Brasília – É verdade que ficaram ressentimentos com a eleição, mas a presidente Dilma precisa entender que as mudanças que o Congresso Nacional está prestes a aprovar são irreversíveis, independente do resultado das urnas.

O deputado federal Eduardo Alves, que foi derrotado na disputa pelo governo do Rio Grande do Norte e se queixa do Lula, pode estar se sentindo aliviado ao impor a derrota ao governo na proposta para criação dos conselhos populares, mas seria muita ingenuidade do governo imaginar que tal proposta poderia ser aprovada.

Do mesmo modo, o Congresso Nacional já esperou demais pela proposta do governo em relação à mudança do indexador da dívida dos estados. Nesse particular, a presidente Dilma não pode se queixar do presidente do Senado, senador Renan Calheiros, que acatou o pedido e retirou da pauta a proposta de mudança do indexador – que estava prevista para ser votada em maio.

E como o governo na sinalizou com nova data nem apresentou a contraproposta, o tema voltou à discussão e a previsão é de que seja votado nesta quarta-feira.

O tema é do interesse nacional, especialmente de Alagoas, que tem a receita monetária capada em quase 50 milhões de reais mensais sem ao menos saber quando finalmente poderá quitas a sua dívida. Com a mudança do indexador, a sangria mensal da receita alagoana não será estancada, mas será substancialmente reduzida.

A presidente Dilma precisa urgentemente de um interlocutor com o Congresso Nacional; e mais que isso, ela precisa entender que sem o Congresso Nacional fica difícil de governar, isto para não dizer que fica impossível.

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