Brasília – O deputado Eduardo Cunha, presidente afastado da Câmara, está convicto de que não será cassado por quebrar do decoro parlamentar por ter mentido ao Conselho de Ética.
Apesar da recomendação do relator, deputado Marcos Rogério, que concluiu pela quebra de decoro parlamentar, Cunha desdenha do relatório.
Nunca, na história da Câmara, o Conselho de Ética teve tanta dificuldade para se reunir e decidir sobre um processo por quebra de decora tão escrachada.
São mais de 7 meses.
O Supremo Tribunal Federal mandou afastar o Cunha da presidência da Câmara, mas a presidência da Câmara não se afastou do Cunha – ele continua dando as cartas e lendo a sorte.
Cunha alega na sua defesa que o dinheiro encontrado em contas bancárias na Suíça não é dele, e que ele é apenas o “usufrutuário”.
Poderia transferir o “usos e frutos” para uma instituição da caridade, por exemplo. Não vale transferir para a Assembleia de Deus Madureira, porque esta é a sua empresa de fé.
Agora transfira…
O mais interessante é que, apesar do relator ter sido contundente ao pedir a sua cassação, ninguém arrisca o palpite de que será de fato cassado, apesar das provas irrefutáveis.
Afinal, o Cunha já demonstrou poder até sobre a Operação Lava Jato. Apesar das provas em mãos, o juiz Sérgio Moro ainda não decidiu sobre a mulher e a esposa de Cunha, mesmo com as provas robustas e contundentes contra elas.
Na última das hipóteses, Cunha prometeu recorrer ao STF caso seja pedida a sua cassação.
Só uma coisa intriga: por que é que todos têm medo do Cunha? Será que é porque ele prometeu que, se for cassado, não derrubará a República brasileira do golpe?