Brasília – Que a história da República brasileira é a história das traições, covardias e golpes, isso não é mais novidade; está na própria história – que não é a história oficial, pois essa escamoteia a verdade.
São tantas as emoções – e emoções de araque, claro -, que a história brasileira daria uma novela envolvendo uma paixão não correspondida do marechal Deodoro pela baronesa de Triunfo, no Rio Grande do Sul, e que o levou a dar o golpe e proclamar a República; a trama do marechal Floriano Peixoto para derrubar Deodoro e assumir o poder; o atentado a bala contra o presidente Prudente de Moraes, que se salvou porque um major se pôs à frente do presidente e morreu no lugar dele, e por aí vai.
E assim, de emoções em emoções, segue a República da dor de cotovelo.
Daí, não é de se estranhar a mixórdia que caracteriza a República brasileira. Já são mais de 20 golpes desde 1889 e não há sinal de que vai parar, até porque se descobriu o eufemismo para o golpe – que é impeachment.
Não há nada contra a presidente Dilma, mas se pode fabricar porque a República brasileira dos golpes também tem no currículo a falsificação e fabricação de provas. Nada, portanto, é de se estranhar.
Imagine o caso envolvendo o ex-presidente Lula e a mulher dele, que receberam intimação para depor com a observação de que poderiam ser conduzidos coercitivamente, e o Ministério Público se retrata dizendo que errou; que Lula e a esposa não estão obrigados a comparecer para depor.
Só existe o recurso para entender a intimação, que é conhecer a República brasileira dos golpes. Fora isso, é tudo novela.