A direção do PMDB se reúne nesta quarta-feira, 14, com o vice-presidente da Republica Michel Temer para fechar questão quanto ao apoio às candidaturas do senador Renan Calheiros à reeleição à presidência do Senado, e do deputado Eduardo Cunha à presidência da Câmara.
É assim que funciona quem detém a maioria, mas no que se refere à disputa pela presidência da Câmara tem o impasse exatamente na base aliada com o “fogo amigo” disparado pelo PT.
No Senado, a candidatura de Renan à reeleição está lastreada pelos feitos inéditos nos quase 200 anos de existência da Casa. Nos dois anos de mandato de Renan, pela primeira vez, o Senado devolveu dinheiro à União.
O dinheiro devolvido é resultado das medidas de austeridade aplicadas pelo senador alagoano, em consenso com a Mesa Diretora, e que somaram 512 milhões de reais, mais do que Renan havia prometido economizar nos dois anos de mandato.
O feito inédito virou um marco na história do Senado, de modo que se divide a história da Casa entre antes e depois da gestão de Renan.
Se no Senado a reeleição de Renan parece consensual, na Câmara a disputa se acirra e descamba para os golpes baixos dados pela ala do PT que age sorrateiramente e baseada no exatamente no PT onde a presidente Dilma tem os problemas mais cruciais para equacionar.
É sempre bom lembrar que a presidente Dilma não é originariamente petista e, ainda, que neste segundo mandato ela finalmente impôs a sua marca com a escolha de um ministério com o seu perfil. Isto, sem falar no chamado “núcleo duro” do governo, que atua com maior desenvoltura no Palácio do Planalto e com o qual a presidente mantém contato diariamente.
Nesse segundo mandato, o maior obstáculo para a presidente será sem dúvida o PT com o seu “fogo amigo” – que não se incomoda se vai ferir os aliados, pois o importante é atingir o objetivo.
Quanto à oposição e mais precisamente o PSDB, o governo vislumbra o alivio devido à disputa interna que se processará indubitavelmente entre a corrente paulista, liderada pelo governador Geraldo Alckmin, e mineira, liderada pelo senador Aécio Neves.
Amparado pela votação que obteve, Aécio se coloca como candidato natural à presidência da República em 2018. E lastreada na locomotiva paulista, Alckmin se considera candidato principal.
Esta disputa interna que parece inevitável no PSDB é o alento do governo petista.