Monthly Archives: novembro 2014

O nó cego que a Dilma deu na oposição doeu. E agora?
   28 de novembro de 2014   │     15:00  │  27

Brasília – Disse-me um agourento opositor que, apesar do anúncio dos novos comandantes da área econômica no segundo mandato da presidente Dilma, o resultado da bolsa foi desfavorável.

Respondi-lhe que foi desfavorável porque o anuncio se deu concomitante com o feriado nos Estados Unidos.

A escolha de um executivo banqueiro para o Ministério da Fazenda deveria calar os que ainda não digeriram o resultado da eleição. O ex-diretor do Bradesco, Joaquim Levy, segue a linha “Keynesiana” que recomenda menos ingerência do governo no mercado.

Isto pode parecer uma contradição no governo petista, mas para mim é sabedoria e mostra que o governo do PT não fez história por acaso. Sim, porque nunca, na história deste país, um partido conseguiu se reeleger por mais de dois mandatos consecutivos.

E o PT está entrando no quarto mandato e se a oposição se mantiver tão simplória quanto tem sido até agora, o Lula volta.

Aliás, por falar na oposição, o deputado federal Mendonça Filho (DEM-PE), procurou o senador Renan Calheiros para pedir desculpas pelo comportamento que beirou a histeria durante a votação da proposta para se mudar o cálculo do superávit.

E o presidente do Senado apenas riu.

Essa histeria que é própria do eleitor tucano, ou anti-PT, tem contaminado a oposição no Congresso Nacional. Mas a oposição sabe que o governo deu o nó cego quando convidou para os ministérios econômicos o Joaquim Levy e o Nelson Barbosa.

Para quem não sabe, tome nota: o Joaquim Levy é um dos autores do projeto econômico do Aécio Neves, para a presidência da República.

E agora, José? O que a oposição tem a dizer?

Para quem atravessou a turbulência causada pelos desencontros do ministro Guido Mantega consigo mesmo, o que virá é lucro liquido e certo. E quem sabe a histeria da oposição se deve ao fato de que não seria diferente caso o Aécio tivesse vencido a eleição.

Já sei! Deve ser por isso.

Bomba! Irregularidades na Petrobras começaram em 1996
   27 de novembro de 2014   │     13:12  │  27

Brasília – Pasmem! O depoimento do sr. Pedro Barusco, a testemunha que mais conhece do submundo da Petrobras, está tirando o sono do PSDB.

E sabem o motivo? É que Barusco disse à Polícia Federal que tudo começou em 1996 e, pelo que se sabe e é verdadeiro, nem o PT, nem o Lula nem a Dilma estavam no poder.

E quem estava no poder? Ora, ora e não era o PSDB, ou já esqueceram?!

Pois então, meus amigos, está explicado o motivo de o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, comunicar que a eleição já terminou e, também, o silêncio do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.

Isto, sem contar com as intervenções tênues do senador Aécio Neves – que sabe que não deve falar muito, porque é o PSDB quem está no olho do furacão.

O Sr. Pedro Barusco está doente e já avisou que vai falar tudo o que sabe, ou seja, vai narrar a Genesis das irregularidades na Petrobras. E tudo começou em 1996.

E agora? Para ou continua com a investigação?

A dívida de Alagoas e a vitória de Renan
   26 de novembro de 2014   │     12:10  │  2

Brasília – A relação contábil entre os Estados e a União, no modelo vigente no País, será sempre uma relação entre eternos devedores e eterno credor.

Esse é o princípio da Contabilidade Pública, no modelo que vige desde muito tempo e que ninguém se propõe mudar.

O Estado brasileiro agigantou-se e centralizou as decisões, de modo que ir constantemente à Capital Federal é agenda insubstituível para os governadores.

No caso de Estados iguais – ou piores – que Alagoas, essa relação chega a ser traumática e os governadores  vão à Capital Federal para mendigar. Este é o termo: mendigar.

Ainda está na memória dos alagoanos, até porque se registrou algumas tragédias, o fatídico período entre 1995/98, quando o Estado acumulou nove folhas de pagamento de servidores sem recurso para pagá-la.

A Companhia de Eletricidade de Alagoas ( Ceal ), que outrora era orgulho estadual, foi entregue ao governo federal em troca de duas folha de salários atrasadas dos servidores públicos, e nem assim foi possível sanear as finanças.

O mártir desse período foi um soldado da Polícia Militar que residia em Rio Largo e não suportando as privações que passava com a família, optou por matar a esposa, os filhos e se matar em seguida.

Um dos filhos sobreviveu e imagina-se o trauma com que foi condenado a viver o resto da vida.

O preço da recuperação financeira foi a intervenção nas finanças, com a indicação do coronel Roberto Longo para colocar a desordem em ordem, e um acordo para pagamento da dívida que causava a sangria mensal de quase R$ 50 milhões!

Tudo isto porque o acordo assinado para o empréstimo exigia a correção da dívida pelo IGP-DI mais juros de 9% ao mês.

Lembro-me de que, o então governador Ronaldo Lessa, aproveitando a presença do então presidente Lula na inauguração do novo aeroporto de Maceió, se queixou no seu discurso dessa sangria mensal.

O Lula não gostou, até porque não estava ali para discutir a dívida de Alagoas, e respondeu:

Engraçado. A pessoa assina um acordo e depois vem falar mal do acordo.

Não foi o Lessa que assinou o acordo, mas também não foi o Lula que propôs o acordo e sim o presidente Fernando Henrique Cardoso.

Depois de toda essa discussão e sofrimento devido a sangria mensal na já minguada finança pública, Alagoas comemora finalmente a mudança do indexador da dívida. E esta mudança, que beneficia todos os Estados em situação idêntica, é resultado do posicionamento do senador Renan Calheiros – que trancou a pauta do Congresso para forçar a presidente Dilma a discutir o assunto.

Em maio passado, a presidente pediu ao senador Renan para aliviar a situação prometendo discutir o assunto após a eleição. E cumpriu a palavra, até porque o Renan não esqueceu e sempre insistiu na mudança do indexador da dívida.

Calcula-se que a folga mensal de Alagoas será da ordem de pouco mais de R$ 20 milhões mensais, o que é muito para um Estado carente de tudo.

Carente, inclusive, de alguém que pudesse se impor em  Brasília igual ao Renan se impõe.

Um fantasma tucano e o 3º turno da eleição presidencial
   25 de novembro de 2014   │     18:44  │  2

Brasília – Sem digerir ainda o resultado das urnas que reelegeu a presidente Dilma, o PSDB insiste no terceiro turno sem se incomodar que se trata de golpe branco.

O importante parece ser – e deve ser mesmo – forçar o terceiro turno impedindo, com o impeachment, o segundo mandato da Dilma e o quarto mandato do PT.

Aliás, o quarto mandato do PT parece ser o “xis” da questão, porquanto nunca na história deste país um partido ou um grupo político permaneceu no poder por quatro mandatos.

Nem mesmo durante os governos militares houve coesão; na sucessão do general Costa Silva deu-se o golpe no golpe e um triunvirato assumiu o poder com os três ministros militares governando em conjunto, até a escolha do general Medici.

Para impor o general Figueiredo como o seu sucessor, o general Ernesto Geisel teve de derrotar o general Silvio Frota – que vivia em campanha nos quartéis.

E o Geisel só se deu bem porque o irmão, Orlando, era o ministro do Exército e descobriu a trama do Frota para juntar na Capital Federal os comandantes das principais unidades militares do país.

O general Orlando Geisel soube e instruído pelo irmão-presidente mandou uma comissão recepcionar os generais que desembarcavam na Capital Federal e os trouxeram para se reunir com ele ( Orlando), antes do encontro com o Frota.

É assim a nossa história; ou melhor, é assim a política.

Mas a insistência do senador Aloysio Nunes para a realização do terceiro turno da eleição, ou o “golpe branco”, é um risco que nem todo mundo no PSDB deseja correr.

Aloysio se apega à Lei de Responsabilidade Fiscal, que não pode ser desrespeitada, para pregar o impeachment da presidente Dilma. Trata-se de ideia fixa, tão irresponsável quanto os que pregam a volta do militares ao poder.

O terceiro turno da eleição pode ser um tiro no pé de quem defende a ideia. Mas pode ser também o estopim que falta ser aceso no embate entre os que venceram nas urnas e os que perderam nas urnas, mas não assimilaram ainda a derrota.

Os planos de saúde e a insatisfação generalizada
     │     13:24  │  0

Brasília – A saúde é um direito de todos e um dever do Estado. É isso o que diz a lei, mas nem tudo que a lei diz se pode praticar.

A saúde pública é um caos nacional e os planos de saúde, que esfolam os clientes, agem na sua maioria na contramão do segurado – que nem sempre tem o que precisa.

A justiça acumula várias ações contra os Planos de Saúde Privados e é possível que alguns dos reclamantes morram antes de a decisão judicial sair.

Já há casos de pacientes e reclamantes que morreram antes de serem finalmente atendidos como desejavam e, obviamente, tinham o direito.

É difícil encontrar alguém com plano de saúda privado, e para o qual paga caro, que não se queixe da falta de atendimento decente.

As reclamações se avolumam e ninguém consegue estancá-la; nem o governo resolve o problema, nem a justiça tem impedido a repetição dos problemas e das queixas.

É o caos geral.

No Sistema Único de Saúde morre-se às vezes à míngua e no Sistema de Saúde Privado morre-se de raiva, de tédio, de desprezo.

O que era para ser um serviço especial destinado aos privilegiados que podem dispensar o SUS virou um pesadelo.

A dúvida atroz, tipo “será que vou ser atendido”, e que se restringia à saúde pública, é hoje também a dúvida de quem pagou o plano privado de saúde na expectativa de ser atendido.

Poderíamos indagar: quem está satisfeito com o Plano de Saúde? Ou então: a saúde é um direito consagrado na Constituição ou não?