Fora da margem de erro, dentro da margem de erro, a Veja e o JN
   25 de outubro de 2014   │     18:04  │  0

por Aprigio Vilanova*

A última pesquisa Ibope, antes da eleição, foi divulgada agora a pouco no site do Estadão. O Ibope mostra a candidata petista com 53 por cento contra 47 por cento do candidato tucano.

É a primeira vez que o instituto divulga vantagem de Dilma, acima da margem de erro, no segundo turno.

Quase que simultaneamente a Veja divulga o resultado do Datafolha com 52 por cento, para a petista; e 48 por cento para o tucano.

Liderança de Dilma no limite da margem de erro.

A questão é que a crise de credibilidade vivida por esses institutos de pesquisa não permite mais adiar, ou não divulgar. Sob pena de cair em descrédito.

Vivemos a primeira eleição da internet quase que universalizada, mas vivemos a eleição das redes sociais. Tudo é diferente e a grande mídia ainda não entendeu o poder das redes, está ainda patinando neste universo.

Segundo turno

No segundo turno, esta foi a semana mais tensa para os candidatos. Acredito que só o acidente e a morte do candidato Eduardo Campos movimentaram mais  os bastidores das campanhas.

A semana começou com os institutos de pesquisa mostrando a candidata à reeleição Dilma Rousseff a frente de Aécio Neves.

Os institutos de pesquisa seguraram até a reta final os dados confirmando a vitória de Dilma Rousseff.

Logo em seguida a Revista Veja antecipa sua tiragem e vai as ruas com uma capa sombria estampando Dilma e Lula com a manchete de que eles sabiam de tudo.

Tal ato de terrorismo midiático só se explica no estado de desespero em que se encontra o ninho tucano.

Para engrossar o caldo golpista, hoje a noite, a Rede Globo no Jornal Nacional (JN), dedicará boa parte do noticioso para explorar o factóide divulgado pela Veja.

A Globo vai repercutir uma denúncia com base numa declaração e só, numa insinuação. É tudo o que não se espera do jornalismo, a apuração deve ser o norte de qualquer notícia jornalística.

O contraditório é outra premissa, mas nada é considerado.

Parece mesmo que o desespero tomou conta da grande mídia, é o conhecido fenômeno do terrorismo midiático.

O Supremo Tribunal Federal (STF) proibiu a Veja de fazer propaganda da revista explorando a notícia declaratória.

 *é estudante de Jornalismo da Universidade federal de Ouro Preto – MG