Brasília – Não dá para deixar passar despercebido a postagem do músico Lobão
Incitando a violência contra a família do ministro do Supremo Tribunal Federal, Teori
Zavascki. É grave; é gravíssimo.
E tudo isso acontecendo paralelamente às manifestações de ódio com pregação velada
Para o golpe, que, por vergonha, eles chamam erroneamente de impeachment.
Nada de impeachment. É golpe.
E, pasmem, um golpe liderado pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha, com o apoio
Dos deputados Paulinho da Força e Roberto Freire. Pensem num triolê republicano!…
E, se isso não bastasse, tem os dois lamentáveis episódios que feriram gravemente a
Justiça brasileira:
1) A decisão do juiz Itagiba Catta Preta, que nas horas de folga é ativista defendendo o golpe, impedindo a posse do ex-presidente Lula no Gabinete Civil.
2) A decisão do juiz Sergio Moro de entregar à imprensa o grampo telefônico do Lula com a conversa com a presidente Dilma.
Por ser ativista em prol do golpe e por sair às ruas gritando fora Dilma, fora Lula e fora PT, o juiz Catta Preta deveria ter-se averbado suspeito para julgar o inimigo.
Era o que se esperava de um juiz.
A justificativa de que separa o ativista prol golpe do juiz não é verdadeira; o juiz não é um ser extraterrestre imune as emoções, sentimentos e, pior, ressentimentos.
Foi triste, sim, o episódio.
Já o juiz Sergio Moro, no mínimo, faltou com respeito ao Supremo Tribunal Federal, quando entregou à imprensa documentos que deveriam ser encaminhados à Corte Suprema, especialmente por envolver um grampo telefônico com conversas da presidente Dilma.
Essas duas atitudes comprometeram o trabalho da Operação Lava Jato e isto se já não bastasse o fato de a Operação Lava Jato estar apurando as irregularidades do meio para o fim, ou seja, não estar apurando o começo.
Como entender o esquema, se tudo começou em 1998, no governo Fernando Henrique Cardoso, e a Operação Lava Jato ter pulado essa fase para se ater exclusivamente a partir do governo Lula e Dilma?
Tudo isso está comprometendo o trabalho de investigação. E se não bastasse, tem-se o exemplo do ex-diretor da Petrobras, Nestor Cerveró, que está esquecido depois de ter declarado que começou a praticar as irregularidades na empresa no governo FHC.
E por que não apuram o governo FHC?
Ninguém responde.
Mas, nem tudo está perdido. O ministro do Supremo Tribunal Federal, Teori Zavascki, resgatou a dignidade da Justiça. É certo que os estragos feitos são irreparáveis, mas a decisão do ministro Teori traz o alento àqueles que primam pela lisura e se orgulham de uma Justiça justa, sadia e honesta.
Parabéns ministro Teori.