Monthly Archives: agosto 2015

Investigar o Lula pode, mas investigar o Aécio não pode
   25 de agosto de 2015   │     22:22  │  16

Brasília – Não sei se foi bem isso o que se viu e ouviu na Globo, no Jornal Nacional, mas quer dizer que um dos delatores voltou a afirmar que o senador Aécio Neves também recebeu dinheiro desviado da Petrobras ou foi de Furnas?

Tanto faz porque o fundamental é investigar a Petrobras, Furnas, a empresa ou órgão público que for; afinal, a Operação Lava Jato já está desmembrada mesmo…

Se é tudo mesmo assim como que se vê e se ouve, então por que o Aécio também não está no rol dos investigados?

Não sei; só sei que foi assim: apesar da citação ninguém encontrou o elemento de prova nem substância nas revelações e optou-se por dar tudo por “desouvido” – e essa palavra “desouvido”eu inventei agora, para se contrapor mais efusivamente ao verbo ouvir.

Isso se dá porque já foram citados alguns nomes do PSDB que escaparam porque já faleceu – que é o deputado federal Sérgio Guerra; ou não se sabe bem ainda o motivo de terem sido citados e estão fora da Operação Lava Jato.

Mas pode ser que se trate de outra fase operacional.

Concomitantemente, no noticiário chamou atenção o desempregado que distribuía o currículo para os motoristas no meio do trânsito e foi flagrado pela reportagem. Digam-me uma coisa: se o desempregado fosse entregar o currículo de empresa em empresa, ou se estivesse inscrito no cadastro do Sine, será que não seria mais direto?

Não sei se o melhor desfecho da história do desempregado seria ele reaparecer na suíte da matéria empregado ou se o desfecho melhor é ele reaparecer continuando ainda desempregado?

Vocês decidem.

Fechando o noticiário, tem a colaboração da presidente Dilma para o cenário dantesco. A presidente disse e se desdisse de acordo com a plateia e isso está incutindo confusão na cabeça das pessoas – umas porque já são predispostas a se contraporem por opção política; outras porque ficarão confusas mesmo.

Sim, e fica também a pergunta: investigar o Lula, pode; investigar o Aécio, não pode?

Dançando na chuva, estrelando Geraldo Alckmin e Dilma Rousseff
     │     17:22  │  3

Brasília – Os coxinhas devem estar estourando pelas costas feito cigarra, com a foto da jornalista Fernanda Albano, assessora de Imprensa da Prefeitura de Catanduva-SP.

A foto é o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, onde o PSDB governa desde quando o Mar Morto ainda estava vivo, amparando da chuva a presidente Dilma Rousseff.

Não era uma chuva assim, copiosa, mas era chuva. Uma garoa, como diz o paulista, mas que molha e encharca.

A Dilma foi a Catanduva entregar 1,2 mil residências construídas pelo programa Minha Casa, Minha Vida, e o governador do PSDB fez questão de acompanhá-la.

Essa é a República que o Brasil necessita. Aquela outra República, a do golpe, esta é coisa de coxinha e não se deve levar a sério porque coxinha, mesmo unido, será vencido.

As duas crises que encurralam a presidente Dilma
   24 de agosto de 2015   │     22:04  │  11

Brasília – Há uma crise financeira mundial, que obviamente afeta e muito o Brasil, e há uma crise no Brasil que é estritamente de ordem interna e tem origem no Palácio do Planalto.

O presidente da Câmara, Eduardo Cunha, não dá o nome, mas o que se comenta é que a crise interna tem nome: é Aloisio Mercadante.

O chefe do Gabinete Civil da presidente Dilma é o único chefe do Gabinete Civil que não tem diálogo com o Congresso Nacional e, se isto já não bastasse se tornou a fonte do vazamento de informações sigilosas da Operação Lava Jato – que não se sabe ainda como conseguia.

Nem os governos militares ousaram escolher um chefe do Gabinete Civil hostil ao Congresso Nacional. A presidente Dilma pode pagar caro por isso.

A reforma ministerial pode ser a gota d`agua que fará transbordar a insatisfação. São 39 ministérios, o maior número registrado após o fim dos governos militares.

No governo Sarney eram 25 ministérios, que o presidente Fernando Collor de Mello reduziu para 16, mas o presidente Itamar Franco ampliou para 23, o Fernando Henrique Cardoso elevou para 32, o Lula subiu para 37 e a Dilma trabalha agora com 39 ministérios, dos quais com muitos ministros sequer despachou até hoje.

O vice-presidente Michel Temer cansou e com razão. No primeiro mandato, a Dilma nunca o chamou para conversar e mesmo agora, em apuros, apenas tem usado o vice-presidente como bombeiro. Debelada a ameaça de incêndio, tudo volta ao que era antes e Temer retorna ao ostracismo.

O que tem segurado o governo, nessa relação turbulenta com o Congresso, é o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, que em dois dias chegou a procurar o presidente do Senado, Renan Calheiros, três vezes, Numa das vezes, Renan recebeu Levy na residência oficial do presidente do Senado e os dois almoçaram juntos, tal era a pressa da conversa.

Ao anunciar que vai extinguir 10 ministérios, Dilma criou uma expectativa maior do que o número que pretende atingir nessa reforma. São 39 ministérios, menos 10 ficarão 29 ministérios, mas o correto é voltar a 16 ministérios.

Por exemplo: tem o Ministério da Agricultura e o Ministério do Desenvolvimento Agrário. É a mesma coisa que criar o Ministério da Saúde e o Ministério da Doença.

A presidente Dilma não pode prescindir do vice-presidente Michel Temer, nem do senador Renan Calheiros, porque na Câmara ela já sabe que não tem negócio com o presidente Eduardo Cunha.

 

Bolsa de Valores na China opera em queda. Culpa da Dilma e do Lula
     │     12:39  │  15

Brasília– Demorou, mas finalmente a mídia golpista entendeu que não dava mais para esconder a realidade econômica mundial influenciada pela desaceleração da economia chinesa.

As Bolsas de Valores de Xangai e Shenzhen registraram queda de 8%, apesar de todo o esforço do governo chinês. E a Dow Jones também opera em queda.

Culpa da Dilma e do Lula?

As maritacas insistem em deixar transparecer que é tudo culpa da Dilma e do Lula, porque as maritacas se movem pelo golpismo. Basta lembrar as datas dos protestos em março e abril, que recordaram o golpe de 1º de abril de 1964.

Batendo panelas sem intimidade, porquanto as panelas são bibelôs da raça ariana, as maritacas miram agora a base aliada do governo na tentativa de arrastar todos à lama. Não vão conseguir, claro, mas continuarão fazendo barulhos porque é da índole da maritaca.

Que ninguém se surpreenda se as maritacas relacionarem a queda na Bolsa de Valores chinesa à Operação Lava Jato.

Querem tocar fogo na República
   23 de agosto de 2015   │     20:28  │  4

Brasília – Para chegar à Presidência da Câmara, o deputado federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ) montou previamente o esquema que surpreendeu ao governo – só não surpreendeu os mais atentos, que conhecem os meandros da política nacional.

Os votos dos evangélicos mais os votos da oposição garantiram a vitória antecipada de Cunha, que se tornou adversário do governo com o ressentimento de ter sido exposto publicamente como corrupto que usa a igreja da qual é pastor para lavar dinheiro sujo.

A semana promete novos embates e não dá para prognosticar o desdobramento.

No Senado a pauta é a sabatina para recondução do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, que Cunha acusa de persegui-lo. Uma semana de muita discussão e suspenses, sem dúvida, mas tudo como ingrediente de uma mesma panela que ferve à Lava Jato.

É mais um teste para a República.

Não é fácil, e acho até impossível, conter essa oposição que tem saído às ruas pregando o impeachment e até a volta dos militares ao poder – o que equivale a pregar a ditadura. Esse sentimento é indestrutível e o governo sabe que terá de conviver com ele.

A República está correndo risco.

Não se comemora o ineditismo de se assistir a uma operação policial-judicial que prende poderosos; o que se comemora pregando o impeachment é o fato de envolver alguns petistas, e isto poder justificar o golpe.

Com o presidente da Câmara na berlinda e o vírus golpista em ebulição, somente a sensatez poderá desviar o vento golpista. E essa sensatez tem sido demonstrada pelo presidente do Senado, Renan Calheiros, como equilíbrio da República.

Está tudo mesmo imprevisível porque o que se busca é o golpe.