Brasília – Os ministros do Planejamento, Nelson Barbosa, e da Fazenda, Joaquim Levy, foram entregar ao presidente do Senado, Renan Calheiros, a proposta orçamentária do governo para 2016 meio constrangidos.
Ou, no mínimo, como quem sabe que será difícil convencer os congressistas a aprovarem a proposta sem antes atender à proposta apresentada pelo senador Renan ao governo – que é reduzir a estapafúrdia quantidade de ministérios.
São 40 ministérios, mas o vice-presidente Michel Temer acumula a função de ministro e aí ficam 39 ministérios, o que é inédito na República.
Tem ministérios conflitantes, como é o exemplo do Ministério do Desenvolvimento Agrário se conflitando com o Ministério da Agricultura.
Mas, não está sendo fácil para o governo reduzir os ministérios sem ferir suscetibilidades. A redução do número de ministérios implica em desempregar a base, seja ela militante ou momentaneamente aliada, e isto tem um custo alto.
A presidente Dilma hesita e açoda o PMDB, que voltou a falar uníssono: o vice-presidente Michel Temer, o presidente do Senado, Renan Calheiros e o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, pregaram a reforma do estado como ponto crucial para o governo.
A proposta orçamentária deficitária é inédita, mas não é ilegal. Causa instabilidade e aumenta as dúvidas e isto por si só já penaliza a nação, mas o governo pode estar querendo impor o seu jogo com a perspectiva de que conterá a onda reivindicatória que só aumenta as despesas do erário federal.
Quando reconhece o déficit orçamentário o governo deve estar querendo antecipar que as demandas sociais ficarão pendentes em 2016.
Não dá como escamotear o impasse e o governo está com o dilema: fazer a reforma ministerial e atender ao Congresso Nacional ou encarar o Congresso Nacional.