Monthly Archives: dezembro 2015

A República que o Cunha quer acunhar
   30 de dezembro de 2015   │     16:55  │  9

O café que o presidente da Câmara, Eduard Cunha, promoveu para a imprensa, em Brasília, foi antes da degustação a demonstração de que ele está preocupado em se manter no noticiário político para o contraponto com o noticiário policial no qual está envolvido juntamente com a esposa e a filha.

Cunha não é de servir café nem se confraternizar com quem não pertence ao seu grupo, mas foi aconselhado a fazê-lo ainda que se aproveitasse para se queixar do tratamento da imprensa. A queixa, obviamente, está relacionada às denuncias que vieram da Suíça sobre depósitos bancários suspeitos e que o impede de viajar ao exterior.

Não se trata de impedimento oficial, mas cauteloso, como ocorreu com o presidente afastado da CBF, Del Nero, que teme ser preso e faltou a várias reuniões da FIFA.

No desespero, Cunha está provocando o próprio Supremo Tribunal Federal. Para ele, o pedido de impeachment da presidente Dilma que aprovou é a última cartada de que dispõe para desviar o foco dos processos a que responde. Cunha só aprovou o pedido de impeachment quando teve a comprovação de que o governo nada faria para salvá-lo.

Daí se dizer que o impeachment é golpe, e é mesmo golpe; no caso de Cunha, também é vingança por ter sido abandonado pelo governo.

No ano que não vai terminar no dia 31, no que se refere à política, o presidente da Câmara sabe que é o primeiro na linha de frente para ser punido por quebra do decoro parlamentar. E o desespero é tamanho que os seus asseclas já admitem que ele mentiu no depoimento no Conselho de Ética, mas foi uma mentira “não oficial” porque se ofereceu para depor – ou seja, não foi convocado a depor.

Trata-se de argumento pífio, mas é o único que lhe resta.

Enquanto isso, o presidente da Câmara vive o pesadelo com a possibilidade de a esposa e a filha serem presas por envolvimento direto nas denúncias do Ministério Público da Suíça. O outro pesadelo se refere a possibilidade de o Supremo Tribunal Federal considerar o pedido de impeachment da presidente Dilma extemporâneo.

E tudo isso, sem que ele tenha uma voz, uma voz sequer, gabaritada para defendê-lo.

 

Paulinho da Força, o general do golpe. Pense!
   28 de dezembro de 2015   │     15:50  │  17

No ano que quase terminou, o que ficou para o ano seguinte nos fará comprovar que nem mesmo 2014 é passado no calendário político nacional, tantas são as tramas dos golpistas que insistem em assumir o poder mesmo sem legitimidade.

Seria cômico, se não fosse tenebroso, ver e ouvir o deputado Paulinho da Força como arauto da moralidade e dos bons costumes pregando a derrubada da presidente Dilma.

Paulinho da Força é o porta-voz do presidente da Câmara, Eduardo Cunha, o que por si só já transforma a sua fala em vômitos putrefatos. Imagine um golpe com Paulinho da Força como principal porta-voz!

Por que não te calas, ó, Paulinho?!

Porque não há outro com coragem para ser o porta-voz dos golpistas – é isso o que se depreende diante da escassez de voluntários.

Evidente que, para exercer tal papel, é de fato necessário umedecer a cara com Óleo de Peroba. Ainda que a República brasileira seja produto de uma trama golpista, ainda resta algum resquício de pudor a ser preservado e usa-se sempre o chamado “boi de piranha”.

No ano que não terminará no dia 31 de dezembro, o que vai contar contra os golpistas é a reação das ruas. A elite ariana que se esconde a cada manifestação já deve ter pressentido que se juntar aos falsos arautos da moralidade não combina com o discurso, ainda que o proposito dos golpistas seja chegar ao poder a qualquer custo.

É preciso, então, encontrar alguém decente para comandar o golpe. Sim, mas quem? O Aécio Neves? O Fernando Henrique Cardoso? O José Serra ou o José Agripino?

Ah, pensando bem, são todos iguais ao Paulinho da Força mesmo…O

Dá para entender o golpe comandado por Cunha, Temer e Aécio?
   22 de dezembro de 2015   │     23:23  │  15

Brasília – O encontro entre o ministro Ricardo Lewandowski, presidente do Supremo Tribunal Federal, com o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, previsto para esta quarta-feira, 23, vai entrar para a história devido a peculiaridade de Cunha estar à beira da cassação do mandato por quebra de decoro parlamentar.

Depois de muitas tentativas, inclusive de manobrar para impedir o Conselho de Ética de se reunir por sete vezes consecutivas, Cunha chega ao Supremo como arauto da moralidade e da legalidade. Não dá para classificar se é o caso de cinismo crônico ou esquizofrenia, é só recordar o que Cunha tem feito.

Primeiro ele negou possuir depósito bancário ilegal fora do País e depois, diante das provas contundentes, alegou que ele era apenas usufrutuário dos depósitos bancários. Quanto aos saques efetuados pela esposa e a filha, Cunha não tem explicação e nem assim se abate – o que pressupõe esquizofrenia.

Nessa mixórdia, Cunha vai levando como se nada estivesse se passando com ele e todo o problema é a presidente Dilma – que tem de ser apeada do poder.

E o grande aliado de Cunha é o vice-presidente da República, Michel Temer, que age no desespero dos 75 anos de idade vendo a chance de chegar à presidência da República sem esforço físico e financeiro algum.

É por isso que o impeachment é golpe.

Senão, como explicar se punir a presidente Dilma por um “crime” corriqueiro e que todos praticaram e continuam praticando, que são as pedaladas fiscais, ou seja, o uso de recurso financeiro sem que o tesouro disponha do valor e apele à instituição financeira oficial.

A alegação jurídica pode até estar fundamentada, mas o ato corriqueiro na administração pública desautoriza a punição radical. Daí se tratar de golpe e não de impeachment.

Tem ainda o fato de o pedido ter sido formulado por um ex-petista que almejava ser embaixador do Brasil na Suíça e, como não conseguiu, saiu do partido bufando; e um jurista ligado ao PSDB, que é o principal beneficiário da ação.

Cunha quer saber como se processará o golpe, Michel Temer quer saber quando assume, e o Aécio Neves quer o poder, o que significa alijar Temer, mas ao mesmo tempo precisa do Temer para dar o golpe.

Dá para entender o golpe?

A recuperação da Dilma e os golpistas sem rumo
   20 de dezembro de 2015   │     23:20  │  24

Brasília – O resultado da pesquisa sobre a avaliação da presidente Dilma, em meio a crise que se apregoa, surpreendeu pela recuperação apresentada. Como assim?

Apesar do movimento golpista, que tenta reverter no tapetão o resultado soberano das urnas, a presidente Dilma tem reagido e sobrevivido a todas as estocadas do golpe.

Na última avaliação divulgada chamou atenção a redução do percentual dos que reprovam o governo com o concomitante aumento do percentual de quem acredita no governo.

Isso se deu no rastro da queda no numero de golpistas que saíram às ruas pregando o golpe, apelidado de impeachment. Pior para o vice-presidente Michel Temer, que vê se distanciar a chance de assumir a presidência da República.

Como explicar isso?

Dilma trocou o ministro da Fazenda, deslocando o ministro Nelson Barbosa do Planejamento, e o mercado recebeu a mudança sem traumas.

A mudança de rumo na orientação econômica é radical; Barbosa e o ex-ministro da Fazenda, Joaquim Levy, nunca se entenderam mesmo.

Mas ainda que a avaliação sobre o desempenho do governo mostre o índice de reprovação alto, ele deixa evidente que Dilma pode reverter o quadro negro.

Afinal, falta à oposição e aos opositores credibilidade. Não dá para confiar numa oposição com Aécio Neves, Michel Temer, Eduardo Cunha, Paulinho da Força, Fernando Henrique Cardoso e José Serra.

Derrota por 7 a 1 no Supremo deixou os golpistas atordoados
   18 de dezembro de 2015   │     15:41  │  33

Brasília – Frustrados com o resultado acachapante no julgamento do Supremo Tribunal Federal, os golpistas decidiram atacar os 7 ministros que derrubaram o rascunho do golpe.

O relatório de 100 páginas apresentado pelo ministro Luiz Fachim apareceu como a luz no final do túnel para os golpistas, que comemoraram antecipadamente a vitória.

Todos estão agora frustrados, arrasados, decepcionados. Mas, obviamente, não vão ensarilhar as armas. Eles voltarão à carga para derrubar a presidente Dilma, porque se trata de questão de sobrevivência.

A ira dos golpistas se estende ao presidente do Senado, Renan Calheiro, que tem sido o fator de equilíbrio da República e a voz da sensatez.

O senador Renan se contrapõe ao golpismo do vice-presidente Michel Temer, que age exclusivamente no desespero; e à vingança do presidente da Câmara, Eduardo Cunha, que igualmente desesperado usa de todos os meios – lícitos e ilícitos -, para se salvar.

Depois daquela carta ridícula que endereçou a Dilma, o vice-presidente Michel Temer perdeu o respeito e a credibilidade.

E se não lhe bastasse ser ridículo com a carta que escreveu à Dilma, o vice-presidente Michel Temer ganhou para o currículo o feito histórico de ser conspirador e sem confiança.

Imaginem um País entregue a Michel Temer! Imaginem um País governado por Michel Temer!

O vice-presidente está muito perto da depressão com o resultado de 7 a 1 no Supremo Tribunal Federal, que frustrou o seu sonho golpista. E, mais ainda, com a decisão do Supremo de reconhecer o Senado como a instância maior do impeachment.

E ao falar de Senado, entenda-se o senador Renan Calheiros, que reprovou Temer e desde cedo se contrapõe as investidas do vice-presidente contra a presidente Dilma.

Temer é mesmo um temerário, mas já trama a saída do PMDB do governo, ele próprio poderia começar pelo exemplo de renunciar a vice-presidência da República pois só assim pode provar que não é golpista.