Monthly Archives: julho 2015

O encontro do Lula com Fernando Henrique Cardoso
   23 de julho de 2015   │     14:12  │  23

Brasília – Os ex-presidentes Lula e Fernando Henrique Cardoso devem se encontrar para um colóquio em caráter reservoso. Na pauta, a proposta do terceiro turno da eleição presidencial camuflada no impeachment.

E há brecha para o impeachment?

Não, não há, mas se abre quando se quer. O impeachment é muito mais um instrumento político do que jurídico e se há essa má vontade em relação ao governo na Câmara Federal, onde tudo começa, é bom se precaver.

A conversa do Lula com o FHC deve se desenrolar com esse tema, porque não há nada mais que os dois tenham a tratar. O próprio antagonismo político, que os coloca em posições extremas, não deixa brecha para mais nada além da proposta do impeachment.

As manifestações da oposição realizadas em março e abril em datas “históricas” para o movimento golpista nacional sugere a cautela que o Lula adotou, ao ponto de propor o encontro com FHC.

Em nome da República e da estabilidade política fecha-se o acordo entre os dois adversários e ex-presidentes. O próprio PSDB parece dividido e o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, não se importou em assumir a defesa da legalidade e condenar o golpismo se posicionando contra a proposta do impeachment.

Mas, no momento em que estão todos sobressaltados, é recomendável não pagar para ver. O processo de impeachment começa na Câmara, onde há ressentimentos capitaneados pelo presidente Eduardo Cunha, que tem o controle de mais da metade da Casa.

Cunha acredita, e não adianta tentar demovê-lo, que o seu envolvimento na Operação Lava Jato tem o dedo do Palácio do Planalto, que não o queria na presidência da Câmara. De fato, muita coisa vazou à imprensa pelo Palácio do Planalto e há suspeita de que vazou, mais precisamente, pelo ministro do Gabinete Civil, Aloísio Mercadante.

Justiça boa pra cachorro…
     │     1:05  │  2

Brasília – Que o cachorro é o melhor amigo do homem, isto já se sabe.

1)O cachorro é o melhor amigo do homem.

2)O cachorro é solidário.

3)O cachorro é amante fiel.

Mas, cachorro depondo na justiça, sinceramente, nem God, que é dos Estados Unidos, imaginava que se chegasse a esta jurisprudência.

Chegou.

Eu fico imaginando o interrogatório, porquanto todas as partes envolvidas no processo devem ser ouvidas:

– Seu nome?

– Bob.

– Você quer ficar com o Aurélio ou com a Iasmin?

– Au, au, au, au…

– Defina-se! Respeite a dura lex sede lex.

– Au,au…ii, ii…á…á…tichin!

– Iasmin?! Decidido. O paciente quer ficar com a Iasmin. Está encerrada a audiência.

Ocorreu que o Aurelino recorreu da decisão e ganhou o direito de ficar com o bob dois dias na semana. Diga aí?!

É ou não é a justiça boa pra cachorro?

Operação Lava Jato omite nomes do PSDB
   22 de julho de 2015   │     17:38  │  18

Brasília – A Operação Lava Jato volta à berlinda, com a notícia de que os nomes de expoentes do primeiro time do PSDB foram omitidos pela Polícia Federal no relatório do grampo do telefone do empresário Marcelo Odebrecht.

Os nomes do governador São Paulo, Geraldo Alckmin, e do senador José Serra foram camuflados com uma tarja preta.

É isto o que está circulando na Internet e como não houve desmentido conclui-se que a blindagem dos líderes do PSDB é verdade. Mas, por que camuflar os nomes de Serra e Alckmin?

É possível que não haja anormalidade; na condição de empresário importante e que comanda uma empresa de atuação internacional, Marcelo Odebrecht tem contato com autoridades e isto é perfeitamente natural, ou seja, a priori não se constitui crime.

Mas o fato de se omitir os nomes de integrantes do PSDB, enquanto se faz vazar à imprensa os nomes de políticos do PT e da base de apoio do governo, deixa a operação policial sob suspeita no que se refere à conduta que deve ser isenta.

O que fica é a dúvida atroz: falar com o Alckmin e o Serra pode; falar com o Lula, não pode.

Já na 14ª edição, a Operação Lava Jato tem tropeçado nos próprios pés. Pode ser que os tropeços não sejam resultado do direcionamento das investigações para incriminar apenas o PT e seus aliados, mas a impressão que fica é de pirraça.

E tudo isto acontece concomitantemente com a má vontade deliberada da imprensa em relação ao governo e, especialmente, ao PT. Não há notícia boa nas manchetes em relação ao governo, mas a discriminação causada pela seletividade das notícias que blinda uns e fustiga outros pegou mal.

Afinal, o que se espera é imparcialidade.

As pedaladas da Dilma, que acunhou o Cunha
   21 de julho de 2015   │     14:14  │  18

Brasília – Todos os governos, sem exceção, praticaram as chamadas “pedaladas fiscais”, que é a ginástica contábil que é feita inspirada na Matemática Moderna – que tem até Conjunto Vazio.

Certo ou não, se trata de prática usual.

Mas, é também o meio pelo qual se pode perturbar o governo quando há má vontade em relação ao governo e, especialmente, quando o derrotado nas urnas nutre morbidamente o desejo de revanche fora de época.

Na teoria, a lei serve para enquadrar o transgressor; na prática, a lei serve para livrar o aliado e punir o adversário.

Tem sido assim.

No momento atual, quando a presidente Dilma está sendo encurralada, o desejo de vingança que se materializa no presidente da Câmara, Eduardo Cunha, coloca em risco a estabilidade política porque a República brasileira tem a peculiaridade de ter sido proclamada por uma dor de cotovelo.

Não foi nada de filosófico nem racional. Foi por uma dor de cotovelo mesmo, que acometeu o marechal Deodoro da Fonseca, na disputa com o senador Silvério Martins pelo amor da baronesa de Triunfo.

Tem algo mais bizarro?

Pois o Brasil, que só a partir de 1990 conheceu a mais longeva República, vive agora o sobressalto causado pelo ineditismo de uma operação conduzida pela Justiça, o Ministério Público e a Polícia Federal do Paraná.

No paralelo, surge o questionamento sobre o comportamento do ex-presidente Lula ao trabalhar favoravelmente a uma empresa brasileira arranjando-lhe obras no exterior.

Querem porque querem enquadrar o Lula por fazer o que os ex-presidentes dos Estados Unidos fazem até como tarefa patriótica, que é ajudar a expandir a economia e fortalecer as empresas.

As pedaladas da Dilma, o lobby do Lula e a reação de Eduardo Cunha é o que ficaram na berlinda como contrapeso da Operação Lava Jato. É como se estivessem a tramar: se não for por aqui é por ali que se pega o governo.

E nessa trama diabólica, o que menos importa é o País.

Operação pega o Lula vive o impasse do arrodeio
   20 de julho de 2015   │     11:17  │  18

Brasília – A operação “pega o Lula” está em curso; há quem acredite que toda essa operação policial fez o arrodeio, mas o alvo é o Lula.

Acusar o ex-presidente de fazer lobby em favor de empresas brasileiras poderia ser motivo de elogio, mas o momento é de perseguição implacável porque o Lula é fortíssimo candidato a presidente da República em 2018 e isso tem várias implicações:

1) É inédito na história do País um partido ficar tanto tempo no poder.

2) O exemplo parecido, com Getúlio Vargas, terminou em tragédia.

3) A volta do Lula implicará na derrota da oposição por cinco mandatos seguidos.

O problema é que não está sendo fácil colocar o Lula no rol dos culpados e isto se dá por dois motivos: não é crime fazer lobby em defesa dos interesses do país; e há o receio da reação popular em solidariedade ao presidente mais popular depois de Getúlio Vargas.

Se isto não bastasse, há a suspeita de que a operação policial se desenvolve segundo o principio da seletividade, ou seja, mirando-se o alvo de quem deve e de quem não deve ser atingido. E isto parece muito claro, o que pode comprometer todo o trabalho.

Afinal, o que foi que se fez agora que não fizeram antes?