A cigana enganou o Aécio Neves de novo…
   5 de fevereiro de 2015   │     17:56  │  0

Brasília – Quem viu a reação do Aécio Neves no episódio da formação da mesa do Senado pode estar pensando que se tratou de uma reação sincera.

Ledo engano.

Para entender o bate-boca com o senador Renan Calheiros, vamos por partes. Primeiro, sobre a eleição à presidência do Senado.

Dois dias antes da eleição, o senador Luiz Henrique (PMDB-SC) procurou o senador Renan Calheiros para dizer que também era candidato a presidente, com ou sem o apoio do partido.

Luiz Henrique já havia ensaiado a candidatura a presidente, na eleição em 2012, e retirou a candidatura. Desta vez, afirmou que não retiraria e que seria candidato para valer.

Depois de alegar que estava com 75 anos de idade e a sua chance era esta, Luiz Henrique esperava ouvir de Renan o apelo para não se candidatar com o compromisso de que seria ele ( Luiz Henrique ) o próximo candidato.

Mas Renan só ouviu os argumentos dele e nada falou. Afinal, Luiz Henrique foi o candidato lançado pelo Aécio Neves, que lhe garantiu a vitória – só não se sabe baseado em quê.

Depois de observar que Renan estava irredutível quanto a disputar a reeleição na presidência do Senado, Luiz Henrique jogou a última carta que trazia na manga do paletó. Disse:

– Renan, eu nunca perdi uma eleição.

E o senador Renan, sereno, respondeu:

Eu já perdi, Luiz Henrique. Já perdi e posso lhe garantir: é triste.

Luiz Henrique saiu do encontro desapontado porque esperava que a reação de Renan fosse outra. Foi direto se encontrar com o Aécio Neves para dizer que o Renan estava irredutível e que os dois iriam para o confronto.

E o Aécio, enganado pela segunda vez, estimulou a candidatura fazendo uns cálculos que só existiam na cabeça dele ou da cigana que lhe enganou novamente.

A derrota de Luiz Henrique doeu muito mais no Aécio. E quando o Renan deu o troco sutil, ao lançar a senadora Lúcia Vânia, para compor a mesa diretora como representante do PSDB, o Aécio não aguentou a nova derrota.

E o pior é o amadorismo, que beira a inocência ou burrice, quando o PSDB se insurgiu contra a indicação de Lúcia Vânia – o que foi um desrespeito a uma companheira de partido e ainda por cima, mulher.

O Aécio está possesso com as seguidas derrotas, porque sabe que o candidato a presidente da República pelo PSDB em 2018 é o Geraldo Alckmin. Pior: o mandato dele como senador termina em 2018.

PS – Sabe por que o Aécio Neves deixou a barba crescer? Porque a cigana disse a ele que o próximo presidente da República será um barbudo.