Suruagy promoveu a sargento, o PM que lhe prendeu
   23 de março de 2015   │     9:52  │  8

Brasília – Em 1975, quando ingressei no curso de Economia da Ufal, o reitor Manoel Ramalho convidou o então governador Divaldo Suruagy para fazer uma palestra para toda Área III, que funcionava no Campus Tamandaré, no Pontal da Barra.

O Suruagy, que era formado em Economia, contou que na época de estudante participou de uma manifestação contra o aumento dos subsídios dos deputados estaduais, que foi aprovado pela Assembleia Legislativa.

A polícia reprimiu a manifestação, como já era esperado, e ele (Suruagy) se desentendeu com um PM que lhe apontou o fuzil. Os dois discutiram e o PM deu-lhe voz de prisão.

Anos depois, já governador, o Suruagy recebeu a lista de promoção para sargento da PM e lá estava o nome do seu desafeto – que pleiteava ser promovido. E foi. O Suruagy contou que o militar com quem se desentendeu estava às vésperas de ir para a reserva e a promoção iria aumentar o seu soldo.

Eu transformei o relato numa matéria jornalística e, na condição de repórter II e correspondente do Jornal do Brasil, enviei-a para o JB – que publicou na 3ª página, com destaque e o título: Suruagy promove a sargento, o PM que lhe prendeu.

Anos depois, o jornalista e professor da PUC- Rio de Janeiro, Juarez Baia, que era o editor nacional do JB e chefe dos correspondentes nacionais, visitou Maceió e pediu-me que arranjasse uma audiência com o Suruagy, pois gostaria de conhecê-lo. Apelei para o jornalista José Osmando, que conseguiu o encontro com o convite para que o Juarez viesse tomar o café da manhã no palácio.

O Suruagy era assim.

Em 1979,  ele poderia ter sido senador logo após deixar o governo, mas só havia uma vaga e ele se moveu pela gratidão ao major Luiz Cavalcante – que lhe lançou na política e pleiteava a reeleição.

Em 1994, eleito governador  pela terceira vez e com uma votação expressiva, por lealdade ao ex-presidente Ernesto Geisel, que lhe pediu para nomear  secretário o ex-diretor da extinta Salgema, José Pereira, pagou o preço amargo – o José Pereira deu o golpe dos precatórios, quebrou o Estado, e sumiu.

Em tempo: o José Pereira é português e nunca mais foi visto no Brasil.

COMENTÁRIOS
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  1. Novais

    Roberto,
    Parabéns pela matéria do Governador que foi herói e bandido na história de Alagoas e que jamais deverá ser esquecido que povo de Alagoas que tanto honrou. Claro hoje sem paixões a escolha na época era determinada pelo o Sr. Fernando Henrique (na época Presidente do Brasil). A lei de responsabilidade fiscal é clara: demitia sem indenização ou aceitava de joelhos o famoso PDV (Programa de Demissão Voluntária). Quem se lembra disso?

  2. CLÁUDIO P. PINHEIRO, O CPP! JUÍZO GENTE!

    GENTE BOA,

    MEUS BROTHERS,

    TEMOS QUE RECONHECER TER SIDO, O PROFESSOR DIVALDO SURUAGY, UM ALAGOANO QUE AMOU DE TODO O SEU CORAÇÃO A SUA TERRA NATAL, E POR VEZES VÁRIAS, GOVERNOU-A COM ENTUSIASMO E SOUBE COMO NINGUÉM, NESTE PEDACINHO AMADO DO NOSSO BRASIL VARONIL, SERVIR E SERVIR E SERVIR!

    CARÍSSIMOS BROTHERS,

    POR PRINCÍPIO DE JUSTIÇA E GRATIDÃO, PRESTEMOS AO ALAGOANO DIVALDO SURUAGY, AS MAIS VALIOSAS E MERECIDAS HOMENAGENS PELO MUITO QUE SOUBE FAZER PELO SEU POVO, DEDICANDO TODA A SUA VIDA À PRÁTICA DO BEM SEM OLHAR A QUEM!

    RELIGIOSO, CATÓLICO FERVOROSO, O PROFESSOR DIVALDO SURUAGY, A ESTA ALTURA DEVE ESTAR, MERECIDAMENTE, EM MEIO AOS ANJOS NO REINO DO SENHOR DEUS DE TODO PODER E DE INFINITA BONDADE!

    SINCEROS PESAMES ÀS FAMÍLIAS ENLUTADAS, EXTENSIVOS A TODA A SOCIEDADE ALAGOANA!

  3. Joilson Gouveia Bel&Cel RR

    Governador nenhum promove as praças, estas são de competência interna corporis, desde então, do comandante geral da briosa caetés!
    Ademais, o que pode ter ocorrido no referido caso, foi a transferência para a reserva remunerada do “praça” em liça, que é ATO de ofício e independente da bonomia de quem quer que seja o Chefe do Executivo – nada contra o maior, mais brilhante, mais urbano, civilizado e cordato político contemporâneo e figura humana da “Terra dos Marechais”, que Deus o tenha e se apiede de sua generosa alma – mas, a bem da verdade, deve ser mais um dos tantos casos de Sir Bob’s!
    Ao Chefe do Executivo, competia – como ainda compete-lhe – promover tão somente aos oficiais e TRANSFERIR PARA A RESERVA REMUNERADA, por exaurimento de seu tempo de efetivo serviço prestado, após 30 ou 35, ou REFORMAR aos que debilitaram por acidente ou moléstias adquiridas enquanto ativo! Todos os ATOS ADMINISTRATIVOS de ofício inerentes ao exercício do Cargo!
    Fora disso, é ledo engano ou é invencionice ou bobices!
    Abr
    JG

  4. Joilson Gouveia Bel&Cel RR

    Governador nenhum promove as praças, estas são de competência interna corporis, desde então, do comandante geral da briosa caetés!
    Ademais, o que pode ter ocorrido no referido caso, foi a transferência para a reserva remunerada do “praça” e liça, que é ATO de ofício e independente da bonomia de quem quer que seja o Chefe do Executivo – nada contra o maior, mais brilhante, mais urbano, civilizado e cordato político contemporâneo e figura humana da “Terra dos Marechais”, que Deus o tenha e se apiede de sua generosa alma – mas, a bem da verdade, deve ser mais um dos tantos casos de Sir Bob’s!
    Ao Chefe do Executivo, competia – como ainda compete-lhe – promover tão somente aos oficiais e TRANSFERIR PARA A RESERVA REMUNERADA, por exaurimento de seu tempo de efetivo serviço prestado, após 30 ou 35, ou REFORMAR aos que debilitaram por acidente ou moléstias adquiridas enquanto ativo! Todos ATOS ADMINISTRATIVOS de ofício inerentes ao exercício do Cargo!
    Fora disso, é ledo engano ou é invencionice ou bobices!
    Abr
    JG

  5. Há Lagoas

    Como todo o ser humano foi passível de erro, com um diferencial, tinha princípios.
    Uma das poucas figuras da política alagoana que não enriqueceu fraudulentamente!

  6. Edson Bezerra

    ….meu caaro Bob, boa tarde. Olha, para equilibrar a verdade histórica de um homem – seria necesário também lembrar aqui que, foi durante os seus governos que em Alagoas, como que num crescendo se tornou reféem ds chamados crime de mando sob o controle e comando secreto do famigerado Sindicato da Morte, com o agravo não apenas de sua convência, mas inclusive este mesmo pessoal se reunia com ele (já que eram todos articlados politicamente com as elites d poder político) no Palácio dos Martírios e, quem diz isto em livro escrito é um companheiro teu – o jorge Oliveira – no livro o Curral da Morte. Foi também durante os seus governos o tempo dos mortos sem sepultura, ‘bandidos pobres’ que eram fuzilados sumariamente pela polìcia do Coronel Amaral. No mais, com as elies alagoanas e nas táticas de cooptação, ele foi o que ironiamene na sociologia poemos chamar de Um homem cordial, o seja: um homem que sempre ajuda aos “amigos”‘ Quanto ao Sargento promivido por ele, o fato histórico virou Markting. Ou não? E tanto é qe você está citando o fato como uma grandeza d’alma. ê meu caro, o Suruagy???! Lembra-se da falência do Produban?
    Abraços sururu

  7. Glorioso

    PELA PRIMEIRA VEZ VI UM POLÍTICO MORRER “POBRE” E DEIXAR MILHARES DE VIÚVAS “RICAS”, PRINCIPALMENTE AQUELES E AQUELAS DE FAMÍLIAS ABASTARDAS DO ESTADO QUE INGRESSARAM NO PODER EXECUTIVO; LEGISLATIVO; JUDICIÁRIO; MINISTÉRIO PÚBLICO E PROCURADORIA SEM O DEVIDO CONCURSO PÚBLICO, JÁ QUE FORAM NOMEADOS PELO O EX-GOVERNADOR ATRAVÉS DE QI(quem indicava). AS VIÚVAS CONTINUAM MAIS RICOS(AS) RECEBENDO PRECATÓRIOS DO POBRE ESTADO ALAGOAS. AGORA CHOREM!

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