“O presidente me perguntou se você tinha sido prostituta na Espanha”
   27 de junho de 2021   │     16:51  │  7

O diálogo reproduzido abaixo, entre as deputadas bolsonaristas Joice Hasselmann, de São Paulo, e Carlas Zambelli, de Brasília, reflete bem o nível da atual república brasileira e, por conseguinte, do próprio governo.

Leia o diálogo, com a deputada Joice disparando contra a atual presidente da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara:

Quem me perguntou se você tinha sido prostituta na Espanha foi o presidente. Pergunte a ele se não foi.

A deputada Carlas Zambelli, atualmente casada com o coronel comandante da Força Nacional, responde:

Se eu tivesse sido prostituta não teria vergonha nenhuma. Mas, eu não fui.

Pergunta-se: alguém já viu nível tão baixo na base de um governo? Alguém poderá se surpreender quando o pior ficar ainda pior, e o Brasil virar o tumor do mundo?

Mas, nada é tão ruim que não possa piorar – e está piorando a cada dia -, e daí nada mais surpreende. Não é surpresa, por exemplo, que o governo esteja perseguindo o servidor público Luís Ricardo Miranda, por ele ter denunciado o esquema bilionário para importação da vacina Covaxin, cujo dinheiro para o pagamento o presidente Jair Bolsonaro mandou empenhar antes do negócio ser fechado.

Trata-se de 1 bilhão e 600 milhões de reais, incluindo-se o valor das suspeitas de superfaturamento, e cujo negócio foi fechado às pressas e sob pressão até na noite de um domingo.

Tudo porque o líder do governo Bolsonaro na Câmara, Ricardo Barros, tinha interesse no negócio e não dá para acreditar que se apressava para salvar vidas, porque haviam outras vacinas disponíveis. Por que a pressão pela Covaxin, se a ANVISA não havia ainda aprovado a vacina e, quando aprovou, o fez com restrição porque a vacina indiana não pode ser aplicada a maiores de 60 anos?

E ainda pior, mesmo os menores de 60 anos que tomá-la, se sofrer de problemas de pressão alta ou problemas cardíacos, pode vir  a óbito. Sem dúvida que se está diante do que pode ser o maior escândalo da República brasileira no enfrentamento de uma pandemia que já matou mais de 510 mil brasileiros.

Por tudo isso, só se pode concluir que o nível do governo tem sido mesmo esse definido no diálogo de duas bolsonaristas, que se atacam – uma insinuando que a outra foi prostituta na Espanha, e hoje preside a Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, com apoio do governo.

 

Comissão vai denunciar Bolsonaro ao Supremo,por crime de prevaricação

   26 de junho de 2021

│     16:23  │   7

Não foi por falta de aviso. Todos se lembram do general Augusto Heleno, chefe do Gabinete de Segurança Institucional, fazendo a paródia da música cantada pelo Bezerra da Silva:

-Se gritar pega centrão, não fica um meu irmão – cantarolou o general.

Vivia-se ainda sob a bravata do presidente Jair Bolsonaro quanto a “nova política”, o blefe que os incautos acreditaram porque não sabiam que o presidente é um velho político com sete mandatos de deputado federal e meio mandato como vereador no Rio de Janeiro; ou então sabiam, mas acreditam que Papai Noel existe.

Como se rissem das bravatas do presidente, os deputados do centrão aguardaram o governo ser acuado para enquadrá-lo na base do “dar ou desce”. Bolsonaro cedeu e agora está nas mãos do centrão, que cada dia lhe apresenta a fatura alta.

Bolsonaro já liberou para o centrão R$ 19 bilhões e, como não poderia deixar de ser, há suspeitas de superfaturamento na compra de tratores pela Codevasf, que é comandada pelo centrão, obviamente.

Mas, nada é tão ruim que não possa piorar. Daí, surge agora outro expoente do centrão, velho conhecido integrante do grupo liderado pelo ex-presidente Michel Temer, que o nomeou seu ministro da Saúde, e agora o indicou para líder do governo Bolsonaro na Câmara, de onde permaneceu mandando no Ministério da Saúde.

Trata-se do deputado Rodrigo Barros, que é engenheiro civil e entende de saúde tanto quanto um médico entende de construção de estradas, mas, como se diz em Brasília, ele é “o cara” do governo Bolsonaro na área de saúde.

Tanto é o cara nessa área, que levou o presidente Bolsonaro a cometer o crime de prevaricação, e por isso deve ser denunciado ao Supremo Tribunal Federal. Comete crime de prevaricação o gestor público que, tendo sido informado de prática delituosa na administração pública, não tome providencias para apurá-la e punir os responsáveis – o que foi o caso do presidente, que só agiu agora tardiamente, depois do escândalo se tornar público.

O deputado bolsonarista Luiz Miranda denunciou ao presidente o esquema de corrupção montado no Ministério da Saúde e comandando pelo líder do governo, mas Bolsonaro não tomou nenhuma providência, pelo contrário, mandou investigar o denunciante.

O mais grave é que o deputado bolsonarista, hoje execrado e ameaçado pelos bolsonaristas, fez a denúncia em março, ficou aguardando as providências do governo até a semana passada, quando decidiu denunciar tudo à imprensa. Isso, depois de ter pedido explicações ao Palácio do Planalto sobre a demora nas providências.

O negócio intermediado pelo deputado Ricardo Barros envolve a bagatela de 1 bilhão e 600 milhões de reais, dos quais 220 milhões de reais ou 45 milhões de dólares se destinavam ao pagamento de propinas.

Graças única e exclusivamente a denuncia do servidor público concursado Luiz Ricardo Miranda, do ministério da Saúde, o negócio não foi fechado. Mas, o servidor está sendo ameaçado porque o que mudou mesmo com o novo governo foi o modus operandi da quadrilha.

Espera-se agora que a CPI da Pandemia cumpra o seu papel de denunciar a prevaricação ao Supremo, e que o ministro do Supremo sorteado para julgar o caso, denuncie os prevaricadores, pois que eles existem, existem.

E que houve crime, isso houve, e espera-se que o presidente da CPI, senador Omar Azis, o vice-presidente, senador Randolfe Rodrigues, e o relator, senador Renan Calheiros, denunciem todos os envolvidos diretamente ao Supremo.

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CPI da Pandemia vai colher o depoimento “do fim do mundo”

   24 de junho de 2021

│     17:25  │   53

Ameaçado de morte pela milícia digital bolsonarista, o servidor do Ministério da Saúde, Luís Ricardo Miranda, foi retirado de Brasília por segurança. Ele se recusou a dar o parecer favorável à compra da vacina indiana Covaxin, depois de descobrir uma série de irregularidades e suspeitas de corrupção.

Concursado, o servidor não cedeu à pressão e procurou o irmão dele, o deputado federal bolsonarista Luís Miranda, que relatou o esquema de corrupção ao presidente Jair Bolsonaro. Mas, o presidente não tomou nenhuma providência e agora, depois que o esquema veio a público pela imprensa, mandou processar o denunciante.

A compra da vacina produzida pela empresa indiana Bharat Biotech, é a única que teria intermediário para a venda ao Brasil. Quem intermediou o negócio foi a Precisa Medicamentos, empresa suspeita de sequer possuir endereço, mas que agilizou uma comissão no valor de 45 milhões de dólares ou 222 milhões e 600 mil reais, que seriam pagos adiantados.

O governo chegou a empenhar 1 bilhão e 600 mil reais para o negócio e, como o dinheiro já foi empenhado para comprar vacina, não pode utilizá-lo em outros pagamentos.

O depoimento de Luís Ricardo e do irmão dele, o deputado Luís Miranda, foi transferido para a tarde desta sexta-feira, sob o maior esquema de segurança da história do Senado. Os depoentes foram ameaçados de morte e correm risco.

A base de apoio do governo tenta desqualificar os depoentes, principalmente o deputado Luís Miranda, que é bolsonarista e o primeiro deputado federal da história a se eleger fazendo campanha pela Internet, porque em 2018 ele residia em Miami.

Mas, a tentativa de desqualificar o denunciante é a arma dos culpados. Até porque os denunciantes são apoiadores do presidente Jair Bolsonaro e imaginavam que, ao denunciar o esquema, estariam ajudando o presidente.

Eles não sabiam que o Bolsonaro já estava em contato com o governo indiano pedindo para apressar o negócio.  Esse será o depoimento do fim do mundo.

 

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CPI quer saber quem é o “dono” dos hospitais federais no Rio

   23 de junho de 2021

│     14:23  │   16

A bancada de apoio ao governo na CPI da Pandemia tentou em vão impedir o novo depoimento do ex-governador do Rio de Janeiro, Wilson Wiltzel, que prometeu revelar o esquema criminoso que atua na administração dos hospitais federais no Rio de Janeiro.

De tão graves, as revelações do ex-governador à CPI serão em caráter sigiloso. Wiltzel é um ex-amigo do presidente Jair Bolsonaro, e a amizade íntima entre os dois se desfez quando Wiltzel mandou a polícia investigar o assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista dela, Anderson Gomes, “atingisse quem atingisse”.

A investigação determinada pelo ex-governador chegou ao Condomínio Vivendas da Barra, na Barra da Tijuca, onde Bolsonaro possui duas casas, e prendeu o sargento reformado da Polícia Militar carioca, Ronnie Lessa, amigo da família Bolsonaro, flagrado com 120 fuzis estocados em sua casa.

O ex-governador está sofrendo ameaças de morte e disse à CPI que pretende deixar o país, temendo ter o mesmo fim da vereadora e do motorista dela. O depoimento sigiloso de Wiltzel ainda não tem data, mas o vice-presidente da CPI, senador Randolfe Rodrigues, já comunicou que pedirá a prorrogação do prazo de atuação da CPi, que incialmente é de 90 dias, o que irritou novamente a bancada governista – que deseja encerrar logo a atuação da comissão.

O cerco está se fechando.

 

 

 

 

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Depois de mais de 500 mil mortes, parabéns para os negacionistas

   21 de junho de 2021

│     11:09  │   30

A tragédia anunciada se confirma com mais de 500 mil mortos pela pandemia do Covid -19, e marchando acelerado para 1 milhão de mortos até o final do ano, mas o governo finge que nada tem a ver com isso e omite os números catastróficos.

Na reunião da Organização Mundial de Saúde, o ministro de Ciências e Tecnologia, Marcos Pontes, “esqueceu” de lamentar as mortes, omitiu o número da tragédia anunciada, e, contrariando a prática corrente do governo, defendeu a vacinação.

O mundo todo sabe que o presidente Jair Bolsonaro é negacionista e sabotou as medidas de prevenção – e ainda continua sabotando -, de modo que a participação brasileira na reunião da OMS torna-se irrelevante.

O que conta mesmo são os números da tragédia anunciada; o Brasil ocupa o segundo lugar na estatística da média de mortes, abaixo apenas da Índia, que, em contrapartida, tem uma população sete vezes maior que a brasileira.

O pior é que ainda não se vê a luz no final do túnel; e ainda pior, não se sabe sequer se existe o túnel.

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COMENTÁRIOS
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  1. Júlio Cezar

    Para dar um fim em todas esses desgraças é fora Bolsonaro e volta Lula. Que os anjos digam amém.

  2. J. Cícero Costa

    Esse diálogo de baixíssimo nível entre duas deputadas federais bem traduz e evidencia o estado de decadência moral e ética em que se encontra mergulhada a nossa incipiente República, degradada por um governo fascista e suas criaturas, que estão levando o país para um desastre sem precedentes na história.

    Mas aos poucos a verdade está sendo estabelecida, o enredo fascista vai sendo conhecido, a farsa desmontada e a máscara arrancada desse senhor, essa figura sinistra e tinhosa, que para desgraça do povo brasileiro, tronou-se presidente do Brasil.

  3. TUTA TOLETE - O ALGOZ DO LULINHA

    LAUREADO BOB
    FAZENDO UMA INCURSÃO POR RIBEIRÃO PRETO NO INTERIOR PAULISTA, DESCOBRIMOS QUE O SAUDOSO PAI VÉIO (MOSSORÓ) TINHA UMA FILIAL NESSE MUNICÍPIO ONDE ZAMBELLI FEZ ESCOLA COMO MOCINHA DE UTILIDADE PÚBLICA POR MUITOS ANOS ANTES DE PASSAR PELA ESPANHA DE ONDE VOLTOU DECREPTA, ULTRAPASSADA. NÃO TENDO MAIS ATRATIVOS FOI SER “ATIVISTA” DO GOLPE.

  4. Ronaldo Guedes

    Bob, um governo que pessoas como Malafaia, RR Soares, Valdemiro, e Edir Macedo dão as cartas, o que você queria?

    Sem Falar aqui dos ministros incompetentes e pau mandados.

  5. Cinthia Merêncio

    Gente, que baixaria é essa??? O Brasil não merece estar passando pela tragédia bolsonarista. Vamos virar a chave para voltar a ter paz, alegria, crescimento econômico. Sou 100% Lula!!

  6. Eu já sabia

    Milhares de pessoas morrendo e o presidente negando a compra de vacinas. A da Pfizer, por exemplo, custava 4 vezes mais barata que a Covaxin. Mas o safadinho💰💰💰💰 preferiu a indiana.

    ☣️👉🤡👉⚰️

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