Villas Boas confirma que postagem foi para pressionar o STF
   12 de novembro de 2018   │     2:18  │  2

por Aprigio Vilanova*

 

Um assunto ganhou destaque na mídia e nas redes sociais por seu conteúdo revelador. O comandante do Exército, general Villas Boas, concedeu entrevista no Quartel-General do Exército, neste final de semana, à Folha de S. Paulo.

Na entrevista, Villas Boas, afirma que agiu para pressionar os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) no julgamento do Habeas Corpus (HC) do ex-presidente Lula. Segundo o general, ele agiu, no que considerou, como no limite dos preceitos constitucionais. 

Villas Boas deu a entender que fez a postagem em sua rede social estrategicamente para ser lida no Jornal Nacional. O STF se preparava para votar o HC do ex-presidente e a postagem com a mensagem do comandante do Exército aconteceu na véspera do julgamento.

Reprodução da postagem do comandante do Exército, general Villas Boas, em sua rede social

A publicação teve milhares de curtidas, comentários e repostagens. Mas uma aprovação chamou a atenção da imprensa à época, foi a do Tribunal Regional Federal da 4ª região (TRF-4) através do sua conta oficial na rede. O TRF-4 é o tribunal responsável pela condenação de Lula em segunda instância.

O Partido dos Trabalhadores (PT) classificou como ‘grave’ a declaração do general e que só vem a confirmar que a prisão do ex-presidente Lula é fruto de uma ‘operação política’ para retira-lo do processo eleitoral.

As mensagens de Villas Boas já haviam sido interpretadas, à época, como uma ameaça aos ministros do STF e provocou reação entre políticos e juristas que acompanharam com apreensão o movimento do comandante do Exército.

O ex-procurador-Geral da República (PGR), Rodrigo Janot, chegou a publicar, também em sua rede social, mensagem repercutindo a declaração de Villas Boas. Janot afirmou que um outro 1964 seria inaceitável.

Janot fez referência ao movimento golpista, liderado pelas forças armadas, que derrubou o presidente João Goulart (Jango) e instalou uma ditadura militar que durou 21 anos (1964 a 1985).

   

O decreto de 2002, assinado pelo então presidente da república, Fernando Henrique Cardoso (FHC), que regula o comportamento de militares das Forças Armadas proíbe a manifestação pública sobre política de militares da ativa.

O anexo 57 do decreto federal trata da relação de transgressão e entre elas está: Manifestar-se, publicamente, o militar da ativa, sem que esteja autorizado, a respeito de assuntos de natureza político-partidária.”

*Jornalista formado na Universidade Federal de Ouro Preto – MG

COMENTÁRIOS
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  1. PROGRESSISTA PORRETA

    É SIM MUITO GRAVE. MAS TUDO TEM UMA EXPLICAÇÃO: ESSE GENERAL É DE UM EXERCITO QUE TEM COMO COMANDANTE SUPREMO UM PRESIDENTE FRACO E ENVOLVIDO EM CORRUPÇÕES ATÉ O PESCOÇO. E SENDO ASSIM, ELE E OS DEMAIS MILICOS FALAM PELOS COTOVELOS O QUE BEM LHES INTERESSAM. PORQUE TÁ NA CARA QUE ESSA MANIFESTAÇÃO É PURO INTERESSE PARTICULAR DELE. POIS ESTÁVAMOS EM PLENA CAMPANHA E LULA PODERIA, SE SOLTO, INFLUENCIAR MUITO. ESTAMOS VIVENCIANDO PESSOAS QUE DEVERIA RESPEITAR E RESGUARDAR A CONSTITUIÇÃO, INFRIGINDO-A CONSTANTEMENTE. A COMEÇAR PELO JUIZECO DE CURITIBA E AGORA ESSE MILICO. COM CERTEZA VAI GANHAR UM OUTRO CARGO DO BOZO COMO O PAPAGAIO DE CURITIBA GANHOU.

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