Monthly Archives: novembro 2014

Até onde se pode investigar a Petrobras?
   24 de novembro de 2014   │     11:37  │  10

Brasília – Até onde pode ir a investigação sobre as relações pecaminosas de empreiteiros com o governo federal e, mais diretamente, com a Petrobras?

Uma coisa é certa: não pode ir muito fundo; não pode aprofundar as investigações, senão…

Senão o quê?

Senão vai pegar quem deve ser preservado para 2018 e, é bom que se explique logo, que não se trata apenas do Lula.

As investigações parecem que já atingiram o limite crítico e não dá para avançar. Pelo sim, pelo não, é melhor seguir o conselho do governador de São Paulo, Geraldo Alkiming, e aceitar que a eleição passou e o terceiro turno não interessa a ninguém, principalmente ao PSDB.

Essa conversa de passar o Brasil a limpo é bordão do Boris e a frustração pode gerar o efeito contrário que alimenta a desfaçatez.

A questão do limite para a investigação, que não pode avançar muito, parece ser tão importante – ou até mais importante – que a investigação em si.

E esse parece ser o dilema que junta todos, adversários e governo, no mesmo barco.

Nem os militares querem ditadura militar
   22 de novembro de 2014   │     4:21  │  9

por Aprigio Vilanova*

Minas Gerais – O Congresso em Foco levantou dados referentes aos pedidos encaminhados a Câmara dos deputados solicitando o impeachment da presidente Dilma Roussef.

Segundo o site foram 12 solicitações desde o inicio do primeiro mandato da presidente. Todos os pedidos foram indeferidos pelo mesmo motivo: “inconsistência jurídica”. A Câmara rejeitou os 12.

Os pedidos foram arquivados em sua maioria por não terem consistência. Nos termos jurídicos não existem “tipicidade e/ou indícios mínimos de autoria e materialidade”. Não se trata de fazer defesa de Dilma, o fato é que os descaminhos não chegam à presidente.

A tentativa é frenética em desmoralizar Dilma Roussef, mas pelo que parece a presidenta continua mais intocável que nunca. A corrupção no Brasil está no DNA e o petrolão já atinge PSDB, DEM e PSB.  Geraldo Alckmin sumiu dos noticiários após defender a presidente Dilma.

As forças armadas se pronunciaram, esta semana, declarando  apoio ao fortalecimento da democracia. A declaração dos militares foi um balde de água fria nos setores conservadores que saem as ruas reivindicando um golpe militar. Não precisa ter vivido para saber o que é uma ditadura militar, basta estudar história.

Para os setores retrógrados resta agora um golpe jurídico, será?

* graduando em Jornalismo pela Universidade Federal de Ouro Preto – MG

Procura-se o Aécio Neves. Alguém sabe onde encontrá-lo?
   20 de novembro de 2014   │     14:55  │  19

Brasília – O candidato a presidente Aécio Neves reassumiu o Senado, fez um discurso contundente, prometeu não dar trégua ao adversário, e depois sumiu. Escafedeu-se!

A última vez que eu o encontrei no Senado foi na semana passada, por coincidência, na véspera do primeiro jogo do meu Flamengo contra o Atlético Mineiro naquele sacode de 4 a 1.

Por onde anda o Aécio?

No momento em que parece que tudo estar implodindo e prestes a naufragar num mar de lama – ou de petróleo, para não fugir do tema – o mínimo que se esperava era um posicionamento contundente do candidato que obteve 48% das intenções de votos para presidente, ou seja, o maior percentual desde a adoção do segundo turno.

Mas, onde anda o Aécio?

Será que seguiu o conselho do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, segundo o qual a eleição terminou e a Dilma se reelegeu?

Ou será que segue a máxima, segundo a qual quem tem telhado de vidro não atira pedra no telhado alheio?

Uma coisa é certa: a operação deflagrada a partir do Ministério Público e da Justiça Federal no Paraná coloca todos no mesmo balaio. A refinaria em Pernambuco, por exemplo, junta o PSDB e o PSB no mesmo poço de lama, digo, de petróleo.

E será que, diante do exposto, o Aécio optou por se escafedeu nesse momento crucial ou é tudo coincidência – ainda que dois corpos não possam ocupar o mesmo espaço ao mesmo tempo?

PT Lulista exige o Meireles, mas a Dilma reage
   19 de novembro de 2014   │     15:35  │  1

Brasília – A presidente Dilma não tem um nome para o Ministério da Fazenda, mas quem a conhece sabe que não aceita sugestão.

Uma semana após a eleição o Lula e ela se reuniram e não foi uma reunião confortável para os recém- saídos de uma eleição dura, e a culpa foi a insistência do Lula para que convidasse o Henrique Meireles para ser o ministro da Fazenda.

A priori imaginava-se que a reação da Dilma devia-se ao fato do Meireles ser filiado ao PSDB e muito ligado ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso; a posteriori soube-se que a causa é a idiossincrasia da presidente – que só aceita sugestão quando ela pede, e olhe lá!

Até o Jô Soares já entrou no clima. No programa da terça-feira com “As Meninas do Jô”, o apresentador global repetiu por diversas vezes que o fato de o Meireles ter sido sugerido ou indicado, não significa que a presidente – ou presidenta – deixou de mandar; deixou de ser a chefe – ou seria chefa?

A Dilma não tem um nome para o Ministério da Fazenda, mas se mantém empedernida em aceitar sugestão.

Ela já testou o mercado quando anunciou, antes da eleição, que o Guido Mantega não continuaria no novo mandato.

Agora testa a paciência da base aliada e, especialmente, dos Lulistas, que desaconselham outro nome que não seja o do Meireles. Aliás, a reação mais contundente veio da senadora Marta Suplicy na carta em que renunciou ao cargo de ministra e retornou ao Senado.

Quem conhece a Dilma sabe que esse é o seu jeito de ser. A questão é saber se o mercado já se acostumou com a sua maneira de ser e vai reagir com a naturalidade.

A Dilma presidente, ou presidenta como ela exige ser chamada, em nada difere da Dilma que foi secretária estadual de Minas e Energia do Rio Grande do Sul.

Em 2000 eu estava em Salvador participando de um Seminário sobre Energia Alternativa, promovido pela Petrobras, e a Dilma foi uma das conferencistas. Ela falou sobre termelétricas.

No intervalo para o lanche eu me aproximei dela e depois de me identificar como repórter da GAZETA DE ALAGOAS, disse-lhe que Alagoas produzia 2 milhões de metros cúbicos de gás natural, dissociado do petróleo, por dia. E ela respondeu:

Se o seu Estado produz isso mesmo que você está me dizendo e não tem uma termoelétrica, desculpe-me, mas é um Estado de otários.

Essa é a Dilma, que nem o Lula nem a Marta Suplicy entenderam ainda.

Está em curso a operação maquiagem
   18 de novembro de 2014   │     20:19  │  8

por Aprigio Vilanova*

Mariana (MG) – A grande mídia brasileira está em atuação com a operação maquiagem. O Estadão divulgou hoje (18) a seguinte manchete: Executivo diz à PF que empreiteira fazia doações ao PT, PMDB, PP e ‘mais alguns’.

A matéria do Estadão se refere ao depoimento de Ildefonso Filho, presidente da Queiroz Galvão, prestado à Justiça Federal. É escancarada a intenção em escamotear os envolvidos com os desmandos na estatal.

Ora, ‘mais alguns’ não é jornalismo. A preponderância do jornalismo declaratório está a serviço de esconder que o esquema de corrupção na Petrobras é bem antigo e os ‘mais alguns’ são os partidos de oposição PSDB e PSB.

É fato que os desvios na estatal precisam ser investigados e estão sendo. Os culpados, com certeza serão punidos, mas se depender da grande mídia os corruptos terão uma só coloração partidária.

Aqui em Minas Gerais, nos bastidores, já se fala em desespero no seio do PSDB. As investigações irão atingir os tucanos da mais fina plumagem.  O candidato derrotado Aécio Neves está em desespero, pois quatro das seis empreiteiras foram beneficiadas na época de Aécio a frente do governo mineiro.

Muita água vai rolar embaixo dessa ponte superfaturada e quem for podre que se quebre.

* graduando em Jornalismo pela Universidade federal de Ouro Preto – MG