Monthly Archives: março 2016

Cantor do golpe pede desculpas a Caetano, Gil e Chico Buarque
   28 de março de 2016   │     9:32  │  20

Brasília – Antes tarde do que nunca, é verdade.

O cantor e compositor Lobão, o artista do golpe, finalmente viu que estava entrando numa roubada, ao apoiar o que de mais podre, retrogrado e imoral existe no país – que são esses defensores do golpe que saem às ruas gritando fora Lula, fora Dilma e fora PT.

Antes de se penitenciar e escrever uma carta, publicada na sua página na Internet, pedindo desculpas aos artistas Caetano Veloso, Gilberto Gil e Chico Buarque de Holanda, o Lobão sentiu na pele o desprezo da parte sadia da sociedade.

E o fato se deu, exatamente, em Curitiba, a sede da trama golpista, quando o Lobão foi obrigado a cancelar um show por falta de público. Para o artista, a ausência de público é o atestado da falência da sua arte.

Lobão engrossou o movimento golpista e declarou apoio ao candidato a presidente Aécio Neves. Era o suicídio profissional; imagine alguém pedindo voto para Aécio Neves e, pior, imagine esse alguém sendo um artista e conclua o valor ínfimo da sua arte.

A carta do Lobão tem vários componentes. Por ser extensa e também porque está à disposição na Internet, não dá para reproduzi-la, mas logo no inicio demonstra o ressentimento, a fraqueza e a inveja de um homem descontrolado.

Caetano, Gil e Chico são maiores tanto na arte quanto na conduta moral e, obviamente, não levaram em consideração os ataques sofridos vindos do Lobão. Mas, o Lobão com certeza deve rever a sua posição porque, como vovó já dizia, quem com porcos se mistura farelo come.

O ódio que alimenta Cunha contra Dilma está em Furnas
   27 de março de 2016   │     18:11  │  8

Brasília – O senador Delcídio do Amaral revelou na delação premiada que o desentendimento entre a presidente Dilma e o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, começou quando a Dilma exonerou os diretores indicados por Cunha para a direção de Furnas.

Demorou, mas enfim se tornou pública a explicação para o golpe, apelidado de impeachment, que o presidente da Câmara desencadeou. Nunca, na história da Câmara, ocorreu reunião deliberativa na sexta-feira e, para apressar os passos, Cunha deliberou sobre o golpe apelidado de impeachment em plena sexta-feira, quando não se delibera nada – exceto, para os golpes.

Imagina-se, obviamente, que eles pensam que derrubando a Dilma vão poder governar tranquilamente. Não contam, por exemplo, que terão de governar enfrentando greves, bloqueios de rodovias e invasões de terra todos os meses.

Os protestos recrudescerão no melhor estilo que a plebe defenestrada e discriminada pela elite ariana melhor sabe fazer.

O país está dividido, sim. Mas dividido entre os que querem acabar com as regalias adquiridas pelos negros e os pobres que melhoraram de vida, e os negros e pobres que melhoraram de vida lutando para não regredirem e perderem as suas conquistas.

Não é novidade que, na República brasileira, os ressentimentos tenham escrito a sua página na história. Uma dor de cotovelo levou o marechal Deodoro a trair Pedro II e proclamar a República, assim como o ressentimento por ter pedido as duas diretorias em Furnas leva o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, a patrocinar o golpe.

Não se mede as consequências quando se age por ressentimentos.

Mas o complô formado para o golpe começa a se deteriorar diante das evidências de blindagem aos golpistas. Por exemplo: o flagrante da Operação Lava Jato contra a esposa e filha de Cunha e as cinco citações ao senador Aécio Neves que se finge esquecer.

Está tudo assim, nebuloso. Como é que alguém envolvido em escabrosas e tenebrosas transações de desvio de dinheiro até em nome de Jesus pode estar comandando um golpe?

O general do golpe decreta imunidade à esposa e à filha. Pode isso, Arnaldo?
   25 de março de 2016   │     21:19  │  18

 Brasília – O ministro do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, está em Lisboa promovendo um seminário político e quando voltar vai decidir uma ação contra o adversário político Lula.

Parêntesis: autoridades portuguesas cancelaram suas presenças no evento promovido por Gilmar por suspeita de que se trata, na verdade, de uma ação contra o governo brasileiro legitimamente eleito.

De fato, considerando-se que já se conhece as posições do ministro Gilmar contra Lula e o governo do PT, pergunta-se: não seria o caso de o ministro Gilmar se declarar suspeito para julgar o caso?

Sim ou não?

No caso da resposta negativa, ou seja, considerando-se que o ministro Gilmar Mendes deve continuar julgando a ação contra o adversário, pergunta-se: alguém tem duvida de que a sentença será desfavorável ao Lula?

Trocando em miúdos: o Lula já está punido por antecipação?

O ministro Teori Zavascki devolveu o processo para o ministro Gilmar Mendes, mas o ministro Gilmar Mendes tem duas opções: julgar sozinho ou levar a decisão para o plenário do STF.

Se decidir julgar sozinho, o resultado a gente já sabe qual é.

O Brasil está passando por um momento delicado causado por uma crise política fabricada e que descamba para a crise econômica também fabricada, ainda que tenha componentes oriundos das consequências da economia internacional em desaceleração.

O Lula disse que, se deixarem o governo trabalhar, em seis meses ele resolve os problemas político e econômico do país. E resolve mesmo, porque a crise brasileira é fabricada pela elite golpista que se desesperou por não ter mais um líder e, por isso, quer destruir o Lula.

O exemplo mais cristalino de que o impeachment é um golpe está na imunidade que o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, conseguiu estender à esposa e a filha envolvidas nas denuncias da Operação Lava Jato, mas ilesas e imunes até agora.

É por isso que o impeachment da presidente Dilma é golpe. E golpe sórdido promovido pelo que de mais asqueroso e repugnante existe na República brasileira.

Desculpem-me ministros, mas no Brasil impeachment é golpe sim
   24 de março de 2016   │     12:43  │  35

Brasília – De fato, impeachment não é golpe exceto no Brasil. No Brasil, impeachment é golpe sim e não é de agora.

Do ponto de vista do Direito Constitucional, os ministros Dias Toffoli e Carmem Lúcia, do Supremo Tribunal Federal, estão corretos; o impeachment é um recurso legal, constitucional, cabível e legitimo.

A exceção é no Brasil. No Brasil impeachment é golpe porque todos os impeachments no Brasil foram destinados a dar o golpe e mudar o resultado soberano das urnas.

É fácil comprovar que é golpe. Exemplo:

Por que a mulher e a filha do presidente da Câmara, Eduardo Cunha, comprovadamente envolvidas na Operação Lava Jato, permanecem livres, leves e soltas, enquanto a coitada da cunhada do João Vaccari Neto, que nada tem a ver com esse rolo, foi presa apenas por se parecer fisicamente com a irmã?

Alguém pode responder?

Na ausência de resposta plausível a conclusão permanece válida: é porque o presidente da Câmara é o comandante do golpe, apelidado de impeachment. Ou alguém tem outra explicação?

Será que o presidente da Câmara ameaçou não conduzir o golpe, apelidado de impeachment, caso a sua mulher e filha sofresse qualquer constrangimento com a Operação Lava Jato? Será?

Diante da ausência de resposta e explicação plausível, permanece a conclusão de que estão ilesos devido à condição de Cunha como comandante do golpe apelidado de impeachment. Exceto se alguém tem outra explicação.

Por isso, com todo o respeito aos ministros Dias Toffoli e Carmem Lúcia, eu ouso repetir que, no Brasil, impeachment é golpe sim. E, o mais grave, um golpe patrocinado pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo às escancaras.

O ódio da elite que transformou o Lula em alvo do golpe
   23 de março de 2016   │     23:34  │  7

Brasília – A ojeriza que a elite sente do PT e do Lula se transformou em ódio canino e daí para consequências mais graves é o desfecho que já se vê nitidamente.

São muitos os motivos que levam a elite ter ódio do Lula e do PT.

Um deles é a concorrência nas universidades públicas, que, ressalte-se foram recuperadas e ampliadas no governo Lula e Dilma.

A cota para negros é outro estorvo à elite. E vem o Programa “Mais Médicos”, que acirrou o ódio especialmente contra os 10 mil 518 médicos cubanos nos lugares mais remotos do país e aceitando ficar com só 60% do salário.

E tem também os movimentos sociais que ocupam propriedades rurais e urbanas, para impor a reforma agrária e urbana que a elite sempre impediu.

O Lula já é na história o único presidente a ficar mais tempo no poder pelo voto livre, sem golpe. E ainda elegeu a sucessora, uma ex-guerrilheira que disputou uma eleição pela primeira vez.

Tomou-se então a decisão de eliminar o Lula.

O conluio começou cedo; vem das vaias com que a elite da Medicina recepcionou os médicos cubanos em Fortaleza, à derrota da seleção brasileira de futebol por 7 a 1 para a Alemanha.

Parece tudo planejado.

Foi engraçada a cena do Neimar parecendo combinar com o adversário onde ele deveria encostar o joelho, e só encostar, para ele desabar e não mais jogar a copa.

Sei não, mas que pareceu combinado isso pareceu.

O ódio está se disseminando e mais forte, a partir das manifestações patrocinadas pela Federação das Indústrias de São Paulo.

Todos parecem ensandecidos, ao ponto de levar o cantor Lobão a informar o endereço do filho do ministro do Supremo Tribunal Federal, Teori Zavascki.

O que o Lobão quis dizer com isso? Vão lá e peguem-no?

Esse ódio canino se dissemina sem pensar nas consequências e por isso aplaude o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, porque ele está sendo a locomotiva do golpe. Se vai concluir a viagem ou se vai ter êxito, isso não se sabe. Mas ele é o cara para o golpe apelidado de impeachment.

Sem liderança para comandar o golpe, a elite apoia qualquer um.

Entornando esse caldo de conluio e conspirações tem o fato de a oposição não ter um líder para comandar a reação. Vem daí a decisão de destruir o Lula, porque ficariam empatados.

Mas, engana-se quem pensa que o PT vai acabar. 

Os movimentos sociais que lutam pelas reformas urbana e rural vieram para ficar. E não tenham duvida de que se acontecer o golpe apelidado de impeachment, esses movimentos vão apresentar as faturas.

É preciso entender que isso não é exercício de futurologia.