Monthly Archives: outubro 2015

Entre o Cunha e a espada, o PSDB se camuflou
   20 de outubro de 2015   │     10:11  │  5

Brasília – O principal partido de oposição vive o dilema comum de quem quer o poder pelo poder, ou seja, sem pudor.

É o caso do PSDB, que protege o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, e se escondeu estrategicamente para evitar se posicionar sobre os escândalos do Jesus ponto com.

O PSDB vive o dilema de estar entre o Cunha e a espada.

Mesmo contando com a blindagem dos que procuram maus feitos na Petrobras, sem cogitar que tudo começou no governo Fernando Henrique Cardoso, o PSDB não tem discurso.

A cantilena é repetitiva e enfadonha, de modo que até o senador Aécio Neves parece desconfortável quando tem de opinar.

Quem sabe isto se deve a queda da máscara, que se deu com a proposta absurda do senador José Serra para a privatização camuflada da Petrobras.

Foi no governo FHC que se propôs mudar o nome da empresa para Petrobrax, com o fito de abrir caminho para fazer com a Petrobras o que fizeram com a Companhia Vale do Rio Doce.

Agora que o presidente da Câmara tenta obter no Supremo Tribunal Federal o “cheque em branco” para o golpe, o PSDB vislumbra o naco de possibilidade de chegar ao poder.

Cunha quer o aval do Supremo para o golpe, que a oposição apelidou de impeachment, mas é ingenuidade dos tucanos se acreditam que o objetivo do presidente da Câmara é derrubar a Dilma.

Na possibilidade de obter uma vitória no Supremo, o que o presidente da Câmara quer é ter de volta o poder de barganhar no momento complicadíssimo em que vive.

Cunha teme pela esposa e a filha, que já foram citadas nas investigações como beneficiárias do esquema de corrupção, e não dispõem de imunidade parlamentar.

Mesmo assim, sem proposta, sem bandeira e sem credibilidade, só resta ao PSDB aproveitar o momento – ainda que isto deixe o PSDB entre o Cunha e a espada.

A China voltou a crescer. E agora, golpistas?
   19 de outubro de 2015   │     14:24  │  24

Brasília – A notícia de que a China vai crescer 6% este ano não agradou aos golpistas, por isso foi repassada assim: a China vai crescer “apenas” 6% este ano.

Para os que vem torcendo pelo quanto pior, melhor, e agouram o País na expectativa de ver tudo desmoronar a notícia realmente é péssima.

Se a China vai crescer 6%, então as exportações brasileiras também vão crescer e isto não agrada aos golpistas.

Desculpem aí, mas o quadro negro golpista que se pintou está desbotando.

O protesto dos gatos pingados e o medo da água fria
   17 de outubro de 2015   │     23:17  │  23

Brasília – Em São Paulo foram 20 pessoas, em Belo Horizonte 17 pessoas, na Capital Federal contaram 15 pessoas e Curitiba e Porto Alegre não contaram ninguém porque ninguém saiu na chuva às ruas para protestar nesta sábado, 17.

E em Recife? Ah, em Recife alguns gatos pingados, do mesmo que se contou em Maceió, Aracaju, Salvador…e demais Estados.

E contra o que mesmo eles protestavam mesmo? Contra a corrupção, era?

Não. Propriamente contra a corrupção não. O real motivo do protesto é colocar o Aécio Neves na presidência da República pela janela dos fundos. Afinal, para os golpistas o fim justifica o meio utilizada para se alcançar a finalidade.

E a finalidade é o poder.

E nem o malogro da manifestação convocada para o sábado 17 de outubro, fá-lo-á desistir. O golpista é, antes de tudo, um teimoso insistente e não desiste nunca.

A manifestação foi um malogro porque nem mesmo a cobertura jornalística direcionada a alardear a crise, e isto no rastro das decisões rebaixando a nota de crédito do País, levou mais gente às ruas.

Ufa! Parece que a maioria dos brasileiros entendeu que o golpe, que está apelidado de impeachment, somente agravaria a situação. A demonstração internacional da instabilidade da República afugentaria capitais porque ninguém investe num País instável.

Ufa! Os golpistas agora cabem num fusquinha!

O que vocês acham que aconteceu para explicar o fiasco da manifestação golpista?

Fi-lo porque qui-lo, na República dos golpes baixos
   15 de outubro de 2015   │     22:27  │  13

Brasília – Nada deveria estranhar na República brasileira dos golpes, que surgiu com o aval da Inglaterra – que estava desconfiada da união matrimonial entre a prole de Pedro II e a nobreza francesa.

Ocorre que já era tempo de a República brasileira dos golpes demonstrar que aprendeu com os traumas. Em 1889 o marechal Deodoro deu o golpe e botou Pedro II pra correr; em 1930 os tenentes alicerçaram o golpe e puseram o presidente Washington Luiz para correr.

Em 1945 deram um golpe e derrubaram Getúlio Vargas, que não foi obrigado a correr, mas teve o final pior ao se matar anos depois antes de sofrer outro golpe.

Em 1964 os tenentes eram generais e puseram o presidente João Goulart para correr, e assumiram o poder.

O Brasil está hoje literalmente dividido e não é só pela crise financeira que atravessa, até porque ela tem forte componente de origem externa, mas também pela cultura golpista que parte da sociedade cultua.

O ex-presidente Lula é o alvo dessa parte golpista da nação.

A oposição vê se concretizar toda a sua trama contra o Lula e o depoimento do ex-presidente ao Ministério Público Federal só não levou a oposição ao orgasmo porque o Lula se ofereceu para depor.

Esperava-se a intimação constrangedora.

Imagine-se o Lula respondendo acerca do lobby em favor de empresas brasileiras no exterior:

Fi-lo porque qui-lo e fá-lo-ei novamente se preciso for.

Mas não basta. Depois de descobrirem que o pedido de impeachment com base em pedaladas praticadas em 2014 referia-se ao mandato passado, eles de tanto esmiuçar descobriram que no primeiro semestre o governo também pedalou.

E aí vem mais outra tentativa do golpe branco, que é apelidado de impeachment, do mesmo modo como se camufla a real história da República brasileira.

Essa é a República dos golpes baixos, desde 1889 quando a República surgiu de…

Um golpe baixo.

A expectativa agora é em relação ao presidente da Câmara, Eduardo Cunha, que até ontem a oposição golpista tinha como aliado e hoje já admite que Cunha já decidiu que vai salvar a si primeiro, antes de quebrar o galho da oposição golpista.

Está vendo aí, seu Deodoro da Fonseca, o que foi que você fez?

Quem inventou o analfabeto e ensinou o alfabeto ao professor?
     │     9:54  │  9

Brasília – A educação deveria ser igual ao ar que se respira: abundante e gratuita. Mas, no Brasil, a educação só se expandiu a partir do governo Lula.

Houve um naco de esperança no governo Getúlio Vargas, com a expansão do ensino profissionalizante, e em seguida veio a derrocada.

A partir do golpe de 1º de abril de 1964, a degradação do ensino se acentuou ao ponto de se criar a reforma universitária para se impedir que os universitários firmassem entre si a cumplicidade acadêmica e pensassem o País.

Isto, sem falar na “Lei do Boi”, que era a lei que praticamente inviabilizava o acesso ao curso de Agronomia para quem não era filho de fazendeiros.

No governo Fernando Henrique Cardoso foi o caos, com as universidades federais e as escolas públicas criminosamente destroçadas para se expandir a indústria de canudos de papel, ou seja, a rede particular de ensino.

E imaginar que o FHC era um professor…

No Brasil chama-se professor de pedagogo e o pedagogo era o escravo que levava o filho do senhor de engenho à escola.

Talvez isso possa explicar a situação da educação no País.

E, sobretudo, explicará se para a infelicidade geral da nação o País vier novamente a ter um governo que sucateia o ensino público para fomentar a indústria do canudo de papel. Igual o governo FHC fez.

Mas, apesar desses que consideram a educação um negócio lucrativo, feliz Dia dos Professores!