Monthly Archives: fevereiro 2015

O juiz perdeu o tom
   28 de fevereiro de 2015   │     19:40  │  8

por Aprigio Vilanova*

O rolezinho, no porsche cayenne de Eike Batista, custou caro ao juiz federal Flávio Roberto de Souza. O juiz foi flagrado dirigindo o veículo apreendido pela justiça. O magistrado levou também outros dois carros e um piano para o condomínio em que mora.

O juiz foi afastado, na quinta (26), dos processos contra Eike Batista, pela corregedora-geral de justiça, ministra Nancy Andrighi. Logo depois Flávio Roberto de Souza entra com pedido de licença médica de 15 dias.

O flagrante ganhou repercussão na imprensa e nas redes sociais virou meme. O juiz virou chacota virtual, não era para menos. É mais que escancarada a irregularidade cometida pelo magistrado.

O veículo e o piano foram devolvidos, sexta (27), para Eike Batista. O empresário virou fiel depositário e não pode se desfazer dos bens. Existe a questão que, como fiel depositário, Eike Batista não pode utilizar os bens.

Quem vai cuidar do piano?

*é graduando em Jornalismo pela Universidade Federal de Ouro Preto – MG

Caiu a máscara!
   27 de fevereiro de 2015   │     18:01  │  23

Brasília – A entrevista do senador José Serra (PSDB-SP) sugerindo ao governo vender a Petrobras não deve causar espanto, exceto pela inabilidade do senador.

 Inabilidade porque significa sair do biombo, embora só os inocentes pueris podem acreditar na sinceridade dos discursos da “tucanagem” que chegou a mudar o nome da empresa para Petrobrax.

 E qual era o objetivo da mudança do nome?

 Sabendo-se que as irregularidades na Petrobras começaram em 1997, quando o Alberto Yusseff “descobriu” o filão com o apoio do governo, há brechas para várias ilações acerca da mudança do nome da empresa – e, entre elas, a de que se tratava de apagar os rastros.

 Convenhamos que, nesse particular, a “tucanagem” é esperta e tem PhD. Idem o caso das denúncias de desvio de dinheiro na Sudene, cuja providência tucana foi fechar o órgão e apagar as provas.

 E sendo assim, a campanha atual contra a Petrobras é igual a volta do enterro – ou seja, a volta do discurso entreguista e antipatriótico.

 Nada disso deve surpreender porque a história do petróleo no Brasil tem espaço cativo no noticiário policial. Em Alagoas, a morte do alemão José Bach é um desses casos nebulosos.

 Bach demonstrou que havia um lençol petrolífero em Riacho Doce e apareceu morto na praia. No Rio de Janeiro, o Pinto Martins sustentou a existência de petróleo e foi se associar aos ingleses para explorá-lo, e também morreu misteriosamente com um tiro de revólver anônimo – ou seja: ninguém sabe quem o disparou.

 O escritor Monteiro Lobato, que muitos só conhecem pelos contos infantis, foi perseguido por defender a existência de petróleo no Brasil e quando o primeiro poço jorrou na Bahia ele desabafou:

 – Sinto vontade de afogar nesse poço todos aqueles que negavam a existência de petróleo no Brasil.

 Caiu a máscara. Leiam o trecho da entrevista do Serra no programa Poder e Política“, do UOL, “A Petrobras deveria ser dividida em empresas autônomas [e] uma holding. Aí, [em] cada caso, ou você vende, ou você abre o capital. O Banco do Brasil fez isso com alguma coisa na área de seguro. Deu certo. Eu não teria nenhum problema de desfazer, ou conceder, ou associar a Petrobras em áreas diversas, que ela não tem que estar”.

Se quiser ler a entrevista acesse: http://zip.net/byqSxb

PT se prepara para o confronto inevitável das ruas
     │     11:55  │  18

Brasília – O ex-presidente Lula se reuniu com as lideranças do PMDB na missão lhe confiada pela presidente Dilma, para acalmar o partido aliado.

Há uma insatisfação, especialmente na Câmara, que pode comprometer a aliança entre os dois principais partidos da base governista.

E o Lula tem a missão de apagar o “fogo de monturo”, que é aquele que queima insistentemente por baixo.

As dificuldades enfrentadas pela presidente Dilma não estão apenas no relacionamento com o PMDB, que é o principal partido da aliança firmada em 2010, mas também no próprio PT.

Cabe lembrar que a Dilma não é originária do PT e sim do PDT; ela só se filiou ao PT depois da morte do fundador e líder Leonel Brizola.

No Senado, Lula foi recepcionado pelo senador Renan Calheiros e revelou ter alertado a Dilma sobre a necessidade de o vice-presidente Michel Temer compor o chamado “núcleo duro” do governo.

Além de pertencer ao principal partido da base aliada, Temer tem experiência e trânsito entre todos os liderados.

No Senado, o senador Renan demonstrou reiteradas vezes a sua fidelidade; na Câmara, os ressentimentos deixados pelo processo eleitoral passado serão administrados por Temer.

Quanto às ruas, a estratégia é convocar a força bruta para o embate. Lula acredita que não há outra saída que não seja se preparar para o confronto, porque os adversários ainda buscam o terceiro turno da eleição e o PT terá de reagir com rigor.

Ou seja: o PT vai botar o bloco nas ruas com a ajuda dos movimentos sociais organizados.

 

 

 

Quem tem medo da CPI do HSBC?
   26 de fevereiro de 2015   │     19:27  │  7

Brasília – A CPI proposta pelo senador Randolfe Rodrigues para investigar as relações pecaminosas do HSBC com mais de 8 mil brasileiros e, notadamente, com os políticos do PSDB está tirando o sono de muitos tucanos.

A tentativa de barrar a CPI não deu certo e não poderia dar. Embora o temor engrosse cada vez que se toca no assunto, o senador promete ir até o fim na investigação.

Afinal, quem tem medo da CPI do HSBC?

Será que o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso tem medo?

Sabe-se que o HSBC entrou no Brasil numa manobra ainda nebulosa e que o levou a incorporar o finado Bamerindus, que negou doar 100 milhões de reais para a campanha do PSDB, de acordo com as denúncias que se seguiram logo após a falência do banco.

Daí, a pergunta que ainda não obteve resposta é: quem tem medo da CPI do HSBC?

Pena de morte ou prisão perpétua?
     │     17:48  │  5

Brasília – A distância não é empecilho para imaginar a sensação cruel que a família do advogado Rangel Menezes de Oliveira sente com o luto prematuro.

Queremos justiça!

Sim, mas que tipo de justiça se pretende se o bem maior – que é a vida – foi ceifado barbaramente?

Há os que acreditam na justiça divina e se confortam; há os que se contentam com a justiça dos homens que pressupõe a recuperação social do apenado; e há os que, iguais a mim, se desiludiu com ambas.

Não vai demorar e os bandidos logo estarão soltos e aptos a matarem novamente, porque as nossas leis estimulam a reincidência e permitem que se crie nos presídios o “status do crime” que promove o criminoso.

Matador de policial, por exemplo, é respeitadíssimo nas cadeias, assim como os matadores do Rangel subirão na hierarquia do crime, porquanto antes não constava na ficha criminal nenhuma condenação por morte.

Lembrei-me de Cuba e do Direito Processual cubano, que considero o mais aproximado da realidade que se vive no combate a violência.

Tem assaltante em Cuba? Tem. Não são tantos como conhecemos na nossa realidade brasileira, mas tem delitos em Cuba e tem assaltos contra quem vacila.

Mas, com o detalhe: em Cuba se o assaltante matar a vítima a sentença é bruta e é proferida no máximo em 30 dias.

E sabe qual é a sentença em Cuba para latrocínio?

– É PAREDÃO DE FUZILAMENTO!