Monthly Archives: fevereiro 2017

O que Veloso viu que o levou a recusar ser ministro da Justiça?
   20 de fevereiro de 2017   │     11:54  │  26

Brasília – Por que o ministro aposentado do Supremo Tribunal Federal, Carlos Veloso, recusou o convite para ser ministro da Justiça e da Segurança Pública?

Amigo e advogado do senador Aécio Neves, que o indicou para o ministério, a recusa ao convite feito pelo presidente Temer estimulou várias conjecturas.

Estaria Veloso preocupado com as delações que envolvem os chamados caciques do PSDB, entre eles o próprio Aécio e o ministro das Relações Exteriores, José Serra?

As delações envolvendo os líderes do PSDB tem recebido tratamento diferenciado até agora, mas chegará o momento em que não dá mais para privilegiar os tucanos e será necessário agir.

Com o país encurralado pela violência urbana, o que tem obrigado ao governo a utilizar as Forças Armadas como “guardas de rua”, o Ministério da Justiça acéfalo mostra uma nação à deriva.

O desemprego aumentando, o Produto Interno Bruto despencando e a economia paralisada engrossam o caldo de problemas que o governo tem nas mãos sem saber por onde começar a resolvê-los.

Isso tem refletido negativamente e agravado o problema, no momento em que o governo tenta aprovar a Reforma da Previdência e a Reforma Trabalhista.

Pelo que se vê, o próprio governo é agora refém da Operação Lava Jato e o esforço para passar ao largo das investigações foram inúteis. O país continua fora de rumo.

Supremo decide se solta Cunha ou se espera a delação que ele promete fazer
   18 de fevereiro de 2017   │     22:23  │  31

Brasília – Que impacto a delação do ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha, pode causar no governo Temer?

As 21 perguntas que Cunha fez para Temer e que o juiz Sergio Moro vetou vazaram seletivamente, com a incógnita: quem é Erica?

A expectativa é de que o Supremo Tribunal Federal mande soltar o Cunha, antes que ele abra a boca e delate o que sabe.

Mas, tem o problema: se preso o Cunha continua influenciando nas decisões da Câmara, solto poderá fazer muito mais.

É o dilema para se saber o que será pior: se o Cunha preso e delatando o governo ou se o Cunha solto agindo mais à vontade para manipular na Câmara?

Isso, com o cenário nacional político e econômico de sobressaltos; a queda do Produto Interno Bruto é concomitante com a peleja para indicar o novo ministro da Justiça e Segurança Pública.

O ministro aposentado do Supremo, Carlos Veloso, advogado do senador Aécio Neves, que o indicou para o ministério, esteve com o Temer e deixou mais ou menos acertado que aceitaria o cargo, mas recuou. Não quer mais ser ministro; ele optou pelo escritório de advocacia que divide com o filho.

-“ Passei mais de 40 anos no serviço público.” – alegou Veloso, como quem queria dizer: cansei do serviço público.

Mas, esse será mesmo o motivo da recusa?

O Ministério da Justiça é do Aécio, assim como a Praça Castro Alves é do povo. O PSDB domina o governo, assim como o Cunha tenta encurralar o governo, num primeiro momento, com insinuações e mais tarde com fatos.

É imprescindível para o PSDB manter o Ministério da Justiça, porque somente assim pode controlar a Polícia Federal. Afinal, ainda não se descobriu quem é Erica – apenas já se sabe quem é o Mineirinho, o Careca e do Santo na lista das propinas generalizadas.

Surpresa nas pesquisas não é Lula em 1º, mas a queda do Aécio para 4º lugar
   16 de fevereiro de 2017   │     16:55  │  68

Brasília – Na mais recente pesquisa de intenção de votos para presidente da República divulgada esta semana, a surpresa não é o Lula se manter na dianteira; a surpresa é a queda brusca do senador Aécio Neves – que ficou em 4º lugar, atrás do deputado Jair Bolsonaro.

Segundo a pesquisa realizada pela CNT/MDA, se a eleição presidencial de 2018 fosse realizada hoje o Lula lidera com 30,8% das intenções de votos, seguido da ex-senadora Marina Silva, com 11,8%. A surpresa foi o deputado Jair Bolsonaro, que obteve 11,3% das intenções de votos e ficou à frente do senador Aécio Neves, que tem 11% das intenções de votos.

Aécio, que acaba de indicar o novo ministro da Justiça, Carlos Veloso, disputa dentro do PSDB com o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, a indicação para ser candidato à presidência da República. Os números negativos não parecem abalá-lo, mas com certeza servirão de argumento em favor de Alckmin.

Se isso não fosse suficiente para mobilizar o PSDB, até agora o partido procura explicação para a liderança de Lula. A pergunta que se repete sem resposta é: desde 2014 que o Lula vem sendo massacrado diariamente pela mídia e como explicar que ele continue liderando as pesquisas?

Até agora, não encontraram a resposta. O que mais intriga ao PSDB é que o Lula lidera as pesquisas em todo o país e não apenas no Norte e no Nordeste, como se acreditava antes. De fato, se deixarem o Lula disputar a eleição em 2018 vai ficar complicado para o PSDB atingir o objeto de retomar o poder no país.

Ministro desmente adágio e pau que bate em Chico não bate em Francisco
   15 de fevereiro de 2017   │     17:23  │  34

Brasília – A decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal, Celso de Melo, que permitiu a blindagem do agora ministro de fato e de direito Moreira Franco, é a negativa do adágio popular segundo o qual o “pau que bate em Chico também bate em Francisco.

A decisão do ministro Celso de Melo desmentiu o adágio popular.

Interessante é que a decisão do ministro veio na contramão do rastro ainda visível da decisão do ministro Gilmar Mendes, no ano passado, que impediu a nomeação do ex-presidente Lula. A nomeação de Lula teve a mesma finalidade da nomeação de Moreira Franco, ou seja, conceder-lhe foro privilegiado.

Não interessa, porque não vem ao caso, que a nomeação se deu numa reforma ministerial. Essa reforma, que criou mais três ministérios, não elimina a trama da blindagem – antes pelo contrário, ela escancara a manobra para ludibriar o judiciário.

A nomeação de Moreira Franco como ministro atendeu à necessidade do serviço público?

Não.

A nomeação de Moreira Franco como ministro vai acrescentar alguma coisa ao serviço público?

Não.

A nomeação de Moreira Franco como ministro tem por finalidade dar-lhe foro privilegiado para que os processos em curso contra ele, na Operação Lava Jato, saiam da alçada do juiz Sergio Moro e venha para o Supremo?

Sim.

Isso bastaria para a nomeação ter sido barrada, mas não foi. Com o foro privilegiado, Moreira Franco tem a garantia de que até 2019 o processo contra ele no Supremo não será julgado. Interessante é que o presidente Temer também está denunciado no mesmo processo.

Nesse lamentável episódio Moreira Franco saiu ganhando e o Supremo, com a decisão monocrática do ministro Celso de Melo, saiu perdendo porque arranhado.

Supremo só vai julgar políticos do PSDB, Temer e ministros em 2019
   14 de fevereiro de 2017   │     16:52  │  43

Brasília – A decisão do presidente Temer de manter os ministros denunciados na Operação Lava Jato até a decisão sobre a aceitação ou não da denúncia pelo Supremo Tribunal Federal, é uma jogada de mestre.

Mas, convenhamos, jogada de mestre que sabe que o lance dará certo. Há dois aspectos a serem considerados:

1)O tempo mínimo para o Supremo decidir sobre a questão é de 2 anos, ou seja, o processo somente será julgado em 2019, quando o Temer não será mais presidente.

2)O revisor do processo da Operação Lava Jato no Supremo será o futuro ministro Alexandre de Moraes, que o Temer indicou.

Sendo assim, não há nenhum risco para o governo. E entenda-se como governo o PSDB, que é na verdade o gestor e mentor de todas as ações; ao Temer cabe unicamente o papel de assumir o ônus individual.

Cabe lembrar que a decisão de Temer beneficia o PSDB e, especialmente, o ministro tucano José Serra, que está denunciado por ter recebido 21 milhões de reais da Odebrecht e tem evitado tocar no assunto, até mesmo para se defender.

O interessante é que o próprio Temer está citado pela empreiteira Odebrecht na Operação Lava Jato, o que o coloca junto com os ministros denunciados – Elizeu Padilha, Gilberto Kassab, José Serra, entre outros -, e poderia comprometer a sua decisão, mas isto não vem ao caso.

Em 2019 será outros dias…