Brasília – O desemprego está aumentando e já atingiu a 12 milhões de brasileiros, o maior índice desde o governo Fernando Henrique Cardoso, quando se obteve o registro superior a marca de 15 milhões de desempregados.
O governo Temer está preocupado. O Temer diz que a culpa não é dele e se a culpa não é do Temer, de quem é então?
A presidente Dilma já foi apeada do poder, as pautas bombas que foram impostas na Câmara pelo ex-presidente e ex-deputado Eduardo Cunha para implodir o governo Dilma também já foram desarmadas, então, qual o motivo de o desemprego continuar4 aumentando?
Até mesmo as pedaladas fiscais que embasaram o pedido de impeachment da Dilma, ato continuo a derrubada dela, já não são mais crimes passiveis de cassação do mandato.
Então, por que o desemprego não caiu? Por que a economia não retomou o crescimento, se o único empecilho que lhe travava foi eliminado com a derrubada da Dilma?
Somente quando se encontrar a resposta para essas perguntas é que o País pode retomar o crescimento e estancar o desemprego generalizado. O interessante é a resposta já foi encontrada e não é admitida porque implica em derrubar também o governo Temer.
Sem credibilidade, não há governo.
O Temer sabe disso e, tanto sabe, que ao se referir à marca dos 12 milhões de desempregados ele se apressou em dizer que a culpa não era dele. Claro, a culpa não é do Temer; a culpa é da ilegitimidade do governo Temer.
Simples assim: você investe num País cujo governo não pode sair às ruas para conversar com a nação; não pode sequer visitar outro País sem que seja obrigado a ouvir gritos de protestos?
Dir-se-á que a Dilma também era vaiada, e é verdade. Mas tem o detalhe: a Dilma era vaiada no final e não no começo; já o Temer é vaiado no começo com a nítida leitura de que não terá um final feliz – isso, se conseguir chegar até lá, porque já se comenta que não concluirá o mandato se continuar com esses índices negativos.
A Operação Lava Jato, que agora está sob o controle do ministro da Justiça Alexandre de Moraes, não vai ajudar o Temer a superar as adversidades porque já existe a convicção sobre a seletividade das operações policiais e, pior, o direcionamento das investigações.
E o problema maior para o novo governo é que ele não pode mais culpar o antecessor.