Monthly Archives: janeiro 2017

Tal qual o vidente, senador antecipou “uma bomba” envolvendo o Supremo
   19 de janeiro de 2017   │     22:33  │  26

Brasília – Pelas redes sociais, tal qual o vidente, o senador José Medeiros (PSD-MT), mandou o internauta ficar atento para “uma bomba” que o Jornal Nacional ( Globo ) iria divulgar envolvendo o Supremo Tribunal Federal.

A postagem do senador diz assim:

Não vamos antecipar furo porque não sou jornalista, mas o Jornal Nacional hoje trará uma bomba de forte impacto no Brasil envolvendo o STF. (sic)

A única notícia bomba no Jornal Nacional foi a morte do ministro do Supremo Tribunal Federal, Teori Zavaski, relator da Operação Lava Jato no Supremo, em acidente aéreo.

Os motins nos presídios não são mais novidade, logo, não são notícias bombas. A vidência do senador procede porque, de fato, a única notícia bomba que ele anunciou com bastante antecedência foi mesmo a queda do avião que levava o ministro Teori.

Sim, no ano passado o ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, também previu com bastante antecedência a prisão do ex-minisrtro Antônio Palocci, pela Operação Lava Jato. Dessa forma, a vidência do senador não é um caso fortuito.

Digamos que, no quesito premonição, o governo está muito bem assessorado. Mas, para que não fique dúvida alguma alimentando as ilações, é importante que a investigação sobre a causa do acidente seja rápida, eficiente e inquestionável sobre todos os aspectos.

Avião não cai! Alguém o derruba
     │     17:17  │  19

Brasília – O trágico acidente que matou o ministro do Supremo Tribunal Federal, Teori Zavaski, é mais um daqueles que está fadado à dúvida eterna: o avião em que o ministro viajava foi derrubado por quê ou por quem?

Avião não cai; alguém o derruba seja falha humana, seja por falha do piloto, falha do mecânico, falha da torre de comando, por sabotagem ou por um míssil. 

Alguém provoca a queda de uma avião, assim como se provoca acidente de carro.

No caso do trágico acidente com o avião que transportava a equipe da Chapecoense, já se sabe que foi falha do piloto, que estava no limite da reserva de combustível e sabia dos riscos que corria. Aliás, risco que ele repetia e quase causou o acidente transportando a seleção Argentina.

O piloto não avisou à torre de comando que estava no limite de combustível porque isso implicaria numa multa equivalente a 50 mil reais – o frete que a Chapecoense pagou foi de 300 mil reais.

No caso do avião com o ministro Teori, a dúvida permanecerá porque o ministro era o relator da Operação Lava Jato no Supremo e havia antecipado o fim do recesso de final de ano para dar início às audiências com os 77 delatores da empreiteira Odebrecht  que denunciaram 217 pessoas envolvidas com os esquemas de desvio de dinheiro em conluio com a empreiteira.

Entre os denunciados estão o próprio presidente Michel Temer , que dizem ter sido citado mais de 40 vezes,  o ministro José Serra, o senador Aécio Neves, o filho do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, além de integrantes do próprio Poder Judiciário, governadores e ex-governadores.

Pode ser que tudo tenha sido mesmo acidente e é preciso aguardar o laudo da Força Aérea, mas  convenhamos ser difícil convencer a opinião pública de que se tratou mesmo de fatalidade.  Por isso, é imperioso que a investigação seja contundente porque as interrogações e as dúvidas alimentam as suspeitas.

Todos se perguntam: o que vão fazer com as delações que estavam em poder do ministro Teori?

Durante o governo Sarney, no final da década de 1980, o acidente com o avião que matou o então ministro da Reforma Agrária, Marcos Freire, deixou dúvidas. A na época deputada pernambucana Cristina Tavares chegou a comentar que “colocaram açúcar no tanque de combustível”, o que provocou a explosão da aeronave.

As ilações sobre o acidente que matou o Marcos Freire ganharam corpo pelo ineditismo da missão que se dispôs a desempenhar e que mexia numa área complicada, ou seja, a terra para reforma agrária.

Temer vai nomear o substituto de Teori, mas a expectativa da sociedade permanecerá grande porque a delação dos diretores e ex-diretores da Odebrecht é arrasadora e atinge duramente o governo. E como o governo vai nomear o próprio juiz de si?

O Supremo Tribunal Federal perdeu um integrante de reconhecida capacidade intelectual e reputação ilibada, e ganhou um problema seríssimo para resolver – que é mostrar à sociedade que, diferente da Operação Mãos Limpas, na Itália, a Operação Lava Jato não será estancada.

Governo rebaixa Forças Armadas a bedel de presídios
   18 de janeiro de 2017   │     11:51  │  50

Brasília – Perdido, o governo Temer agora informa que as Forças Armadas somente serão utilizadas em presídios que não oferecem risco de rebelião.

Piorou porque se trata de quando a emenda fica pior do que o soneto; era melhor não ter tentado emendar o erro.

Simples assim:

1) As Forças Armadas são as forças militares responsáveis pela segurança da nação contra ameaça externa e não a segurança de presídios.

2) Para a segurança dos presídios já existem os guardas de presídios, as duas polícias (Civil e Militar) e a Força Nacional.

3) O mais grave: o governo vai gastar 10 milhões de reais por mês para manter 1 mil homens das Forças Armadas utilizados como bedel de presídios onde não há risco de motins.

A proposta absurda do ministro da Defesa, Raul Julgmman, e que foi aceita pelo governo, mostra que o governo continua atordoado e incapacitado de ser governo.

Aliás, essa é a tragédia anunciada. Temer queria o ex-ministro do Supremo Tribunal Federal, Aires Brito, como ministro da Justiça, mas não teve como enfrentar a pressão do PSDB paulista – que impôs o ex-secretário de Segurança de São Paulo e ex-advogado do PCC, Alexandre de Moraes.

Temer deveria ter rechaçado a proposta do ministro da Defesa, Raul Julgmman, de utilizar as Forças Armadas como segurança dos presídios com risco de motins, mas não o fez.

O pior é que, diante da repercussão negativa, o governo tentou emendar o erro e foi pior. Se as Forças Armadas somente vão atuar nos presídios que não oferecem risco de motins, então por que mobilizá-las se o presídio está em segurança?

Os motins nos presídios são reflexos de um governo que ainda não governou. Tutelado pelo PSDB, Temer se transformou no marionetes tucana e servirá apenas para ficar com o ônus das culpas que se acumulam.

A terceira derrota do Aécio foi decretada! Temer ficará até 2018
   17 de janeiro de 2017   │     23:27  │  25

Brasília – A última esperança do senador Aécio Neves de assumir a presidência da República, empossado no tapetão, está perdida.

O Tribunal Superior Eleitoral não deverá julgar o processa de cassação da chapa DilmaTemer, como o Aécio pediu, e Temer concluirá o mandato.

A fundamentação do pedido de cassação não será levada em conta porque a cassação iria causar turbulências políticas e econômicas.

Sendo assim, engavetar-se-á o processo – que, se for julgado, isso só acontecerá depois de 2018.

O Aécio perdeu mais uma.

Quem está vibrando dentro do ninho tucano é o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, que é candidato a presidente em 2018.

Mas, não será tarefa fácil para o PSDB; além do problema interno com a ideia fixa do Aécio e do Alckmin de disputarem a presidência da República, as pesquisas mostram que é preciso impedir o Lula de se candidatar.

O PSDB encomendou uma pesquisa que mostra o Lula na dianteira.

Para entornar o caldo da sucessão, o PSDB depende do êxito do governo Temer; os tucanos são responsáveis diretos pelo êxito do governo Temer, porque comandam a política econômica, a Justiça e o Itamarati.

 

 

 

Ministra Carmem Lúcia ocupa o vácuo que o Temer produz
   16 de janeiro de 2017   │     20:36  │  39

Brasília – A presidente do Supremo Tribunal Federal, Carmem Lúcia, não se antecipou ao governo, como o governo se queixa; a ministra está agindo no vácuo que o governo produz.

O governo demorou a se posicionar sobre a barbaridade no presídio em Manaus e quando se posicionou foi um desastre. O governo considerou um “acidente pavoroso” o que, de fato, é a barbárie com os cortadores de cabeças.

Não é acidente; é barbárie.

Mas, não é só isso. Tem ainda o fato de o ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, ter sido alertado pelo governo do Amazonas sobre a carnificina que viria e ainda assim negou ajuda para prevenir a barbárie.

Apimentando o caldo dessa caótica situação, o governo teve de demitir um ministro porque comemorou a barbárie.

A ministra Carmem Lúcia age no vácuo que o governo exibe e que cada vez aumenta mais. Esse vácuo é escancarado quando o Temer convida um ministro aposentado do Supremo para discutir um assunto que ele, na condição de ministro aposentado, nada pode fazer.

Não seria o caso de o presidente da República discutir o problema com a presidente do Supremo?

É verdade que o ministro da Fazenda, Henrique Meireles, não gostou porque a ministra Carmem Lúcia desbloqueou o dinheiro do Estado do Rio de Janeiro. Mas, isso não pode se transformar em obstáculo na relação republicana.

O que se assiste como pano de fundo à barbárie nos presídios é a falência da República dos golpes. O pior é que os reflexos diretos sobre a economia estão levando a projeções de retração do Produto Interno Bruto este ano.

E, como se diz, tudo junto e misturado.