Praia da Jatiúca ou a fossa a céu aberto de Maceió
   5 de maio de 2015   │     16:30  │  0

Brasília – A mancha escura no Mar da Jatiúca está escorrendo Brasil à fora pelos sinais da Internet.

Mas, o que é mais grave: a mancha escura ou a versão descartando a poluição?

Se aquilo não for despejo de dejetos na galeria pluvial, então é produto da flatulência da baleia assassina.

Lembrei-me da época remota quando comecei no Jornalismo e a GAZETA DE ALAGOAS ainda funcionava na Rua do Comércio. Eu recebi uma ligação telefônica do secretário estadual de Saúde, Armando Lages, irmão do governador Afrânio Lages, convidando-me para acompanhá-lo na blitz que ele iria fazer para flagrar o edifício que estava despejando dejetos na galeria pluvial da Pajuçara.

Não vou citar o nome do edifício, porque ainda existe e deve ter resolvido o problema.

Ou não.

O próprio secretário de Saúde, Armando Lages, flagrou o crime e mandou lavrar o auto de infração.

No episódio de hoje, não precisa ser especialista para concluir que se trata de matéria não biodegradável, por isso, não se diluiu; e se não se diluiu é porque é matéria orgânica, algo como fezes (eca!).

Ao tentar escamotear a verdade, com o diagnóstico açodado, abre-se a perspectiva para novos despejos.

Aquela área era conhecida como Mata Garrote e virou Jatiúca devido ao sitio que o folclorista Théo Brandão possuía na região.

E, convenhamos, o nome Jatiúca é mais bonito do que Mata Garrote. E sabe por que os antigos chamavam de Mata Garrote?

Porque havia uma vacaria na área e, de vez em quando, um garrote serelepe morria afogado quando tentava beber água doce do riacho – que desaguava no mar.

Querem tirar a dúvida?

É só tamponar as galerias pluviais na área para identificar os prédios, residenciais e comerciais, que despejam o material inservível direto no mar.

Via galeria pluvial, lógico.