Mata-se em nome de Deus e de Alá
   8 de janeiro de 2015   │     6:24  │  4

Mata-se em nome de Deus e de Alá

A maior tolice que alguém pode dizer é: eu odeio política. Isto porque tudo na vida é política e a própria vida é política – logo, quem diz que odeia política está afirmando que odeia a vida.

Sendo assim, a religião é política.

A mãe de um dos 12 apóstolos de Jesus só permitiu que o filho O seguisse porque imaginava que no governo ( no reino ) ele teria um bom emprego, o que originou a célebre frase de Jesus: “Meu reino não é deste mundo”.

Foi o pensador Plutarco quem afirmou que, na história da humanidade, pode se encontrar povos sem leis, sem governo, sem justiça e sem organização social, mas jamais sem acreditar nos deuses.

Zoroastro, também conhecido como Zaratustra, instituiu a crença no deus único para facilitar o domínio dos povos que conquistava. O grande obstáculo para o seu exército era exatamente a proliferação de deuses.

Os conflitos religiosos fazem parte da história da humanidade, assim como a busca pelo bem-estar é o objetivo maior de toda a sociedade. Bem- estar e conflitos parecem ser uma mesma moeda que se completa ao mesmo tempo em que se repulsa.

Aliás, o imperador Constantino só aderiu ao Cristianismo porque era a última saída que tinha para salvar o Império Romano do Ocidente. Foi uma decisão política, assim como também foi uma decisão política da igreja tolerar as festas pagãs, entre elas o Carnaval ( Carnne Valle, ou festa da despedida da carne).

O atentado ao jornal francês com a morte de 10 pessoas, entre jornalistas e policiais, é mais uma aberração que se pratica em nome dessa crença antiqüíssima neste Ser superior que não se vê e só existe em forma de idéia dominante e poderosa.

Chamar os muçulmanos de bárbaros é repetir o erro da época das Cruzadas na marcha para “libertar Jerusalém”. Bárbaros eram os cruzados; ao chegarem à Terra Santa, os cristãos descobriram que estavam diante de um inimigo que dominava a Matemática e a montaria.

Os 12 mártires franceses engrossam essa lista interminável de vítimas da insanidade política-religiosa, que Zoroastro tentou evitar ao instituir a crença no deus único. E não conseguiu evitar os conflitos exatamente porque o interesse religioso, na verdade, é interesse político.

Mata-se e morre-se em nome de Deus, assim como se mata e se morre em nome de Alá.

 

COMENTÁRIOS
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  1. LEITURA POUCA

    Bob, parabéns pela capacidade e pelo conhecimento, aliás, de vários assuntos, os quais você tão disserta, desde que não esteja exercendo a função de agente do desse (DES)governo que está nos massacrando.

    Fico sem entender como uma pessoa culta, vivida e competente, consegue militar no PT de hoje.

    É negar tudo que penso de você,

    Parabéns mais uma vez pela excelente matéria.

  2. nelson

    o grande problema desses mulçumanos extremistas, é que eles nâo furufam ( como diz o palhaço tiririca nâo coisam ) aí o queijo sobe pra cabeça. imaginem um jovem com 18,20,30 anos os hormonios explodindo sem fazer sexo porque alguma babaca idiota falou pra ele que sexo é pecado e o todo poderoso pune quem faz isso, aí ficam doidos e começam a matar de forma aleatoria até morrer tambem acreditando que no céu tem 77 virgens gostosinhas esperando por eles para começarem o oba oba. ha meu deus, ha alá, alá alá meu bom alá…..

  3. ex-eleitor

    E OS POLITICOS QUE ROUBAM DINHEIRO PUBLICO QUE DEVERIA IR PARA SAÚDE,EDUCAÇÃO E SEGURANÇA DESVIAM ESSE DINHEIRO EM NOME DE QUEM?

  4. Gutemberg Lócio

    A lá o Muça fazendo mais uma vítima !
    Esses deuses são tão poderosos que não conseguem se defender sozinhos,precisão de homens-bomba e de lunáticos armados até os dentes para que seja feita justiça divina.

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