O ex-reitor da Ufal, Nabuco Lopes, escreveu um livro mostrando a importância do sururu como fonte de proteína. Ele era médico do 20º Batalhão de Caçadores (hoje 59 BIMtz) e explicou a resistência física dos conscritos pelo consumo do molusco – que era abundante em Maceió.
Era, mas não é mais. O sururu virou “patrimônio alagoano”, mas na realidade o molusco que se consome na capital alagoana vem de Sergipe.
Alagoas não é mais a terra do sururu. E o que aconteceu com esse molusco que se ofertava em forma de “capote” e sem casca; no coco ou em fritadas?
Sumiu! Escafedeu-se! Desapareceu! Sucumbiu!
Destruído pela poluição na Lagoa Mundaú, que é a maior fossa a céu aberto de Alagoas, o sururu ainda reagiu teimosamente por algum tempo, mas isto se deveu à providência que o então governador Fernando Collor adotou quando trouxe do Rio de Janeiro a draga Ster para reabrir o canal por onde a água do mar penetra na lagoa.
O tempo passou e como o trabalho de desassoreamento da lagoa não teve continuidade, a entrada da água do mar não se dá mais no volume necessário ao desenvolvimento do molusco – que, não encontrando salinidade suficiente para se desenvolver, sucumbiu.
Ficaram as lembranças.
As lembranças que estão na arte e no talento do professor e sociólogo Edson Bezerra, com a sua obra prima intitulada de “Sururu Fresco”, e na música imortalizada da “Nega Juju” com o “Sururu da Nega”.
O sururu que se consome hoje em Maceió em nada se compara ao sururu que se produzia em abundância na Lagoa Mundaú – que, em 1969, foi apontada pelo Instituto do Mar, da Marinha, como o hectare mais produtivo do país; naquele ano, a lagoa produziu 12 toneladas de proteínas (sururu), que foi equivalente a 24 vezes a produção de proteína animal (bovina) do Rio Grande do Sul.
Hoje, o sururu é o patrimônio que não existe mais. E é bom que se saiba que o sururu que se consome em Maceió em nada se compara ao verdadeiro sururu fresco ou de capote.
Lamentavelmente.
Meu caro defensor dos petralhas. Parabéns por dar um tempo em sua defensoria alienada a politica do PT. Informando a este blogueiro: O SURURU continua vivo e sendo apreciado, contudo sofre pelo mal da poluição e falta de atenção dos nossos governantes corruptos que só pensam em ROUBAR.
…caríssmo Bob, corrigindo (corriga no texto sugiro eu): o que é de nossa autoria é o Manifesto Sururu, texto o qual, depois de dez anos resolvi publicá-lo em uma edição que, honrosamente tem o prefácio do Dirceu Lindoso, e, faço questão de te presentear.
Quanto ao Sururu da Nega, este frevo – salvo engano – é um hino de saudoso bloco do Major Bonifácio.
No mais, pau nos fascistas e abraços no coração.