Monthly Archives: fevereiro 2016

Se o Delcídio tivesse ficado no PSDB, o Delcídio teria sido preso?
   22 de fevereiro de 2016   │     21:44  │  22

Brasília – Cria do governo Fernando Henrique Cardoso, o senador Delcídio do Amaral optou por se filiar ao PT quando o Lula se elegeu presidente; ele trocou de lado, ou seja, do FHC para o Lula?

Fez bom negócio?

No governo FHC, com certeza que fez. Delcídio e Nestor Serveró já comandavam a Petrobras quando o Lula se elegeu presidente.

Delcídio foi mantido no cargo de direção da Petrobras até se eleger senador. Mas deixou no lugar o parceiro Serveró.

A história de Delcídio e Serveró na Petrobras data de 1998.

Não seria o caso, até para se preservar o sentido de se fazer justiça, que a investigação sobre os maus feitos na Petrobras vissem de 1998 para cá e não do meio para o fim?

Essa é a pergunta que ninguém responde e acho que é porque sabem que se constrói edifício pelo alicerce, e não do meio para o fim. Todos fingem não vê o erro e isso pode ser porque são adeptos da sentença segundo a qual o fim justifica o meio.

Nessa novela que já passou de 23 capítulos tem cenas curiosas. Não é estranho que a prisão do marqueteiro  João Santana tenha sido decretada no rastro da denúncia da jornalista Miriam Dutra contra o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso?

Eu acho estranho. Somado ao fato de que a Operação Lava Jato está investigando do meio para o fim, é estranhíssimo.

Sai FHC e entra João Santana.

Vale ressaltar que o marqueteiro estava trabalhando na sua quarta campanha presidencial internacional, ou seja, tem como comprovar os dólares que recebeu.

Para completar, o nome do ex-presidente Lula teria de ser citado porque o ex-presidente é na verdade o único objetivo. Os alvos têm sido muitos, é verdade, mas o objetivo é o Lula.

A única maneira de assistir o espetáculo midiático é imaginar que se trata mesmo de novelo, que vai muito além dos 23 capítulos.

Golpistas voltam a sonhar com o golpe e acham que agora vai
     │     12:12  │  21

Brasília – Primeiro pareceu que a Operação Lava Jato era a sinalização da mudança almejada pela sociedade, no que se refere à lisura e à moralidade. Mas, com tantas fases e um só foco, já não é mais essa a sensação que se mantem.

Parece cada vez mais claro que o único objetivo é impedir que o Lula volte à presidência da República. Todo esse arrodeio, com fases e mais fases que já passam das 20, deve ser apenas para disfarçar o real objetivo.

Lamentável.

Não é coincidência, porque coincidência não existe, que a nova fase da Operação Lava Jato atinja o marqueteiro João Santana, que já teve o nome citado antes, mas momentaneamente esquecido, e o fato de voltar a ser citado novamente concomitantemente com o processo no Tribunal Superior Eleitoral contra a reeleição da presidente Dilma é, no mínimo, estranho.

Não me parece algo direito.

Até porque, é estranho o fato já comprovado sobre o direcionamento das investigações policiais – que miram única e exclusivamente o Lula, a presidente Dilma, o PT e aliados. Até parece que se trata da luta do bem contra o mal e o mal só está de um lado.

São todos probos e decentes, exceto os que apoiam o PT. São todos honestos e imaculados, exceto os que apoiam o PT.

E o João Santana, que ficou caracterizado ter sido mantido em reserva para ser içado no momento oportuno, é agora a mercadoria pela qual se pretende dar aparência de legalidade ao golpe sujo que se trama contra a presidente Dilma legitimamente reeleita.

Que país é esse? É o país dos golpes.

Obama em Cuba, FHC no limbo. E quem nasceu primeiro: o ovo ou a galinha?
   18 de fevereiro de 2016   │     20:46  │  28

Brasília – A pergunta que à primeira vista embaraça tem resposta simples: claro que foi a galinha.

Isso porque toda galinha põe ovo, mas nem todo ovo gera galinha.

As denúncias da jornalista Miriam Dutra envolvendo o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso no repasse ilegal de dinheiro para ela, com a negativa em ato continuo feita pelo ex-presidente, remete ao embaraço pueril à pergunto sobre quem nasceu primeiro – se o ovo ou a galinha.

Ou seja: quem nasceu primeiro: foi o filho que o ex-presidente diz que não é dele, mas continua ajudando-o financeiramente, ou o namoro do ex-presidente com a jornalista?

Contentemo-nos com o fato de a República brasileira ter nascido de uma dor de cotovelo do marechal Deodoro, quando perdeu a baronesa de Triunfo para o senador Silveira Martins, e isso ajudará a entender a República com os seus casos e causos.

Tudo isso parece uma grande comédia porque, concomitantemente, tem uma ação do candidato derrotado à presidência da República pedindo para ele o mandato de presidente que as urnas soberanas negaram.

Ou seja: jogue no lixo a vontade popular, que não é soberana como se define.

E não importa se essas tentativas de golpe impliquem em prejuízo para a sociedade, pois há o conluio demoníaco pelo poder baseado no princípio de que o fim justifica o meio.

O noticiário dessa semana está marcado por dois acontecimentos: o primeiro é esse caso de amor mal resolvido entre o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e a jornalista Miriam Dutra; o segundo acontecimento é a visita histórica que o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, fará a Cuba.

E sabe qual é uma das curiosidades do presidente dos Estados Unidos? É ver como uma ilha do tamanho do Estado de Pernambuco e boicotada comercialmente por mais de 50 anos, conseguiu desenvolver uma Medicina baseada na prevenção com tanta eficiência.

No Brasil, os 10 mil 518 médicos cubanos estão praticando essa Medicina. Mas, lembremo-nos que foram hostilizados pela elite ariana golpista.

A derrota de Michel Temer, Eduardo Cunha e dos golpistas
   17 de fevereiro de 2016   │     21:59  │  16

Brasília – A vitória do deputado Leonardo Picciani na disputa pela liderança do PNDB na Câmara revestiu-se de significados.

Um deles é que o vice-presidente Michel Temer, em plena campanha para se reeleger à presidência do PMDB, foi o grande perdedor.

Temer se aliou ao presidente da Câmara, Eduardo Cunha, e ambos foram derrotados. A eleição para a escolha do novo diretório nacional do PMDB é no mês que vem.

Dos 67 deputados que o PMDB tem na Câmara, 60 votaram no deputado Leonardo Picciani para ser o líder. O deputado Hugo Mota, apoiado por Temer e Cunha, apregoava vitória antecipadamente confiando no poder de persuasão de Temer, pela palavra, e de Cunha pela truculência e ameaças com que trata dos seus interesses.

Outro significado da eleição é que o resultado vai influenciar a disputa pela presidência nacional do PMDB, na qual Temer se empenha por questão de sobrevivência. Perder a presidência nacional do PMDB significaria para Temer perder o poder.

Quem se fortalece no partido é o grupo que reúne o senador Renan Calheiros e o ex-presidente José Sarney.

No que se refere à disputa propriamente dita, com os bastidores e as manifestações da galeria, tem-se o terceiro significado dessa eleição, porque exibiu as provas do movimento golpista. Teve até torcida fantasiada de mosquito para hostilizar o ministro da Saúde, Marcelo Castro, que reassumiu a cadeira de deputado por 24 horas só para votar em Picciani.

O clima político nacional está recheado de correntes do mesmo elo. No PDBB já está definido o lado legalista, no qual se inclui o senador Renan Calheiros, e o lado golpista liderado por Temer.

No PSDB também tem dois grupos; o primeiro, liderado pelo senador Aécio Neves, prega o golpe apelidado de impeachment e inclui o vice-presidente Michel Temer no rol dos culpados, porque assim assumiria a presidência.

O outro grupo, liderado pelo governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, aposta no desgaste do PT e do Lula, com a Operação Lava Jato, e quer a disputa direta em 2018.

E ainda tem o senador José Serra, cujo mandato vai até 2022, que também quer disputar a eleição para presidente em 2018.

Mas, quem também perdeu com a vitória do candidato do Palácio do Planalto na disputa pela liderança na Câmara foram os golpistas. Por isso eles eram os mais ouriçados no plenário.

A camisa de onze varas na República brasileira dos golpistas aloprados
   16 de fevereiro de 2016   │     16:00  │  15

Brasília – O presidente da Câmara, Eduardo Cunha, foi aconselhado a não se recusar a receber o oficial de justiça que veio lhe entregar a notificação do Supremo Tribunal Federal estipulando o prazo de 10 dias para se defender das acusações do procurador-geral da República, Rodrigo Janot.

Cunha havia condicionado receber a notificação, quando o STF definisse o rito do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff.

Trata-se de forçar a barra, porque numa manifestação preliminar o STF já se manifestou no ano passado sobre que a palavra final fica com o Senado. Ou seja, ainda que a Câmara aprove o pedido de impeachment, se o Senado rejeitar prevalece a decisão do Senado.

Na verdade, o impeachment é o apelido que deram ao golpe. Como não há força militar mobilizada, nem clima há, os golpistas usam o ardil do impeachment baseados em recalques e, sobretudo, no temor para se prevenir com relação ao pleito de 2018, que tem o Lula novamente no páreo.

Não por acaso, o Lula é o verdadeiro alvo da Operação Lava Jato.

Basta comparar os exemplos: de quem é o avião que caiu matando o candidato a presidente Eduardo Campos, os assessores e a tripulação? De quem é os 400 quilos de cocaína apreendidos no campo de pouso do município de Cláudio-MG, construído na fazendo do tio do senador Aécio Neves?

Ninguém sabe; ninguém parece disposto a apurar.

Mas, a fazendo do amigo do filho do Lula em Atibaia-SP ainda hoje está sendo investigada e apesar do registro no cartório e do verdadeiro proprietário se oferecer para depor e provar que o imóvel não é do Lula, ninguém se predispôs a ouvi-lo.

Isso sem falar no iate do Lula, que depois se descobriu que era um barco de lata avaliado em 4 mil reais, e o tríplex construído por uma cooperativa, cujo negócio não foi fechado por desistência do comprado antes de se vencer a segunda prestação.

Pensando bem, considerando que a República brasileira se originou de uma dor de cotovelo que levou à prática de um ato traiçoeiro a Pedro II, nada do que por ora se assiste é de surpreender e seja na mídia ou nas ações pontuais de quem, aparentemente, cuida da legalidade.

Pense na camisa de onze varas na qual se meteu a República dos golpistas! …