Brasília – Cria do governo Fernando Henrique Cardoso, o senador Delcídio do Amaral optou por se filiar ao PT quando o Lula se elegeu presidente; ele trocou de lado, ou seja, do FHC para o Lula?
Fez bom negócio?
No governo FHC, com certeza que fez. Delcídio e Nestor Serveró já comandavam a Petrobras quando o Lula se elegeu presidente.
Delcídio foi mantido no cargo de direção da Petrobras até se eleger senador. Mas deixou no lugar o parceiro Serveró.
A história de Delcídio e Serveró na Petrobras data de 1998.
Não seria o caso, até para se preservar o sentido de se fazer justiça, que a investigação sobre os maus feitos na Petrobras vissem de 1998 para cá e não do meio para o fim?
Essa é a pergunta que ninguém responde e acho que é porque sabem que se constrói edifício pelo alicerce, e não do meio para o fim. Todos fingem não vê o erro e isso pode ser porque são adeptos da sentença segundo a qual o fim justifica o meio.
Nessa novela que já passou de 23 capítulos tem cenas curiosas. Não é estranho que a prisão do marqueteiro João Santana tenha sido decretada no rastro da denúncia da jornalista Miriam Dutra contra o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso?
Eu acho estranho. Somado ao fato de que a Operação Lava Jato está investigando do meio para o fim, é estranhíssimo.
Sai FHC e entra João Santana.
Vale ressaltar que o marqueteiro estava trabalhando na sua quarta campanha presidencial internacional, ou seja, tem como comprovar os dólares que recebeu.
Para completar, o nome do ex-presidente Lula teria de ser citado porque o ex-presidente é na verdade o único objetivo. Os alvos têm sido muitos, é verdade, mas o objetivo é o Lula.
A única maneira de assistir o espetáculo midiático é imaginar que se trata mesmo de novelo, que vai muito além dos 23 capítulos.