Brasília – Na República brasileira de mais de 20 golpes desde o golpe de 1889, então quando será o golpe no golpe de 2016?
Será mesmo o Fernando Henrique Cardoso que vai ser “ungido” à presidência da República em 2017?
E o Aécio Neves, como fica nessa trama?
Ah, não fica. Sujou…
Se não for o Fernando Henrique será o Nelson Jobim e tudo com aparência de legitimidade, porque no Brasil com “s” é assim: tudo dentro dos conformes, num país com uma Constituição mais remendada que fantasia de palhaço.
Mas, será que o PSDB vai querer assumir o ônus antes da reforma da Previdência Social?
Apesar dos absurdos, nada há para se surpreender na República brasileira dos golpes e dos arremedos.
Três procuradores, cujos nomes foram rejeitados pelo Senado para comporem o Conselho Nacional do Ministério Público e o Conselho Nacional de Justiça, foram indicados para comporem a Força Tarefa da Operação Lava Jato.
Quem os indicou?
O procurador-geral Rodrigo Janot.
Mas será que o presidente do Senado, Renan Calheiros, está sendo investigado só e somente só porque o Senado rejeitou as indicações do Janot?
Será que é isso mesmo?
Se for por isso estamos perdidos porque, quando um procurador geral decide fazer política, o Congresso Nacional é convocado a fazer justiça e aí os valores são invertidos.
Ainda se discute o fato de Renan ter desobedecido a uma liminar expedida por um ministro do Supremo Tribunal Federal, mas, sem entrar no mérito da questão – e questão essa gravíssima, porquanto implica em ingerência indevida em poder republicano -, tem o seguinte fato para se analisar:
Não se trata de um simples senador, mas do presidente do Congresso Nacional, o que torna a questão ainda mais grave. Isso porque, se com uma simples liminar se pode afastar o presidente do Congresso Nacional, então também se pode afastar o presidente da República.
Pode?
Não pode.
E quando se imaginava que o episódio tinha servido para alertar contra os excessos, tem-se agora a ação dirigida e rigorosamente centralizada contra o presidente do Senado, numa indisfarçável manifestação de vingança pelo posicionamento anterior.
O Brasil está mesmo à deriva. E não tem um timoneiro qualificado para colocá-lo em águas seguras.
Brasília – A República brasileira é sui-generis e isso não é novidade.
A República foi proclamada devido a uma dor de cotovelo do marechal Deodoro, do que se aproveitou a Inglaterra para apoiar o golpe que derrubou Pedro II.
Deu-se o seguinte: as filhas do Pedro II estavam se casando com nobres franceses e isso preocupava a Inglaterra, que vivia às turras com a França.
A dor de cotovelo do Deodoro facilitou as coisas. Imagine que duas semanas antes de dar o golpe e derrubar Pedro II, o marechal havia assinado a ordem do dia a todas as unidades militares defendendo a Monarquia e dizendo que “ruim com ela ( Monarquia ), pior sem ela”.
Mas, Pedro II manteve a nomeação do senador gaúcho Silveira Martins para o lugar do Ouro Preto e Deodoro não gostou; o Silveira Martins tomou a namorada do Deodoro, quando este governou o Rio Grande do Sul, e se tornaram desafetos.
Em represália, Deodoro traiu Pedro II e proclamou a República.
De 1889 até 2016 são mais de 20 golpes, que transformam a República brasileira em sui-generis. E em 2017 haverá outro golpe, conforme os comentários à boca miúda no Congresso Nacional.
1)O Tribunal Superior Eleitoral vai cassar a chapa Dilma-Temer, para permitir o golpe da eleição indireta no Congresso Nacional.
2)Dois nomes, todos do PSDB, estão na disputa: o ex-ministro Nelson Jobim e o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.
Fragilizado, o Michel Temer nada pode fazer; a sua missão vai terminar – ainda de acordo com os comentários à boca miúda -, antes do primeiro trimestre de 2017, quando não será necessário se convocar eleição direta para presidente.
Caberá ao Congresso Nacional eleger o novo presidente para o mandato-tampão.
Interessante é que era isso o que o senador Aécio Neves havia armado, na expectativa de que se elegeria presidente-tampão, mas devido as delações que o envolvem em corrupção está desgastado, assim como o José Serra.
Vale ressaltar que, antes, precisava-se do Exército para dar o golpe e agora não é mais necessário. Com toda a aparência de legalidade constitucional, o golpe é dado dentro do próprio Congresso Nacional.
Sendo assim, e considerando-se que as especulações são de fato a antecipação da realidade, a partir de 2017 o Brasil terá novo presidente. Você “votará” em Nelson Jobim ou no Fernando Henrique Cardoso?
Brasília – Como alguém que está sendo perseguido e bombardeado diariamente se mantém na liderança das pesquisas para disputar a presidência da República, em 2018?
O PSDB e a mídia que massacra o Lula estão atônitos.
O Lula tem 25% das intenções de votos, a Marina tem 15% e o Aécio 11%, o que garante o Lula no segundo turno.
Mas, como isso pode acontecer se o Lula é alvo de perseguição sistemática?
Está difícil de derrotar o Lula e a saída – aliás, a única saída -, é arranjar um jeito de o Lula não poder se candidatar em 2018.
Que jeito?
Pois é, que jeito? Não interessa o jeito que se encontre para impedir o Lula de ser candidato, porque o fundamental é impedi-lo de disputar a eleição – senão, ele volta à presidência e marca o feito inédito na história da República.
O feito inédito são os três mandatos presidenciais.
O que mais intriga o PSDB, que trama a volta ao poder depois de patrocinar o golpe que derrubou a presidente Dilma, é a aceitação que eleitorado dispensa ao Lula.
Na pesquisa Datafolha divulgada esta semana, além das intenções de votos manifestada para o Lula, o que chama a atenção é a disposição do eleitor em anular o voto ou votar em branco. São 20% do eleitorado.
É de fato uma situação complicada essa, especialmente para o PSDB, que imaginava ter sepultado o adversário, mas vê-lo mais forte.
Brasília – O que antes era suposição, agora é realidade. O PSDB elegeu o presidente Michel Temer para boi de piranha.
O PSDB acredita piamente que retomará o poder em 2018 e quer receber a casa limpa, ou seja, sem o risco de desgaste com as medidas antipopulares – essas ficarão na conta negativa de Temer.
A situação se assemelha a travessia da boiada em rio que tem piranha. O vaqueiro escolhe um boi para ir à frente e atrair as piranhas, enquanto o restante da boiada atravessa o rio incólume.
É esse o papel reservado ao Temer.
É a fatura que o PSDB apresentou por ter deflagrado o golpe que derrubou a presidente Dilma.
Mas, não está sendo fácil. O substituto de Geddel Vieira Lima na secretaria de governo, indicado pelo PSDB, foi rejeitado pelo chamado “centrão” na Câmara, que soma mais de 200 dos 513 deputados.
Temer foi obrigado a recuar e desistiu de nomear o tucano baiano Antônio Imbassahy. Mas não vai resistir à pressão do PSDB, que exige o cargo.
Além de exigir o cargo de secretário de governo, que tem status de ministro, o PSDB impôs mais três atribuições para o secretário.
São elas:
1)Negociar com a base aliada a aprovação dos projetos de interesse do governo.
2)Negociar com os movimentos sociais e sindicatos.
3)Negociar com os estados, leia-se, negociar com os governadores.
O “centrão” também acredita que a indicação de Imbassahy faça parte de um acordo para eleger o deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ) presidente da Câmara para o biênio 20017/18. E o “centrão” quer negociar.
A função de boi de piranha desempenhada por Temer é incomoda, sobretudo, porque o roteiro imposto pelo PSDB inclui o desmonte social, como a questão da aposentadoria, cuja proposta de contribuição de 48 anos para quem ingressa hoje no mercado de trabalho é a maior média entre todos os países.