Monthly Archives: novembro 2015

Finalmente, por que tanto arrodeio se o alvo é o Lula?
   24 de novembro de 2015   │     14:33  │  26

Brasília – Passando já da 20ª etapa, com dois anos de investigação, depoimento, prende-solta e condenação que pode ser revogada na instância superior, a Operação Lava Jato dá sinal de que está perto do fim.

Embora o juiz Sérgio Moro tenha negado existir denúncia contra o ex-presidente Lula, a prisão do pecuarista José Carlos Bumlai aumentou a expectativa sobre o alvo real da tão longeva operação policial-judicial-midiática. Bumlai é amicíssimo de Lula.

Burlai foi preso antes de depor na CPI da Câmara e a pergunta que se faz é: por que o prenderam antes de depor na CPI? Por que não deixaram para prendê-lo depois? Qual a justificativa para a pressa da prisão, se havia tempo de sobra para realiza-la?

Por exemplo: Bumlai deporia à CPI e só então seria preso. E por que não foi assim que se agiu?

Essa pergunta intrigante ficará sem resposta e ficando sem resposta só aumenta as especulações sobre o objetivo da Operação Lava Jato. Mas porque tanto arrodeio se desde o começo já se sabe que o alvo é o Lula?

A Operação Lava Jato já gastou tanto dinheiro com diárias, deslocamentos, combustível para viaturas e aviões que se demorar mais não vai compensar o volume de dinheiro que se diz recuperado.

Até o inocente mais pueril já descobriu que o objetivo de toda essa operação é o Lula. Só não se entende até agora o motivo de tanto arrodeio e isso suscita as especulações como, por exemplo, para os que acreditam que a Operação Lava Jato só vai terminar em 2018.

Por que o Lula, o Mujica e o Evo Morales venceram todas?
   23 de novembro de 2015   │     16:08  │  20

Brasília – A derrota do candidato apoiado pela presidente Cristina Kirchner já era esperada e não se constituiu surpresa. A surpresa fica por conta da diferença apertada entre o candidato vitorioso, Maurício Macri, e o candidato de Cristina.

A Argentina enfrenta uma crise financeira agravada por uma crise política que envolve até mesmo a disputa internacional entre judeus e árabes. Isto, sem falar na loucura da guerra das Malvinas, cujos reflexos negativos ainda se fazem sentir.

No Brasil, os coxinhas estão comemorando a derrota do candidato da presidente Cristina Kirchner como se fosse a vitória da ideia deles contra os avanços sociais que ocorreram a partir da eleição do Lula.

Esquecem de que a derrota do candidato de Cristina já era esperada devido aos desequilíbrios que a própria presidente argentina promoveu na condução da política econômica e, sobretudo, nos posicionamentos confusos que assumia.

É diferente, por exemplo, do Uruguai, onde ninguém derrota o ex-guerrilheiro José Mujica, e na Bolívia do Evo Morales. Assim como no Brasil do Lula e da Dilma, está difícil se eleger algum líder dos coxinhas e a solução é o ex-ministro do Supremo Joaquim Barbosa – que, não se esqueçam, foi nomeado ministro do STF pelo Lula.

Na falta do que comemorar, os coxinhas nem querem saber que o futuro presidente da Argentina disse à Dilma, por telefone, que seu plano é fortalecer o Mercosul. Coisa que a Cristina Kirchner não cuidou e, pelo contrário, atrapalhou.

A desocupação do Congresso e o protesto do PT
   22 de novembro de 2015   │     17:22  │  18

Brasília – No prazo estabelecido pelo presidente do Senado, Renan Calheiros, e acordado com o governo do Distrito Federal, o acampamento montado à margem do espelho d´agua no acesso à Câmara e ao Senado foi desmontado e os manifestantes retirados.

Havia a expectativa de confronto, pois entre os manifestantes estavam militares e policiais armados, mas prevaleceu o bom senso. Os manifestantes armados integravam o grupo que prega o golpe para tirar a presidente Dilma do poder na marra.

Uns defendiam entregar o governo ao Aécio Neves; outros pregavam a volta dos militares ao poder.

Felizmente, não houve o confronto.

E para deixar ainda mais o quadro político nacional anuviado o PT colocou o bloco na rua e desfilou na Esplanada dos Ministérios pedindo a saída do presidente da Câmara, Eduardo Cunha, e do ministro da Fazenda, Joaquim Levy.

O ex-presidente Lula engrossa o coro dessa ala insatisfeita do PT e ele mesmo já sugeriu a Dilma que trocasse o ministro da Fazenda. O conflito com Levy se dá devido a sua intransigência em relação à ortodoxia econômica, que o leva a se conflitar com a ala que defende flexibilidade.

Lula defende que alguns setores da economia que geram empregos e exportam devem ter tratamento diferenciado.

E tudo isso em meio a crise na Câmara causada pelas denuncias contra o presidente da Câmara, Eduardo Cunha. A crise que se instalou na Câmara não tem desfecho para este ano e 2016 começará carregando o farto que não se pode descartar em 2015.

Ainda bem que os golpistas desmontaram o acampamento. Nesse particular, eles deram a demonstração de que nem tudo está perdido.

Só está faltando mesmo um cadáver para o coxinha se aquietar
   19 de novembro de 2015   │     16:03  │  22

Brasília – Dois policiais civis, um deles do Maranhão, que participam do movimento golpista para derrubar a presidente Dilma foram presos e soltos para voltarem ao acampamento que montaram no acesso ao Congresso Nacional pela Chapelaria.

Motivo: eles estavam – e ainda estão – armados e fizeram disparos para o alto na tentativa de intimidarem as 10 mil mulheres do Movimento Negro que vieram prestar solidariedade à presidente Dilma.

Dizem que os golpistas montaram o acampamento no gramado do acesso ao Congresso Nacional com autorização do presidente da Câmara, Eduardo Cunha, que imaginava com isso forçar o governo a intervir para barrar o processo de cassação do seu mandato por falta de decoro – Cunha mentiu em depoimento à CPI.

O clima na Capital Federal está tenso. Cunha luta desesperadamente para salvar o cargo e o mandato, mas está se enrolando cada vez mais. Descobriram depósitos bancários em nome de um tal de Jesus ponto com, que obviamente não é o filho de Deus, mas o próprio Cunha.

Nesta quinta-feira, Cunha esvaziou a reunião do Conselho de Ética que iria apreciar o parecer do relator Fausto Pinato – que pede a investigação contra ele ( Cunha ) por quebra de decoro.

A oposição protestou e aos gritos “fora Cunha” e “vergonha, vergonha” se retirou do plenário impedindo o quórum para a reunião que Cunha convocou. Sem saber o que fazer, Cunha suspendeu temporariamente a decisão do 2º secretário da Câmara, Felipe Bornier, que, orientado pelo próprio Cunha, havia declarado invalida a reunião do Conselho de Ética que apreciaria o pedido de abertura de inquérito contra o presidente da Casa.

Na verdade, Cunha quer ganhar tempo porque a suspensão é temporária e depende do vice-presidente da Câmara – que, obviamente, não irá de encontro aos interesses do presidente.

E assim segue a República brasileira que surgiu de um golpe devido a uma dor de cotovelo e possui uma bandeira que reverencia a Monarquia. As cores verde e amarela não representam as nossas matas, florestas e riquezas como se ensina nas escolas, e sim a união entre o Império brasileiro com a Áustria.

Cunha decidiu agora atirar contra a própria Câmara ao dizer que existem mais de 100 deputados sendo investigados, inclusive o relator Fausto Pinato, mas só ele ( Cunha ) é que está ameaçado de punição.

Tem razão, mas Cunha esqueceu o detalhe: só ele, até agora, faltou com a verdade em depoimento à CPI e foi desmascarado.

Com manifestantes golpistas exibindo armas e atirando em via pública, só está faltando um cadáver. Mas esse cadáver não vai salvar Cunha.

Como explicar o silêncio do Aécio na tragédia em Minas Gerais?
   18 de novembro de 2015   │     17:26  │  19

Brasília – Demorou.

Acho que foi depois de ouvir o jornalista Cláudio Humberto Rosa e Silva cobrar dele o pronunciamento sobre a tragédia anunciada em Minas Gerais e que envolve a Companhia Vale do Rio Doce, que o senador Aécio Neves finalmente se pronunciou sobre o maior crime ambiental da história do País.

Antes tarde do que nunca, dir-se-á e é verdade.

Mas, em nenhum momento da sua fala o Aécio citou o nome das empresas responsáveis pela tragédia, especialmente a Companhia Vale do Rio Doce, aquela mesma que o governo Fernando Henrique Cardoso vendeu a preço de banana e ainda mandou o BNDES dar o dinheiro aos compradores.

Para quem vive a pregar lisura e ética, o silêncio tumular pegou mal e suscitou a dúvida atroz sobre o porquê do silêncio tumular do Aécio. Por que, alguém sabe?

Não dá para entender o silêncio tumular em quem com tanta veemência tem atacado a Petrobras. Já imaginaram se a tragédia tivesse sido causada pela Petrobras?

Pois é. Já pensou?

Aí o senador José Serra reapresentaria a proposta dele para entregar a Petrobras aos gringos e, com certeza, o Aécio avalizaria a proposta e discursaria para culpar o governo pela tragédia e alegar que a Petrobras era gerida por incompetentes.

A dúvida é: se o Aécio não se solidarizou com os irmãos mineiros atingidos pela tragédia, há sinceridade na solidariedade do Aécio ao País ou é tudo interesse momentâneo e eleitoreiro?