi até a divisa com Inajá-PE, passando por Mata Grande.
Que ela prometeu pavimentar.
Esse é o momento certo para o Nordeste e, especialmente para Alagoas, reivindicar. Candidata à reeleição em 2014, Dilma sabe que precisará do Nordeste mais do que o ex-presidente Lula precisou.
Lula não tinha na cola o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, que está no segundo mandato e sonha com Brasília, mas não é com a Câmara Federal ou o Senado.
Dizem que Campos insinua a candidatura a presidente da República, mas para ser o vice. Mas vice de quem? Eis a questão.
Para ser o vice-presidente de Dilma o governador pernambucano terá de primeiro derrotar o PMDB do vice-presidente Michel Temer.
Resta-lhe livre só o PSDB. Ou a carreira solo.
Mas, enquanto espera a direção da biruta na eleição de 2014, Campos mantém o ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra, como “fiel olheiro”. A presidente Dilma sabe disso e finge não saber porque já escalou o ex-ministro Ciro Gomes para marcar Campos.
Se não conseguir será mesmo “atrevimento político” manter o “inimigo” dentro de casa. E isto fará lembrar o coronel lá na “Cópia Café” da 702 Norte, que já a considerava atrevida desde criancinha.