por Aprigio Vilanova*
O 11 de setembro não marca só o ataque as torres gêmeas, do Worl Trade Center, nos Estados Unidos da América (EUA). Marca também o golpe militar que bombardeou o Palácio La Moneda, derrubou o governo chileno democraticamente eleito e forçou o suicídio de Salvador Allende.
Há exatamente 45 anos chegava ao fim o governo socialista de Salvador Allende e iniciava uma das ditaduras militares mais cruéis da América Latina. Pouco foi repercutido, na imprensa brasileira, acerca do golpe militar estimulado, articulado e financiado pelos EUA.
Nos estudos da ciência política e de comunicação de massa é possível enquadrar, esta pouca ou nenhuma repercussão, na teoria do espiral do silêncio, observada pela filósofa alemã Elisabeth Noelle-Neumann.
A teoria é basicamente silenciar acerca das opiniões que são minoritárias em um determinado contexto social. Nesta teoria o mais importante são as opiniões dominantes e estas tendem se refletir nos meios de comunicação.
No caso, mais específico, da mídia e da comunicação de massa pode ser adotada para evitar temas polêmicos ou que vão de encontro a linha editorial da empresa. Em um momento de polarização e de perseguição ao pensamento tido como de esquerda, não é de se estranhar o silêncio ensurdecedor da nossa grande mídia.
Enquanto países latinoamericanos que experimentaram o terror de um governo ditatorial e todas as suas inerentes atrocidades punem os responsáveis pelos crimes cometidos contra humanidade, o Brasil permite um candidato à presidência fazer exaltação a um torturador confesso.
O outro 11 de setembro dos Estados Unidos
11 de setembro de 1973 marca a história do Chile, neste dia, apoiado pelos Estados Unidos (EUA), setores golpistas das forças armadas chilena, lideradas pelo general Augusto Pinochet, concretizaram o golpe militar que levou ao suicídio do presidente, democraticamente eleito, Salvador Allende.
É importante ressaltar que a Agência Central de Inteligência (CIA, em inglês) investiu centena de milhares de dólares em propaganda anti-Allende, associando o candidato socialista a União Soviética. Os recursos foram destinados basicamente para o jornal ‘El Mercurio’.
Por outro lado a União das Repúblicas Socialistas Soviétias (URSS) também investiu outras centenas de milhares de dólares para garantir a vitória de Allende nas eleições de 1970. O mundo vivia o período da Guerra Fria, momento em que EUA e URSS disputavam as zonas de influência no planeta.
Allende concorre as eleições na coalizão de partidos de esquerda Unidade Popular (UP) , composta pelos partidos socialista, comunista, radical, social-democrata, Movimento de Ação Popular Unitário (Mapu) e Ação Popular. As duas principais forças eram a socialista e a comunista.
A eleição, em setembro de 1970, se deu em um ambiente de bastante acirramento entre as forças políticas. Allende foi eleito com 36,6 % dos votos, contra 34,8%, do candidato da direita, Jorge Alessandri, do Partido Nacional. Uma vitória apertada.
A constituição chilena previa dois momentos para consolidar a eleição presidencial: o primeiro através do voto popular e, no segundo momento, a aprovação no Congresso Nacional para concretizar a vitória do candidato das eleições populares.
Desde o anúncio da vitória de Allende, os Estados Unidos se articularam, junto aos setores golpistas, para impedir a posse de Allende. O conselheiro de segurança nacional dos EUA, Henry Kissinger fez pronunciamento afirmando que a vitória de Allende levaria o Chile ao comunismo e que a evolução da política chilena é muito séria aos interesses da segurança nacional dos EUA.
O Comandante-em-Chefe das Forças Armadas do Chile, a época da eleição, o general constitucionalista René Schneider, era o empecilho indesejado das forças golpistas chilenas para dar cabo ao plano de impedir a posse do presidente eleito.
Schneider é brutalmente assassinado por membros do Patria y Libertad, grupo neofacista financiado pela CIA, por não mobilizar as forças armadas para impedir a posse de Allende. Mesmo com o assassinato do general legalista, Allende garante a vitória no Congresso nacional e assume a presidência do Chile, em outubro de 70.
Governo Allende
O primeiro ano do governo Allende foi de profundas transformações na sociedade e na economia chilena. Em julho de 71 foi aprovada a lei de nacionalização com votação unânime, a partir daí foram privatizadas a minas de cobre e as indústrias de ferro, de salitre, na Compainha de Telefos do Chile e no sistema bancário, incluindo aí o americano City Bank.
As medidas estatizantes começam a surtir efeito na economia, com a estatização do sistema financeiro a política de crédito é reorientada para atender os pequenos e médios produtores e para financiar projetos de desenvolvimento industrial e social. Além dos investimentos para reativação do setor da construção civil, com a política de construção de moradias populares.
Allende promove a reforma agrária expropriando 5 milhões de hectares, extinguindo os latifúndios improdutivos e beneficiando cerca de 40 mil famílias de camponeses.
As medidas adotadas, nos campos econômicos e sociais, surtem efeito e já no primeiro ano a produção industrial ultrapassa os 12%, o produto interno bruto (PIB) cresce 8%, o desemprego diminui e aumenta a participação dos assalariados na renda nacional.
Os investimentos em educação e saúde diminuíram os índices de mortalidade infantil e de analfabetismo. O programa de previdência social foi ampliado e passou a atender a feirantes, pequenos comerciantes, artesãos.
O reconhecimento da aprovação das políticas implantadas ficou evidenciado com a esmagadora votação que a UP teve no pleito para eleição municipal. A coalizão do governo conseguiu 50 % dos votos, contra 27% da Democracia Cristã (DC) e 20% do Partido Nacional (PN).
Sabotagem ao governo
A medida que Allende implementava a plataforma de governo eleita, a burguesia chilena atrelada aos interesses americanos começou a colocar em prática o plano de desestabilização do governo e de boicote e destruição da economia nacional.
Os investimentos externos foram interrompidos e houve uma remessa ilegal de capita pra o exterior. Em 72, estoura uma greve dos caminhoneiros, que causou desabastecimento, inclusive de combustíveis, do comércio, dos transportes urbanos e dos hospitais particulares.
Os grandes pecuaristas contrabandearam os rebanhos, jogaram uma dezena de milhões de litros de leite e interromperam a semeadura da terra, causando uma redução drástica na produção de alimentos.
O efeito do boicote foi a elevação do processo inflacionário e a proliferação do mercado clandestino. As fábricas fechadas foram ocupadas pelos trabalhadores e o campesinato tratou de retomar a produção nas fazendas paralisadas. A organização e mobilização das camadas populares foi o que conseguiu garantir uma sobrevida ao governo Allende.
Eleições legislativas e o clima terrorista
Mesmo com todos os problemas economicos advindos do boicote, a UP consegui 44% dos votos nas eleições para o Congresso Nacional chileno, o que frustrou qualquer esperança da direita alinhada aos estados Unidos em colocar em prática um golpe ‘branco’, encabeçado pelo legislativo. A UP vinha aumentando a cada eleição seu número de votos absolutos.
O clima era de agitação no seio da população chilena e a direita vinha articulando vários ataques terroristas. Em 72, foi desarticulado um plano para assassinar Allende, vários militares e civis, ligados ao grupo Patria y Liberdad, foram presos. Em julho de 73, o comandante naval, Arturo Araya, foi assassinado. O clima era de guerra civil.
O golpe
Como falado o golpe ao governo Allende vem sendo articulado antes mesmo do presidente tomar posse, mas a sua concretização só vai acontecer três anos após eleição. Na manhã de 11 de setembro, após um manobra militar em conjunto com a marinha americana, a marinha chilena inicia o movimento revoltoso na cidade de Valparaiso.
Ao passar das horas foi ficando claro que se tratava de um movimento das forças armadas com o objetivo de implementar um golpe de estado. A frente do movimento Augusto Pinochet, chefe das Forças Armadas e homem de confiança de Allende.
Com as informações das manobras das forças armadas, Allende se dirige ao Palácio La Moneda. Allende pretendia resistir ao movimento golpista das forças armadas e assim o fez até o quanto pode. Allende não havia preparado uma estratégia para resistir a um golpe de estado, mesmo não faltando evidências de que, mais cedo ou mais tarde, isto haveria de acontecer.
A resistência veio de grupos de estudantes e trabalhadores armados que foram logo massacrados. Ainda pela manhã algumas rádios chilenas começam a reproduzir as primeiras mensagens da junta militar golpista que pediam a Allende que entregasse o cargo e evacuasse o palácio, sob pena de sofrer um bombardeio por terra e ar.
Allende não se entrega e organiza o último discurso ao povo chileno em cadeia de rádio:
“Colocado em uma transição histórica, pagarei com minha vida a lealdade do povo. E os digo que tenho a certeza de que a semente que entregaremos à consciência de milhares e milhares de chilenos não poderá ser cegada definitivamente. Trabalhadores de minha Pátria! Tenho fé no Chile e em seu destino. Superarão outros homens nesse momento cinza e amargo onde a traição pretende se impor. Sigam vocês sabendo que, muito mais cedo que tarde, abrir-se-ão de novo as grandes alamedas por onde passe o homem livre, para construir uma sociedade melhor.”
Os tanques e os aviões da força Aérea chilena começam a bombardear o Palácio la Moneda ainda pela manhã. Allende não se entrega e acaba se suicidando com um tiro de uma metralhadora. O golpe milita se concretiza por volta da duas horas da tarde.
Filmes que retratam a ditadura militar que derrubou Salvador Allende
*Jornalista formado na Universidade Federal de Ouro Preto – MG
com essa estória de facada foi tentado dar um golpe e falharam… a esperteza quando é demais vira bicho e come o dono… geraldo cresceu nas pesquisas. geraldo 4,5
EXTRA! EXTRA! EXTRA!
“PESQUISA VOX POPULI: HADDAD JÁ ASSUME LIDERANÇA COM 22%.
Pesquisa Vox Populi realizada entre 7 e 11 de setembro aponta: Fernando Haddad já assume a liderança da corrida presidencial, com 22% de intenção de votos. Bolsonaro tem 18%, Ciro registra 10%, Marina Silva tem 5%, Alckmin tem 4%; o nome de Haddad foi apresentado aos eleitores com a informação de que ele é apoiado por Lula”
Para apoiar Boçalnaro presidente 2018 tem que achar graça quando Boçalnaro fala que o afrodescendente lá na comunidade quilombola pesa “x” arrobas.
Tem jeito não. é 13 kkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
A HISTÓRIA MUNDIAL É TERRÍVEL QUANDO O ASSUNTO É PODER. SÓ NO BRASIL, AGENTE VEM SOFRENDO GOLPES DESTE O IMPÉRIO. O ULTIMO NOS TIROU O DIREITO DO VOTO POPULAR. ESTAMOS VIVENDO UM GOLPE QUE É TIDO COMO NOVOS TEMPOS, QUE SE CARACTERIZA PELO IMPEDIMENTO DE GOVERNAR. OS GOLPISTAS NESSE CURTO ESPAÇO DE TEMPO JÁ TIROU A METADE DOS DIREITOS LEGAIS DO POVO TRABALHADOR. QUEREM A VOLTA DA ESCRAVATURA. MAS PRA ISSO TEM QUE DESACREDITAR, PERANTE A OPINIÃO PUBLICA, QUE TUDO QUE OS GOVERNOS PETISTAS FEZ É ERRADO. MAS O POVO SABE O QUE É TER 3 REFEIÇÕES POR DIA QUANDO NÃO TINHA NENHUMA. E QUE AGORA TÁ VOLTANDO A TEMPOS REMOTOS. O POVO SABE O QUE É TER ENERGIA E ÁGUA EM CASA, QUANDO VIVIA NA ESCURIDÃO OU SOBRE CANDEEIROS. E O POVO SABE TODAS AS CONQUISTAS QUE LULA E DILMA TROUXERAM À NOSSA POPULAÇÃO MAIS SOFRIDA. E. TENHO CERTEZA, QUE NÃO VÃO ESQUECER DE ESCOLHER QUEM LULA INDICAR PRA LEVAR SEU LEGADO PROGRESSISTA E TIRAR. MAIS UMA VEZ, O BRASIL DESSE ATOLEIRO QUE ESSES DESGRAÇADOS GOLPISTA NOS COLOCARAM. AGORA É LULA, HADDAD E MANOELA. ESSE QUE É TRIPLEX VERDADEIRO.
Todos sabem (até eu) que teve montagem na foto do homem que danou a faca no mito de merda (nós os manés preferimos o doutor Aécio). Mas o picareta Magno Malta foi um dos que mais propagou a imagem manipulada digitalmente nas redes sociais. Falando nesse senador, queremos mais uma vez agradecer pelo apoio dele no golpe dado na Dilma. Obrigado Magno Malta, a gasolina aumentou de novo.
Lula indicou Haddad para resgatar o Brasil das mãos golpistas. #HaddadELULA
O PRESIDENTE LULA FALOU, TÁ FALADO! AGORA É HADDAD 13.
lula mandou…então vamos votar no 13
TODA A JOGADA DO JUIZ DA FALA FINA E ASSECLAS RESULTOU NA INEVITÁVEL ELEIÇÃO DO CANDIDATO DE LULA. VIVA SÉRGIO MORO! VOCÊ É JÊNIO E TEM UM ACERTO DE CONTAS MARCADO COM FERNANDO HADDAD EM 2019
PARA VENCER NO PRIMEIRO TURNO!
‘MERCADO’ SENTE QUE HADDAD JÁ GANHOU: BOLSA DESABA E DÓLAR VAI A R$ 4,18.
Por mais que a mídia alinhada ao golpe tenha tentado esconder, a grande novidade do Datafolha é a força do PT; segundo a pesquisa, 33% dos eleitores votam com certeza em quem Lula indicar, ou seja, Fernando Haddad, e 16% podem vir a votar – o que abre espaço até para uma vitória em primeiro turno; Haddad promete taxar lucros e dividendos, assim como aumentar o IR dos mais ricos, para distribuir melhor a riqueza; outra promessa é a democratização da mídia”
BOMBA!
“CORONEL ACUSA MOURÃO DE FAVORECER EMPRESA EM CONTRATO DO EXÉRCITO.
Acusação é feita pelo coronel da reserva Rubens Pierrotti Junior, supervisor operacional do Simulador de Apoio de Fogo (SAFO) do Exército, elaborado por uma empresa espanhola para projetar cenários e missões virtuais para treinamentos; suspeitas de irregularidades envolvem militares e um lobista; o coronel questiona atuação general Hamilton Mourão, vice de Bolsonaro, no negócio entre 2012 e 2016” leia mais em brasil247.com
BOMBA ATÔMICA! BOMBA ATÔMICA!
“DARIA GOLPE NO MESMO DIA”, DISSE BOLSONARO SOBRE O QUE FARIA AO CHEGAR AO PODER.
Apesar de viajar aos EUA e tentar suavizar sua imagem junto aos investidores estrangeiros, Bolsonaro defendia abertamente a tortura e o fim da democracia em 1999; em entrevista ao programa Câmera Aberta, da TV Bandeirantes, em 1999, Bolsonaro disse, sem rodeios, o que faria ao chegar ao poder: “Daria golpe no mesmo dia”
GOLPE TEMER-AÉCIO NÓIA-BOLSONARO.
“SOBE O PREÇO DA GASOLINA NAS REFINARIAS DA PETROBRAS
Depois de uma semana sem reajustes no preço da gasolina, a Petrobras anunciou aumento de 1,02% no preço do combustível comercializado em suas refinarias; a partir de amanhã (13), o litro da gasolina passará a custar R$ 2,2294, dois centavos a mais do que os R$ 2,2069 cobrados desde 5 de setembro”
Tic tac tic tac tic tac 12 de setembro de 2018 e a direita golpista ainda não tem um candidato viável. O líder fake, Bolsonaro, perde para qualquer dos quatro melhores colocados nas pesquisas, na remota suposição dele passar para o 2° turno. Abç.
SEMPRE MUITO BOM REFRESCAR A MEMÓRIA DOS LEITORES SOBRE A RESISTÊNCIA DOS DIREITISTAS EXTREMOS EM ACATAR AS DECISÕES DA POPULAÇÃO MUNDO À FORA. AQUI NO BRASIL NÃO É DIFERENTE. VAMOS À LUTA COM O CANDIDATO DE LULA. LULA É FERNANDO HADDAD.
Excelente descrição da história. Parabéns pela matéria desenvolvida num texto que também nos ajuda a sabermos lidar com a nossa atual situação politica através dos fatos que outros povos já enfrentaram.