Brasília – Depois do afago do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, ao governo do PT, o senador Aécio Neves sumiu novamente.
O sumiço ficou mais evidente na manifestação promovida em São Paulo pelos seus eleitores, que esperavam contar com a presença dele.
Mas, pensando bem, o Aécio tem razão de sumir. Depois que o banqueiro Joaquim Levi aceitou o convite para ser o ministro da Fazenda, a esperança do terceiro turno da eleição se esvaiu.
E o Aécio sabe que, em 2018, a vez é do Alckmin ser o candidato tucano.
E para ser candidato a presidente o Aécio também sabe que terá de deixar o PSDB. Obviamente, ele não está nada satisfeito com esse desenho antecipado da próxima eleição.
Enquanto o Aécio fingia esbravejar no Congresso Nacional, o Alckmin e a Dilma fechavam um acordo bilionário para ajudar o governador paulista a resolver o problema do abastecimento d´agua depois do colapso da Cantareira.
Dizem, e eu acredito, que o Aécio não gostou da declaração do Alckmin – que, para o mineiro, soou como admoestação; o Alckmin observou que a eleição terminou e que é preciso cuidar do país.
Para o mineiro, isto soou como um pito com endereço certo.
E se o Aécio não foi à manifestação em São Paulo, o José Serra foi. Com 8 anos de mandato, o Serra é outro candidato a presidente da República – e o Aécio já sabe que, agora, ele é o terceiro na lista.
A história não se repete, exceto em forma de tragédia, mas lembrando o que aconteceu com o avô dele é aconselhável colocar as barbas de molho.
Na década de 1980, o Tancredo Neves criou o PP para se prevenir no caso de não obter a legenda da oposição para disputar a presidência da República e, ao mesmo tempo, afagar os militares.
E o Aécio já sabe que não é o candidato do PSDB em 2018, e sabe também que terá de escolher entre a aventura de uma candidatura presidencial avulsa, o que implica em deixar o PSDB, e a reeleição para o Senado.
Com um judeu Levita acalmando o mundo financeiro internacional, o Aécio sumiu e a Dilma e o Lula riem.