por Aprigio Vilanova (texto, fotos e vídeo)*
Há exatos três anos, 5 de novembro de 2015, se deu o maior crime socioambiental da história do Brasil. Um tsunami de lama de rejeito de ferro devastou os distritos de Bento Rodrigues e de Paracatu de Baixo, pertencentes a cidade de Mariana, região central de Minas Gerais.
O rompimento da barragem de Fundão, pertencente a mineradora Samarco, subsidiária das mineradoras Vale e BHP Billinton, deixou um saldo de 19 pessoas mortas e um rastro de destruição que chegou até o Oceano Atlântico.
O rejeito do beneficiamento do ferro não destruiu apenas a vegetação, ele também soterrou as nascentes, colocou em risco a bacia hidrográfica do rio Doce, provocando sérios danos ao ecossistema da região, mas destruiu sobretudo a história de milhares de pessoas.
O rompimento da barragem de Fundão é considerado o maior acidente causado por rompimento de barragem no mundo. Foram ao todo cerca de 62 milhões de metros cúbicos de rejeitos de mineração, o que equivale a, mais ou menos, 25 mil piscinas olímpicas.
Passados estes três anos desde a destruição nenhum responsável foi punido e as famílias atingidas seguem esperando a reconstrução do distrito. No processo criminal são ao todos 21 réus que irão a julgamento pelos crimes de inundação, desabamento, lesão corporal e homicídio com dolo eventual.
O processo segue lento e a justiça Federal ainda ouve testemunhas. Ao todo, foram indiciados 22 pessoas, entre os réus estão o presidente da Samarco Ricardo Vescovi, o diretor-geral de Operações a época, Kleber Terra, 11 integrantes do conselho de administração da empresa. além do engenheiro, Samuel Loures, por emissão de laudo enganoso.
O Ministério Publico federal (MPF) também moveu uma ação civil pública com vistas a reparação ambiental e socioeconômica. O MPF estima que os prejuízos causados pelo rompimento da barreira ultrapassem os R$ 150 bilhões.
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O último réveillon
O morador atingido que preferiu ter seu nome preservado nos relatou como era a vida na comunidade de Bento Rodrigues e como foi o último réveillon comemorado entre os moradores da região.
Pacaratu de Baixo
Este foi o segundo distrito de Mariana devastado pela enxurrada de lama da barragem de Fundão. O distrito teve cerca de 80% das suas construções destruídas, a igreja da comunidade foi uma da únicas edificações que resistiu.
*Jornalista formado na Universidade Federal de Ouro Preto – MG
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