Monthly Archives: março 2017

Renan recebe indenização e vê reforma da Previdência difícil de passar
   11 de março de 2017   │     21:47  │  77

Brasília – O senador Renan Calheiros, líder do PMDB no Senado, considera “muito difícil” a proposta de reforma da Previdência enviada pelo governo passar no Congresso Nacional sem sofrer profundas alterações.

A PEC ( Proposta de Emenda Constitucional ) da Previdência é apontada pelo governo como inadiável, no que o senador Renan concorda, mas ele chama a atenção para os cuidados que se deve ter para se preservar conquistas históricas.

O mesmo acontece, na opinião do senador alagoano, com a reforma da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), que tem causas consolidadas, embora ele admita que a CLT necessite de atualização.

Isso tem que ser feito mediante um amplo debate com a sociedade. Não dá para discutir essas reformas apressadamente, com prazos definidos, porque essas mudanças envolvem conquistas sociais que são responsáveis pela própria estabilidade social – disse Renan.

Outra questão levantada pelo senador Renan é que a reforma da Previdência não deve ser considerada como proposta definitiva, porque a dinâmica social vai exigir modificações e atualizações constantes.

É preciso discutir com a sociedade, para que se chegue ao consenso. Não dá para fazer essas reformas com prazo determinado – disse Renan, ao comentar sobre o prazo ( até julho ) fixado pelo governo.

Na quinta-feira 9 o presidente Michel Temer chamou o senador Renan para conversar. Os dois discutiram essas propostas de reforma, Renan alertou que elas dificilmente serão aprovadas da maneira que o governo enviou ao Congresso, e também demonstrou a insatisfação da bancada do PMDB no Senado, com 22 senadores, em relação à sujeição de Temer ao ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha.

Cunha está preso em Curitiba, mas continua influenciando as decisões do governo, e criando sérios problemas para o próprio governo no Senado. Da prisão em Curitiba, Cunha conseguiu indicar o líder do governo no Congresso, o que desagradou a bancada do PMDB no Senado.

Temer teve de engolir a indicação de Cunha para líder do governo no Congresso, o que lhe trouxe dois problemas: o indicado é um deputado federal; o indicado responde a processo por crime de homicídio em Sergipe.

Depois do encontro com Temer, quando colocou toda a insatisfação dos senadores, Renan recebeu a notícia de que o jornalista Ricardo Noblat havia sido condenado na ação que ele moveu em 2007 por crime de injúria e difamação. Noblat terá de pagar 140 mil reais a Renan, mas o senador concordou em dividir o valor em dez prestações fixas de 14 mil reais, dispensando juros e correção monetária.

A primeira parcela foi depositada na sua conta ainda na quinta-feira 9.

Temer corrige agressão às mulheres e chama Renan para conversar
   9 de março de 2017   │     23:13  │  47

Brasília – Depois da desastrada mensagem para o Dia Internacional da Mulher, o presidente Michel Temer divulgou a retífica no dia seguinte, 9, para tentar emendar o soneto e ficou pior.

Não é a primeira vez que os “comunicadores” do Temer colocam-o numa roubada. No ano passado, o governo mandou retirar a mensagem produzida pela sua desastrada assessoria, na qual dizia: “Fora, ladrão”, para tentar combater ao bordão “fora, Temer”.

Temer foi levado ao erro, mais uma vez, devido à falta de assessoria de comunicação e marketing. Imagina alguém dizer o que ele disse em pleno movimento mundial de justa valorização da mulher!

O presidente que já foi obrigado a  retirar do ar uma campanha desastrada e, agora, de se corrigir de uma mensagem agressiva às mulheres,  está no momento sob dois fogos cruzados.

Empenhado em salvar o ministro Elizeu Padilha, ele virou refém do ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha, que está preso em Curitiba, mas continua dando a cartas e lendo a sorte do governo.

Senão, detona o governo.

Com isso, Temer criou um problema sério no Senado e ontem à noite ele ligou para o senador Renan Calheiros, líder do PMDB, dizendo que precisava conversar. Renan foi ao encontro de Temer.

Coube ao senador Renan corrigir Temer na mensagem agressiva às mulheres, no seu dia internacional, o que exigiu a retífica de Temer ato contínuo, com a emenda saindo pior que o soneto.

A obediência às ordens de Cunha, para tentar salvar Padilha, levou Temer a se distanciar do Senado. Exemplo: o líder do governo, que sempre era um senador, agora é um deputado federal e isso, obviamente, desagradou o PMDB, que tem 21 senadores.

Temer chamou Renan às pressas para uma conversa reservada.

O que conversaram não se sabe, mas sabe-se que a insatisfação dos senadores do PMDB é uma ameaça à aprovação das reformas que o governo tenta impor à nação.

O ministro Elizeu Padilha, que está em Porto Alegre tinha marcado seu retorno para reassumir o Ministério do Gabinete Civil na quarta-feira 8, foi “convencido” a adiar a volta à Capital Federal. Ele só deve voltar na segunda-feira 11.

O governo é uma ilha cercada de crises por todos os lados e a crise com o Senado é apenas mais uma. Tem a crise econômica, que é séria porque aumentou o número de desempregados e paralisou o Setor Terciário – que responde por 75% do Produto Interno Bruto (PIB).

E tem a crise advinda da Operação Lava Jato, que levou Temer a se render ao Cunha – que é o seu mais tenebroso “inimigo íntimo”.

A mal gestada República brasileira, que adveio de um golpe em 1889, permanece inacabada. Mas, com as emendas saindo piores que o soneto a tendência é o quadro negro se agravar.

Temer trouxe Cunha para dentro do Palácio do Planalto e, com ele, a Operação Lava Jato e a crise com o PMDB no Senado. Até já precisou do amigo José Yunes para se definir como “mula” que carregou uma “carga desconhecida” de 10 milhões de reais oriundos da empreiteira Odebrecht.

O ministro Padilha foi aconselhado a permanecer em Porto Alegre, mesmo de alta médica, porque nesta sexta-feira 10 os ex-diretores da empreiteira Odebrecht, Claudio Melo Filho, Hilberto Mascarenhas e Marcelo Odebrecht serão acareados pelo ministro do Tribunal Superior Eleitoral, Herman Bejamin, relator do processo que pede a cassação da chapa Dilma-Temer.

Claudio Melo e Hilberto Mascarenhas contaram que participaram de uma reunião no Palácio Jaburu, em 2014, e Temer pediu dinheiro à Odebrecht para a campanha eleitoral. O Marcelo Odebrecht, que também estava na reunião, confirmou o depoimento, mas disse Temer não tratou sobre dinheiro – quem falou em dinheiro foi o Padilha.

Convenhamos, o quadro é mesmo complicado. Seja qual for a decisão do TSE, a palavra final caberá ao Supremo Tribunal Federal e isso só ocorrerá, no mínimo, em 2019. Ou seja, o governo não está preocupado com o julgamento no TSE; a preocupação do governo é com a língua ferina do Cunha.

E, obviamente, o descontentamento do PMDB no Senado capitaneado pelo senador Renan.

Cunha pediu as respostas de Temer, TRF-1 não deixou
     │     2:58  │  32

por Aprigio Vilanova

O Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1) cancelou o envio das perguntas do ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) ao presidente Michel Temer (PMDB-SP), acerca da ação penal que investiga a participação de Cunha em esquemas de corrupção na Caixa Econômica Federal, a partir do FI-FGTS (Fundo de Investimentos).

O esquema consistia no favorecimento de grandes grupos empresariais na liberação de recursos do FI-FGTS, administrado pela Caixa Econômica. O FI-FGTS é um fundo de investimento bilionário, criado basicamente para investimentos em obras de habitação e de infra-estrutura.

No balanço de 2015 foi contabilizado R$ 31 bilhões em patrimônio e R$ 21 bilhões em investimentos.

A Caixa Econômica administra, mas as decisões sobre liberação de recursos e investimentos são tomadas no Conselho Curador do FGTS. Os membros do conselho são indicados pelo executivo.

Apesar do TRF-1 cancelar o envio das perguntas a Temer, o advogado de defesa do ex-deputado preso, Pedro Ivo Veloso, revelou a reportagem do Estadão alguns questionamentos que tinham como endereço o Palácio do Planalto.

As perguntas giram em torno da relação de Cunha na Indicação de Moreira Franco, atualmente ministro-chefe da Secretária-geral da Presidência, para a vice-presidência de Fundos e Investimentos da Caixa.

Aliás, a Secretária-geral da Presidência, foi um cargo criado especialmente para acomodar Moreira Franco, ex-integrante da Arena e, depois da redemocratização, (PMDB-RJ). O fato é que as perguntas de Cunha revelam bastante proximidade e mais afirma do que interroga.

Michel Temer em mais uma saia justa e Cunha, mesmo preso, ainda influenciando.

É simples assim: é tudo doação ou é tudo propina. Mente quem separa
   2 de março de 2017   │     21:59  │  80

Brasília – Recorrendo ao Dicionário:

Propina: quantia que se oferece ou se paga alguém para induzir a praticar atos ilícitos. Suborno.

Mas, também é: gratificação extra por serviço normal prestado a alguém.

Nos noticiários acerca das investigações envolvendo empreiteiras e políticos tem-se visto claramente o tratamento diferenciado, ou seja, o que é propina para uns se transforma em doações para outros.

Uns são acusados de receberem propinas, mas a mesma fonte da propina paga para uns se transforma em doadora para outros.

Trocando em miúdos pode guardar: para uns é propina; para o PSDB é doação, ainda que a origem do dinheiro e o operador sejam os mesmos.

Já observaram isso?

O empresário Marcelo Odebrecht depôs por quatro horas em caráter sigiloso, mas o que disse está vazando em doses homeopáticas para embaralhar ainda mais a cabeça do cidadão.

Afinal, se o empresário disse mesmo que doou R$ 15 milhões para o então candidato a presidente da República Aécio Neves e se, na prestação de contas só estão registradas duas doações de R$ 3,5 milhões cada, onde estão os outros R$ 8 milhões?

Quem está mentindo?

O que eles chamam de doação é propina para uns e o que eles chamam de propina é doação para outros? É isso?

Se for dessa forma, então a propina está para a doação assim como a doação está para a propina. Essa distinção que está sendo feita ilude apenas a mídia que a faz, porque o cidadão comum já percebeu a malandragem com o vernáculo.

É tudo doações ou então é tudo propina, sem distinção partidária!

 

 

 

 

TSE inicia última cartada de Aécio para assumir a presidência da República
   1 de março de 2017   │     22:48  │  36

Brasília – O empresário Marcelo Odebrecht foi ouvido pelo corregedor-geral do Tribunal Superior Eleitoral, ministro Herman Benjamin, e disse o óbvio – que deu dinheiro para o caixa 2 da campanha Dilma-Temer.

A audiência realizada em Curitiba, porque o empresário está preso, é parte do processo movido pelo PDSB – leia-se: senador Aécio Neves -, que pede a cassação da chapa vitoriosa e a posse imediata na presidência da República da chapa perdedora, no caso, a chapa que o Aécio encabeçou.

O presidente Temer pediu para separar a chapa dele, no caso, do vice, da chapa da presidente, no caso a Dilma, e empurrar toda a culpa para ela. Mas, se o TSE aceitar o pedido será a falência da Justiça.

Simples assim: não existe chapa de vice e o TSE sabe muito bem disso, logo, não existe prestação de contas em separado. Seria uma imoralidade jurídica aceitar o pedido de desmembramento da prestação de contas.

O senador Aécio torce pela cassação da chapa porque, em 2018, terá problemas com a decisão do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, de disputar a presidência da República.  Ele é o presidente do partido, mas Alckmin tem o peso de São Paulo.

O TSE está numa situação complicada: cassar a chapa Dilma-Temer como deseja o Aécio ou aceitar o absurdo, que é desmembrar a chapa, para punir apenas a Dilma e, assim, contemplar Alckmin, o Temer e o PMDB.

O TSE também pode concluir que não houve irregularidade, mas isso não atende aos interesses do Aécio.

Se já não bastassem os problemas estourando dentro da própria casa e pegando-o diretamente com as confissões do José Yune, o presidente Temer tem essa frente de luta aperta no TSE contra ele. O senador Aécio fustiga à distância na sua última tentativa de ser presidente, mesmo sem ter sido eleito para isso.

Mas, e daí? O Temer também não foi eleito e é o presidente. Mais um golpe, menos um golpe, que diferença faz na República que contabiliza mais de 22 golpes desde 1889?!