Monthly Archives: março 2015

O inimigo íntimo da Dilma aprontou de novo
   27 de março de 2015   │     10:15  │  14

Brasília – O ex-presidente Lula voltou a alertar a presidente Dilma sobre o risco que ela está correndo, ao manter o ministro Aloísio Mercadante no Gabinete Civil.

Até agora, são três avisos de Lula que Dilma finge ouvir e aceitar – mas depois faz tudo diferente e Mercadante se mantém no cargo, apesar dos estragos.

A última de Mercadante, estimulando a criação do PL do Kassab, pode ser a gota d´agua que fará transbordar a insatisfação na base aliada, com o agravante de que Mercadante não tem a simpatia também de parte dos companheiros do PT.

Além de inábil, Mercadante é arrogante. É o único ministro do Gabinete Civil sem espaço e diálogo com o Congresso Nacional. Só para ilustrar o que isto implica negativamente para o governo, basta lembrar que nem mesmo os generais-presidente cometeram o erro de nomear um ministro do Gabinete Civil sem espaço com o Congresso.

A Dilma insiste em manter o Mercadante no cargo, mas já não tem mais oxigênio para resistir à pressão. Ou seja: ela segue os reiterados conselhos do Lula e elimina o estorvo, ou vai virar refém do Congresso e emparedar o governo.

A Câmara e o Senado já decidiram que a criação de novos partidos deve seguir ritual rígido e a presidente Dilma, seguindo a orientação de Mercadante, não sancionou a lei.

E agora está no impasse: se insistir em seguir a orientação de Mercadante, vai virar refém do Congresso.

Talvez a Dilma não saiba, e se sabe pensa que pode mudar a regra, mas o Brasil é o único país presidencialista regido por uma Constituição Parlamentarista.

Deputado quer colocar Deus e tirar o povo da Constituição
   26 de março de 2015   │     18:29  │  12

Brasília – Quando se pensava que já se tinha visto de tudo na política, eis que aparece o deputado cabo Daciolo (Psol-RJ) com a proposta cômica para trocar “povo” por Deus, na Constituição.

Obviamente que o deputado não considera o direito inalienável que cada cidadão tem de acreditar ou não na existência de Deus.

De nada adiantou a direção do Psol pedir para que não apresentasse a proposta; o cabo Daciolo não atendeu ao pedido.

Lembrei-me do escritor José Saramago, que era ateu, quando uma mulher o indagou assim:

Como uma pessoa tão boa igual ao senhor não acredita na existência de Deus?

E o Saramago respondeu:

A pergunta não é essa; a pergunta é: como uma pessoa que acredita em Deus pode ser tão mau.

A religião virou empreendimento rentável. Igreja no Brasil tem em todo lugar e aos montes, cada uma faturando mais que a outra.

Alguém precisa alertar o deputado que o Brasil é laico; se o deputado cabo Daciolo acredita em Deus e tem a sua religião, esses são direitos inalienáveis do cidadão. Mas, é imperioso entender que o direito pressupõe deveres e entre os deveres está o de respeitar quem não tem religião nem acredita em “sagradas escrituras”.

Pela proposta absurda do deputado, a Constituição Brasileira passaria a ter a seguinte redação:

Todo o poder emana de Deus, que o exerce de forma direta e também por meio do povo e de seus representantes eleitos, nos termos desta Constituição.

O deputado acredita piamente que foi Deus quem fez o homem e não o homem que inventou Deus. Tudo bem. Todavia, há quem considere a Bíblia um “compêndio de estórias” e, por paradoxal que seja, esses sempre pecam menos.

Dilma cria dificuldades para o governo, ao peitar o PMDB
     │     14:31  │  4

Brasília – A presidente Dilma está aumentando as dificuldades contra o governo, no Congresso Nacional, ao estimular a criação do PL ( Partido Liberal ) e peitar o PMDB.

O ministro das Cidades, Gilberto Kassab, foi incumbido de criar o PL e embora negue que esteja sendo estimulado pelo Palácio do Planalto, ninguém acredita.

A jogada de Dilma é um risco político que ela decidiu correr incentivada pelo ministro do Gabinete Civil, Aloísio Mercadante.

Coube ao presidente do Senado, Renan Calheiros, falar em nome do PMDB para contestar a manobra do governo. Sem citar diretamente o nome da presidente, o senador lamentou a posição do governo.

Maior bancada no Senado e comandando as duas Casas – Senado e Câmara – o PMDB tem garantido a governabilidade, mas é notório que a relação com a presidente Dilma tem sido sempre com “os pés atrás” – ou seja, há a nítida desconfiança de ambos.

O que pode ter influenciado o governo a estimular Kassab é o comentário de que o PMDB negocia a filiação de pelo menos dois senadores do PT, Delcidio Amaral e Marta Suplicy, que estão insatisfeitos com o partido.

Fala-se em quatro senadores petistas que estariam deixando o partido.

Ao estimular Kassab a criar o PL, o governo estaria contratacando – é o que se diz nos bastidores. Mas, o contrataque pode provocar estragos no próprio governo, que tem propostas importantes para serem aprovadas no Congresso Nacional.

Uma dessas propostas é a renegociação da dívida dos Estados, cujo mecanismo de correção monetária vem sendo duramente contestado.

A proposta de mudança do indexador da dívida dos Estados está na pauta de votação do Senado e deveria ter sido votada esta semana, mas o presidente Renan atendeu ao pedido do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, e retirou momentaneamente da pauta.

O governo quer manter o mecanismo de correção da dívida dos Estados alegando que vai perder substancialmente receita, caso o mecanismo seja mudado.

Mas, a insatisfação é generalizada. Alagoas e o Rio Grande do Sul, por exemplo, são os dois Estados mais penalizados e a mudança do indexador que corrige a dívida é questão de sobrevivência. Alagoas, por exemplo, paga quase 50 milhões de reais mensais da divida renegociada na década de 1990.

Ao peitar o PMDB estimulando a criação do PL, o governo pode estar entrando numa verdadeira sinuca de bico.

Renan Filho anuncia policiamento de motocicletas em Alagoas
   25 de março de 2015   │     16:13  │  8

Brasília – O governador Renan Filho anunciou a criação do policiamento em motocicletas e a integração da Polícia Militar e Civil, que vão trabalhar numa delegacia integrada.

Ele foi recebido pela presidente Dilma e comemorou a redução da criminalidade em Alagoas. “Logo, logo vamos deixar de ser o Estado mais violento do país”, prometeu.

A delegacia integrada contará com uma ala para a Polícia Civil e outra para a Polícia Militar. O governador se disse preocupado também com a mobilidade da polícia.

– “A maioria dos crimes, principalmente assaltos, tem sempre um elemento em motocicleta. Estamos criando um pelotão só de motocicletas para combater esses crimes. Vamos dar maior mobilidade à polícia, com motocicletas potentes”, anunciou Renan Filho.

Na estatística apresentada pelo governador e que é baseada no levantamento feito pela Secretaria de Defesa Social, no mês de março de 2012 foram registrados 79 homicídios em Maceió; em março de 2013 foram 84; em março de 2014 foram 66 e, este ano, o registro até ontem ( 24 ) é de 28 homicídios.

No Estado, a estatística também registrou uma queda substancial.

Vejamos: em março de 2012 foram registrados 201 homicídios em Alagoas; em 2013 foram 216 homicídios, em 2014 foram 191 e, este ano, até ontem ( 24 ) foram registrados 109 homicídios.

– “Ainda temos muito a fazer. Precisamos avançar mais. Meu objetivo é tirar Alagoas dessa estatística negativa de ser o Estado mais violento. Para isso, estamos investindo maciçamente e vamos integrar ainda mais as policias” – prometeu o governador.

O governador Renan Filho anunciou a aquisição de motocicletas potentes e a criação de um pelotão específico na PM para atuar no combate à criminalidade. Esse pelotão de motocicletas vai atuar inicialmente em Maceió e Arapiraca.

Depois de elogiar o trabalho do secretário de Defesa Social, Alfredo Gaspar de Mendonça, e a atuação das Policias Civil e Militar, o governador explicou que o combate à criminalidade, especialmente em Maceió, passa pela mobilidade da polícia.

Os delinquentes se aproveitam do trânsito caótico e usam a motocicleta para cometer os crimes e fugir com facilidade. A resposta que o governador Renan Filho prepara com o pelotão de motocicletas tem o objetivo de garantir mobilidade à polícia.

Dilma não conhece todos os ministros que tem
   24 de março de 2015   │     19:06  │  11

Brasília – Com 38 ministérios entupindo o organograma da República, não há República que funcione direito.

Para se ter ideia, com pelo menos 20 ministros a presidente Dilma jamais despachou – e o pior, alguns deles ela sequer recorda o nome.

O presidente do Senado, Renan Calheiros, ao falar para empresários na sede da Confederação Nacional da Indústria, sugeriu a redução à metade do número de ministérios.

O governo está embaralhado e não adianta propor ao Congresso Nacional a aprovação do pacote que visa economizar 67 bilhões de reais, sem antes fazer o dever de casa.

O Estado máximo que se pretende não passa pela proliferação de ministérios, alguns deles se chocando nas atribuições, iguais aos Ministérios da Agricultura e o Ministério do Desenvolvimento Agrário.

E tem os Ministérios da Mulher, da Igualdade, da Aviação Civil, dos Portos, do Combate à Fome, da Segurança Institucional, das Relações Institucionais, dos Direitos Humanos e da Micro e Pequena Empresa.

Dos 38 ministérios existentes, pelo menos 20 se chocam nas atribuições e simplesmente não tem finalidade prática – apenas finalidade teórica, para não dizer política partidária.

E sem enxugar a máquina estatal fica difícil aprovar cortes de despesas que atingem conquistas sociais. E nesse particular, embora não se manifestem publicamente, até mesmo dentro do PT o governo encontra resistência para aprovar o arrocho.