O padre de festa junina, que ajudou a derrubar Bolsonaro
   30 de setembro de 2022   │     2:30  │  11

A figura caricatural do padre que não é padre, foi muito bem definida pela candidata Soraia Thronicke, quando o comparou a padre de quadrilha de festa junina.

O Kelmon, que se apresenta como padre de uma Igreja Ortodoxa que não se sabe onde fica – a verdadeira Igreja Católica Ortodoxa no Brasil nega que pertença à congregação -, não conseguiu disfarçar ser aliado do Bolsonaro e escalado para o bate-bola combinado, e se deram mal – os dois, Bolsonaro e o padre que não é padre.

De quem foi a ideia de colocar o Kelmon na linha auxiliar do Bolsonaro? Seja quem foi que trabalhou nessa direção, deu o tiro no próprio pé do presidente, como ficou escancarado diante da figura caricata do vigário que ninguém conhecia até então.

No último debate entre os candidatos a presidente, promovido pela Rede Globo e que se estendeu pela madrugada desta sexta-feira, 30, a conclusão que se tirou é de que a disputa presidencial sepultou a candidatura do Ciro Gomes, projetou o nome da candidata Simone Tebet, mostrou verdadeiro tamanho do Bolsonaro – que diminuiu em relação a 2018 -, e projetou um Lula, que alguns decidiram que votarão nele porque é o único que pode derrotar o mal maior – e com chance de ser já no primeiro turno.

Depois dessa do vigário tentando alavancar a candidatura do Bolsonaro, acreditando que o eleitor é otário e pode ser manipulado – sim, eu sei, tem quem acredite no que ele diz -, se não fosse os riscos de tragédia causada pela violência por parte de  bolsonaristas tresloucados chupando até cano de espingarda, dir-se-ia que a eleição para presidente, este ano, seria apenas cômica.

 

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Temer pede anistia para Bolsonaro, que volta a surtar contra Moraes
   28 de setembro de 2022   │     17:20  │  21

O ex-presidente Michel Temer está defendendo a anistia para os crimes cometidos por Bolsonaro, em troca do presidente se acalmar e acalmar seus seguidores, especialmente em relação ao resultado soberano das urnas.

A ideia de Temer ainda não encontrou eco, até porque é necessário esperar o resultado oficial das eleições, mas há quem não concorde porque – esses que não concordam -, não acreditam que o Bolsonaro vai se aquietar.

Nesta terça-feira, 27, por exemplo, o presidente fez uma “live” onde se mostrou completamente perturbado, e preocupado, com a investigação sobre as contas bancárias secretas operadas pelo tenente-coronel Mauro César Barbosa Cid, e que chegam até a primeira-dama Michele.

Há três aspectos a serem considerados, e dois deles dizem respeito diretamente ao governo, que são: na condição de ajudante de ordem, não é atribuição do tenente-coronel Cid cuidar pessoalmente de movimentação bancária da família do presidente; o segundo aspecto diz respeito aos valores de saques e depósitos fracionados na conta da família do presidente.

Qual a origem do dinheiro?

Sobre o terceiro aspecto desse mais novo imbróglio envolvendo Bolsonaro e a sua família, é que a operação policial foi autorizada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, mas a pedido da Polícia Federal, que descobriu essas movimentações bancárias atípicas.

Bolsonaro, no entanto, optou por atacar o ministro dizendo que Moraes comanda “esse pessoal da Polícia Federal”, o que obviamente não é verdade. O ministro Alexandre de Moraes agiu corretamente e teria sim, cometido ilegalidade, se não tivesse autorizado a quebra do sigilo bancário do tenente-coronel.

Na “live” em que ataca o ministro do Supremo, que tem agido corretamente e dentro da lei, Bolsonaro chega a perguntar se Moraes quer prendê-lo, e depois tenta passar a imagem de que está defendendo a esposa ao pedir para “não mexerem com ela”.

Na verdade, depois de colocar sob sigilo de 100 anos todas as visitas que a primeira-dama recebeu e as reuniões que promoveu, Bolsonaro foi surpreendido com essa investigação, que pode ter desdobramentos e consequências imprevisíveis.

O montante dos saques bancários está sendo mantido em sigilo, bem como a origem do dinheiro. Mas, muita coisa pode ser revelada – ou não -, com a quebra do sigilo bancário do tenente-coronel Cid, e tanto é assim, que o presidente teve essa reação, no mínimo, estranha para quem se esmera andar sempre “dentro da lei e atuar sempre dentro das quatro linhas da Constituição”.

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Apoio do “pai do Real” e do ex-ministro Joaquim Barbosa, ao Lula
   27 de setembro de 2022   │     21:21  │  12

Igual lembrou o genial Caetano Veloso, repetindo o genial, íntegro e saudoso Leonel Brizola, “artista não dá voto, mas tira”.

Agora, o que dizer do apoio do economista André Lara Rezende, o “pai do plano Real”, e do ex-ministro do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa, o relator do processo do Mensalão, à candidatura do Lula?

A resposta está nas redes sociais das chamadas “tias do zap“, que apoiam Bolsonaro e replicam pesquisas mentirosas dizendo que o presidente se reelege no primeiro turno.

É mais fácil o sargento Garcia prender o Zorro.

O que deve acontecer, e isso está muito perto, é o Lula se eleger já no primeiro turno. Até o Instituto Paraná Pesquisa, que recebeu 1 milhão e 700 mil reais do governo para fazer a pesquisa oficial, por mais que tenha se esforçado em reduzir a diferença de votos, não consegue empurrar Bolsonaro para cima.

Tá feia a coisa para o Bolsonaro, mas não foi por falta de avisos, e esses avisos vieram de pessoas insuspeitas, como o general Santos Cruz, que abandonou o governo quando percebeu o rumo errado que estava tomando.

A situação chegou ao ponto de muita gente, que não iria votar no Lula, vê-se agora obrigada a votar porque a disputa colocou de lado a civilização contra a barbárie; a democracia contra o autoritarismo; o respeito contra o deboche e a vida contra o ode à morte.

Ninguém pode dizer que André Lara Rezende ou Joaquim Barbosa são comunistas ou petistas, assim como outras personalidades sabidamente democráticas já se manifestaram.

Não se trata de impulsionar a campanha pelo voto útil no primeiro turno, apenas porque se torce por esse ou aquele candidato, mas porque é necessário calar à priori o “apito do cachorro”, antes que ele insufle seus sequazes à desordem, à insubordinação e até à morte dos contrários, claro.

É urgente devolver o Brasil à civilidade, ao respeito às instituições e à tolerância.

 

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Campanha do voto útil leva Lula a 52% dos votos válidos
   26 de setembro de 2022   │     21:42  │  16

Embora os institutos de pesquisas não confirmem a decisão da eleição para presidente da República já no primeiro turno, a pesquisa do Ipec, contratada pela Rede Globo e divulgada nesta segunda-feira, 26, mostra que o Lula pode vencer sim a disputa já no domingo, dia 2.

De acordo com o Ipec, a soma dos votos válidos que é utilizada pelo Tribunal Superior Eleitoral para definir os candidatos eleitos mostra Lula com 52%, e para o candidato se eleger no primeiro turno ele precisa obter 50% dos votos válidos, mais 1 voto.

Na pesquisa divulgada nesta segunda-feira, Lula cresceu 1 ponto percentual e está com 48% das intenções de votos; Bolsonaro manteve o mesmo percentual de 31%, Ciro Gomes perdeu 1 ponto percentual e está agora com 6% e Simone Tebet, manteve os 5% dos votos.

Nas redes sociais, o grupo conhecido como “as tias do zap”, formado por eleitores de Bolsonaro, atacam os números das pesquisas e replicam números da pesquisa falsa dando o presidente reeleito no primeiro turno.

Esse movimento das “tias do zap” é apontado como a estratégia dos bolsonaristas para manter a mobilização e evitar o desânimo, e também para o caso de haver a convocação à desordem contra o resultado legítimo das urnas, se este for desfavorável.

O risco de se repetir no Brasil o que aconteceu nos Estados Unidos, com a invasão e mortes no Capitólio, está levando o movimento em favor do voto útil a ganhar dimensão, o que tem irritado o candidato Ciro Gomes – ele chama de fascistas quem prega o voto útil no primeiro turno.

Isso porque o Ciro tem perdido apoios importantes da ala brizolista dentro do PDT, e está vendo a sua campanha definhar nessa reta final da eleição.

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Ministro se licencia e PP pede para não ligá-lo a Bolsonaro
     │     15:52  │  0

O ministro do Gabinete Civil, Ciro Nogueira, pediu licença de uma semana na reta final da campanha eleitoral, e o seu partido, o PP, entrou com ação na justiça pedindo para os adversários não citarem que pertence à base do governo Bolsonaro.

Os estranhos pedidos – o ministro do Gabinete Civil é o principal articulador político do governo -, assemelha-se a “jogar a toalha” em meio à luta. O pedido do PP para não ser citado como da base de Bolsonaro foi feito à justiça no Piauí, reduto de Ciro Nogueira.

O ministro nega “ter jogado a toalha” e diz que vai trabalhar para reverter os números desfavoráveis a Bolsonaro no seu estado, mas a verdade é que a campanha do presidente à reeleição tem rejeição alta no Piauí – e, por extensão, em todo o Nordeste -, e não há chance de se reverter os números.

Ciro Nogueira, na verdade, está preocupado com a sua reeleição em 2026, e tenta evitar que o ex-governador Welington Dias (PT), que deve se eleger senador, eleja também o governador e se consolide como a maior liderança do estado.

O ministro, agora licenciado, não comentou sobre o pedido do seu partido para não ser citado como pertencente à base do governo Bolsonaro. O pedido foi feito ao Tribunal Superior Eleitoral, mas é impossível dissociar o PP do governo, e a campanha segue no estado mostrando essa ligação.

 

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