Para convencer o economista Adriano Pires a aceitar o convite e assumir o comando da Petrobras, o presidente Jair Bolsonaro prometeu vender a estatal logo em 2023, se for reeleito.

Adriano, que é ligado ao mercado internacional especulativo, defende o preço do barril de petróleo a 200 dólares e, para compensar, subsidiar os preços do gás de cozinha e do diesel.

Ele deverá assumir a presidência da empresa no mês que vem – a assembleia-geral dos acionistas está marcada para o dia 13 -, mas, com exceção dos subsídios prometidos, não haverá solução de continuidade da gestão do general Silva e Luna.

Silva e Luna é mais um general descartado por Bolsonaro e deixa a empresa como sendo o único responsável pela escalada de preços, que levou o país a vender o combustível mais caro do mundo, comparando-se o valor do salário-mínimo.

Para quem compara o valor da gasolina nos Estados Unidos com o Brasil, cabe lembrar que a medida do combustível vendido nos postos americanos é o galão, que corresponde a 3,8 litros.

Cabe lembrar também que as maiores produtoras de petróleo no mundo são estatais.

Mas, o golpe que derrubou a presidente Dilma Rousseff foi dado exatamente para que se abrisse o caminho à privatização da Petrobras. O primeiro passo foi dado com a Operação Lava Jato, que, não por acaso, contou com o apoio dos Estados Unidos, e depois com Michel Temer, que pagou a fatura do golpe mudando a política de preços.

Bolsonaro poderia mudar essa política e, sendo ele um ex-militar que se diz patriota e nacionalista, direcionar as ações da Petrobras, ainda que sem perder o foco da remuneração aos acionistas, para os interesses maiores da nação como prioridade inegociável.

Todavia, convenhamos que não foi para isso que eles inventaram a Operação Lava Jato e deram o golpe para derrubar a presidente Dilma.

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