Brasília – Diz-se que a história só se repete em forma de tragédia. Foi assim com o presidente Getúlio Vargas.
Depois de ter sido obrigado a renunciar à Presidência da República, em 1945, Getúlio Vargas foi eleito presidente da República, e pela primeira vez, guindado pelo voto popular.
O feito inédito intrigou a elite, mas o respaldo popular fê-la ceder à tentação golpista. Desencadeou-se então a campanha sórdida, cruel e mentirosa contra Getúlio – que optou por se matar à ceder aos golpistas.
Mais de 50 anos depois o fantasma de Getúlio se encarnou no Lula e até agora não se encontrou o meio de se livrar dele. A esperança é a operação Lava Jato.
Tem-se que descobrir o jeito de chegar no Lula; é isso o que me parece pelo menos até que esvaia o fato de ambos serem acusados de corrupção.
A sorte do Lula é que não tem um Carlos Lacerda para persegui-lo implacavelmente, mas isso não quer dizer que deixou de estar menos vulnerável.
Há também o fato de a oposição tentar chegar ao poder pelo golpe travestido como pedido de impeachment. É ironia, mas o golpe travestido de impeachment poderia fazê-los esquecer o Lula pelo menos por enquanto.
De qualquer forma, não é coincidência o fato de Getúlio Vargas e Lula sofrerem o mesmo processo de “fuzilamento” cotidiano.
E tudo isso acontecendo com a eclosão de denuncias de corrupção no governo do PSDB paulista, cujo governador, Geraldo Alckmin, embora tucano, não comunga com o golpe porque deseja disputar a Presidência da República em 2018.
Parece piada, mas não é: o candidato que ficou em segundo lugar, Aécio Neves, entrou com ação no Tribunal Superior Eleitoral pedindo o mandato pra ele.
Ah! Tem outro detalhe: o Lula elegeu uma mulher para sucedê-lo e essa mulher é uma ex-guerrilheira.