Brasília – O senador Renan Calheiros, líder do PMDB no Senado, considera “muito difícil” a proposta de reforma da Previdência enviada pelo governo passar no Congresso Nacional sem sofrer profundas alterações.
A PEC ( Proposta de Emenda Constitucional ) da Previdência é apontada pelo governo como inadiável, no que o senador Renan concorda, mas ele chama a atenção para os cuidados que se deve ter para se preservar conquistas históricas.
O mesmo acontece, na opinião do senador alagoano, com a reforma da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), que tem causas consolidadas, embora ele admita que a CLT necessite de atualização.
– Isso tem que ser feito mediante um amplo debate com a sociedade. Não dá para discutir essas reformas apressadamente, com prazos definidos, porque essas mudanças envolvem conquistas sociais que são responsáveis pela própria estabilidade social – disse Renan.
Outra questão levantada pelo senador Renan é que a reforma da Previdência não deve ser considerada como proposta definitiva, porque a dinâmica social vai exigir modificações e atualizações constantes.
— É preciso discutir com a sociedade, para que se chegue ao consenso. Não dá para fazer essas reformas com prazo determinado – disse Renan, ao comentar sobre o prazo ( até julho ) fixado pelo governo.
Na quinta-feira 9 o presidente Michel Temer chamou o senador Renan para conversar. Os dois discutiram essas propostas de reforma, Renan alertou que elas dificilmente serão aprovadas da maneira que o governo enviou ao Congresso, e também demonstrou a insatisfação da bancada do PMDB no Senado, com 22 senadores, em relação à sujeição de Temer ao ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha.
Cunha está preso em Curitiba, mas continua influenciando as decisões do governo, e criando sérios problemas para o próprio governo no Senado. Da prisão em Curitiba, Cunha conseguiu indicar o líder do governo no Congresso, o que desagradou a bancada do PMDB no Senado.
Temer teve de engolir a indicação de Cunha para líder do governo no Congresso, o que lhe trouxe dois problemas: o indicado é um deputado federal; o indicado responde a processo por crime de homicídio em Sergipe.
Depois do encontro com Temer, quando colocou toda a insatisfação dos senadores, Renan recebeu a notícia de que o jornalista Ricardo Noblat havia sido condenado na ação que ele moveu em 2007 por crime de injúria e difamação. Noblat terá de pagar 140 mil reais a Renan, mas o senador concordou em dividir o valor em dez prestações fixas de 14 mil reais, dispensando juros e correção monetária.
A primeira parcela foi depositada na sua conta ainda na quinta-feira 9.