O jornal que cresce
   24 de agosto de 2014   │     13:45  │  0

por Aprigio Vilanova*

As quedas nas tiragens e nas vendas dos jornais tradicionais forçaram o ressurgimento dos jornais populares. A existência destes jornais, no Brasil, data da década de 60. De lá para cá muita coisa mudou no conteúdo editorial destes jornais.

O que antes era o jornal que espremido corria sangue, agora nem é tanto assim. A receita continua parecida, mas bem diferente na forma de abordar os assuntos. Atualmente a fórmula é: apelo sexual, crimes, prestação de serviços, noticiário local, esportes.

O sensacionalismo ainda está presente nestas publicações. O caso do jornal Notícias Populares é emblemático e representa bem este tempo dos jornais populares embevecidos de sangue. Houve uma época em que esta publicação passou a ser obrigado por decisão judicial a ser embalado numa sacola preta de tão sangrento que era.

Os jornais populares melhoraram, mas está longe de cumprir sua função social para as camadas que se destinam. O interesse é vender e isso eles fazem bem e dão um banho nos jornais tradicionais. Eles estão na contramão da realidade dos jornais impressos brasileiros.

Política, macroeconomia, notícias internacionais não fazem parte do repertório noticioso destas publicações. Enquanto os jornais tradicionais amargam perda nas tiragens, nas vendas, nos anúncios e no lugar que ocupavam dentro da sociedade brasileira, em grande medida devido ao processo que avança de popularização do acesso a internet, os jornais populares crescem a cada dia.

*é estudante de Jornalismo da Universidade Federal de Ouro Preto – MG