Monthly Archives: julho 2015

Operação Lava Jato e o risco que a República corre
   16 de julho de 2015   │     22:43  │  25

Brasília – Entre surpresa e perplexa, a sociedade acompanha o desenrolar da Operação Lava Jato – que o Ministério Público Federal do Paraná desencadeou e colocou na berlinda o juiz federal Sérgio Moro.

Aplaudido por uns e criticado por outros, o juiz é hoje a personalidade mais em evidência e pauta obrigatória para a imprensa, que fustiga a operação há mais de ano.

O tema da discussão é o motivo pelo qual apenas o PT e os partidos aliados estão no centro das investigações? Serão apenas eles os culpados, ou a prática antiquíssima de favorecimentos no serviço público em troca de dinheiro é uma pratica generalizada?

Será mesmo que são apenas o PT, o PMDB, o PP e o PTB adeptos dessa prática?

Tem jurista que garante a iniquidade da Operação Lavo devido a incompetência jurisdicional de se investigar a Petrobras fora do foro legal da empresa – que é o Rio de Janeiro.

Outros seguem o caminho inverso e sustentam que não há ilegalidade nenhuma.

Mas, é inegável e indisfarçável o ressentimento que a operação está deixando no Congresso Nacional – que se considera ultrajado com a invasão de seus imóveis residenciais.

Mesmo os parlamentares que não estão citados na operação, por solidariedade e prevenção, engrossaram o coro dos que reclamam exigindo respeito ao Poder Legislativo.

O presidente da Câmara, Eduardo Cunha, é o mais indignado e garante que não é por ter sido citado na operação. Para ele, se trata do respeito que se deve manter entre os poderes.

O pior é que todos os envolvidos têm certeza de que o Palácio do Planalto tem fustigado a operação ou no mínimo apoiado disfarçadamente.

Mas, não muito disfarçadamente porque o encontro do ministro Ricardo Lewandowski com a presidente Dilma em Lisboa serviu para reforçar a certeza.

Mas, o presidente do Supremo Tribunal Federal assinou a autorização para a investida contra o Congresso Nacional em conjunto com mais dois ministros – o que dá o efeito de decisão colegiada.

Sabe-se agora como a Operação Lava Jato começou, mas não se sabe como vai terminar. As sequelas vão ficar e não será fácil superá-las.

O risco de a operação fazer eclodir uma crise entre os poderes da República é cada vez maior e a discussão central é qual o limite do Ministério Público e, especialmente, se é possível impô-lo.

Do outro lado da vitrine, a sociedade pode vir a se frustrar com o resultado final. A espetacularização que a Operação Lava Jato está promovendo pode ser muitíssimo maior do que a sociedade verá na prática.

A operação está agora na fase do disse-me-disse e do foi-e-não foi que confunde e põe em xeque todo o trabalho. Afinal, foi ou não foi?

E se não bastasse, a operação é desencadeada concomitantemente com o desejo mórbido do terceiro turno da eleição presidencial.

Daí, ao apontar para o Congresso Nacional a operação pode estar provocando os que nutrem esse desejo.

Lula volta a aconselhar Dilma e sugerir mudanças no Ministério
   14 de julho de 2015   │     23:45  │  13

Brasília – A presidente Dilma e o ex-presidente Lula almoçaram juntos nesta terça-feira, 14, e depois conversaram por quase cinco horas com pouquíssimas testemunhas.

Entre os convivas estava o ministro da Defesa, Jackson Wagner, que o Lula gostaria de ver no Gabinete Civil, mas a Dilma tem protelado a mudança.

O ministro do Gabinete Civil, Aloísio Mercadante, também participou do almoço e das conversas, mas dizem que falou pouco.

O que se comentou sobre o encontro reservado é que Lula sugeriu à Dilma duas coisas:

1)Viajar pelo país inaugurando obras.

2)Conservar mais com o PMDB.

Se a presidente vai seguir os conselhos, não se sabe; mas sabe-se que a presidente precisa reagir para não aguçar a insatisfação da base aliada.

E como não poderia deixar de ser, a Operação Lava Jato também entrou na pauta, principalmente devido ao encontro de Dilma com o ministro Ricardo Lewandowski, um dos três signatários – os outros dois foram os ministros Celso de Mello e Teori Zavaski – da operação que atingiu integrantes do Congresso Nacional e da base aliada do governo.

Dizem que a presidente optou por não dar opinião nem revelar o teor da conversa reservada com Lewandowski.

Terminado o encontro, Lula saiu como entrou. Ou seja, calado à imprensa.

Mas, sabe-se que ele novamente vai vestir a roupa de bombeiro para conversar novamente com o senador Renan Calheiros, que a Dilma tentou agradar quando pediu o cargo de ministro do Turismo indicado por Renan, e Renan recusou todas a ofertas que ela lhe fez como, por exemplo, a presidência da Codevasf.

 

Collor estranha ação policial e critica o arbítrio
     │     13:39  │  24

Brasília – A defesa do senador Fernando Collor de Mello distribuiu nota à imprensa estranhando a operação policial desencadeada contra as empresas das quais o senador é sócio majoritário. A nota também estranha o fato de o senador ter-se oferecido para esclarecer as dúvidas existentes em relação a ele e, embora confirmado, por duas vezes os esclarecimentos foram desmarcados.

Leiam a nota na íntegra:

REPÚDIO VEEMENTE A UMA OPERAÇÃO APARATOSA –
A defesa do Senador Fernando Collor repudia com veemência a aparatosa operação policial realizada nesta data em sua residência. A medida invasiva e arbitrária é flagrantemente desnecessária, considerando que os fatos investigados datam de pelo menos mais de dois anos, a investigação já é conhecida desde o final do ano passado, e o ex-presidente jamais foi sequer chamado a prestar esclarecimentos.

Ao contrário disso, por duas vezes o Senador se colocou à disposição para ser ouvido pela Polícia Federal, sendo que nas duas vezes seu depoimento foi desmarcado na véspera. Medidas dessa ordem buscam apenas constranger o destinatário, alimentar o clima de terror e perseguição e, com isso, intimidar futuras testemunhas.

A medida invasiva traduz os tempos em que vivemos, em que o Estado Policial procura se impor ao menoscabo das garantias individuais seja do ex-Presidente, do Senador da República, ou do simples cidadão. Afinal, se nem os membros do Senado Federal estão livres do arbítrio, o que se dirá do cidadão comum, à mercê dos Poderes do Estado.

Quando a Justiça ouve a Voz do Corredor
     │     3:21  │  9

Brasília – Quando a Justiça ouve a Voz do Corredor, onde está a Justiça?

No corredor?

E por que a Voz do Corredor vazou para a televisão?

E vazou para a televisão por que a Justiça ouve a Voz do Corredor ou por que a Voz do Corredor é a Justiça brasileira?

E o Paulo Roberto Costa, quem o inventou para ser diretor da Petrobras? Também foi a Voz do Corredor?

Essas perguntas ficarão sem respostas, até que o sargento Garcia prenda o Zorro. E se não prender é besteira pelejar porque morreu.

A sociedade está atônita com tantas operações policiais e inquéritos, que todos estão em jogo dentro do caldeirão de expectativas – a imprensa está em jogo, a polícia está em jogo, o ministério público e a justiça estão em jogo.

Se a testemunha é a Voz do Corredor, aí…

Aí o quê?

Aí está tudo perdido.

A Voz do Corredor é igual ao Fogo Corredor, que é o fogo facto, que entra em ebulição em todos os cemitérios devido à decomposição dos corpos dos falecidos, mas que assusta a muitos incautos – que juram ter visto fantasmas e se assombram.

Mas, é tudo ilusão de ótica.

O depoimento do Paulo Roberto Costa se assemelha ao fogo facto, que assombra os incautos, mas já não ilude os espertos.

Conte outra, Paulo Roberto Costa. Quem sabe você pode convencer de que não é um fogo facto.

Ou então, que se prenda a Voz do Corredor. E a submeta a um interrogatório assim:

– Senhor Paulo Roberto Costa. O senhor deu dinheiro pra quem?

Dei dinheiro para o Renan, para o Collor e para o Lula.

– Mas o senhor entregou o dinheiro pessoalmente a eles? Como o senhor sabe que o dinheiro era para o Renan, o Collor e o Lula.

– Era a voz do Corredor.

– Mandem chamar a Voz do Corredor! Voz do Corredor, é verdade que você deu dinheiro para o Renan, o Collor e o Lula?

– E euuuuuuuuuuuu! Eu nem existo! Eu não tenho CPF, nem Identidade, nem residência, doutor. Eu sou a Voz do Corredor e, por conseguinte, inimputável. E o senhor leva em conta a Voz do Corredor, é doutor?

Próxima pesquisa trará Aécio eleito no 1º turno
   12 de julho de 2015   │     21:35  │  25

Brasília – Anotem aí: a próxima pesquisa eleitoral para presidente da República em 2018 trará o senador Aécio Neves eleito no primeiro turno, com mais de 51% das intenções de votos.

E por que estou dizendo isto?

Porque já divulgaram a pesquisa “constatando” que os nordestinos se arrependeram de ter votado na Dilma e isto é o que falta para anunciar a pesquisa extemporânea sustentando, com erro de 2 pontos percentuais para mais e para menos, que o Aécio vence a eleição para presidente se a eleição fosse hoje, e no primeiro turno.

E por que 51%?

Porque 51 é uma boa ideia.

Nunca, na história deste país, alguém mandou fazer e divulgou pesquisa para presidente da República com tanta antecedência. O que se pretende com isto?

Fazer a cabeça da sociedade ou mostrar à Dilma que até o nordestino já migrou para o Aécio. Ora, se a Matemática Moderna e o Conjunto Vazio existem – então tudo pode existir. Os números podem ser manipulados porque, na realidade, só existem dois números – 0 zero e o 1.

Na eleição presidencial no segundo turno, um instituto de pesquisa divulgou a vitória do Aécio com uma diferença inimaginável, ainda que a vitória do Aécio pudesse ser possível, e isto mostrou que a pesquisa não tem a finalidade de informar e sim de induzir.

É da natureza humana sempre procurar quem vai ganhar e, para isto, também se presta a Matemática Moderna com os seus Conjuntos Vazios e Conjuntos Unitários – e imaginem um conjunto sem ninguém, sem nada, e um conjunto com uma 1 pessoa ou coisa.

Pois existe. Não existe na prática, mas existe nas pesquisas da Matemática Moderna.

E tem gente que se deixa levar. Sabia?

E aí: a próxima pesquisa trará o Aécio eleito no primeiro turno. A pergunta é: você alguma vez já foi abordado por um pesquisador para saber em qual candidato a presidente da República vai votar em 2018?

E o que respondeu?

Voto no Lula.

Voto no Aécio.

Você não acha muito cedo para fazer essa pergunta? Você não acha que o quadro não é tão negro quanto se pinta?