Brasília – A repercussão internacional sobre o impeachment da presidente Dilma é o entrave que os golpistas não sabem como superar.
O senador Aloisio Nunes (PSDB-SP) foi despachado às pressas para Washington para dizer que o impeachment não era golpe e se antecipar ao discurso da presidente Dilma na ONU, e que a oposição imaginava se referir ao impeachment chamando-o de golpe.
Mas a Dilma frustrou a expectativa. Ela não tocou no assunto.
E não precisava mesmo porque a imprensa internacional repercutiu negativamente a movimentação da oposição para afastar a presidente. O mundo já sabe que o Brasil experimenta mais um golpe, que se espera não logre êxito, mas não se deve esquecer que os golpistas são poderosos podem comprar o número suficiente de votos no Senado.
O próprio Michel Temer, que comanda o golpe aparentemente à distância, já mudou o discurso tentando apagar a imagem que está desenhada sobre a sua conduta reprovável. Um traidor nunca consegue ficar bem na história, ainda que possa se dar bem no golpe.
Temer tem uma reprovação que é unânime, para quem, na infelicidade de o golpe lograr êxito, assumiu sérios e tenebrosos compromissos impopulares para cumprir com a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo ( FIESP ).
A proposta do senador José Serra, de abrir 100% da Petrobras e especialmente do Pré-Sal ao capital estrangeiro, é um desejo da FIESP. Mais que desejo, é imposição. Assim como o fim do programa Maia Médico e do Bolsa Família, esse especialmente, porque reduziu a oferta de peões sujeitos à exploração industrial e comercial.
A mão de obra do pedreiro, servente ou da empregada doméstica foi valorizada a partir do governo Lula e isso causou o terror na classe média alta, que não tem como explorá-la. O golpe apelidado de impeachment tem o compromisso de fazer o país retroceder nesse particular e por isso tem o apoio da elite exploradora da mão de obra.
O governo Temer, se, para a infelicidade do País, vier a assumir com o êxito do golpe apelidado de impeachment, fará a nação sentir saudades do inferno. Temer chegará sem moral e sem moral ninguém consegue administrar a própria casa, quanto mais as casas da nação.