por Aprigio Vilanova*
Extra, extra, extra Mario Sergio Conti entrevista Felipão após o empate com o México. A conversa aconteceu num vôo Rio- São Paulo. Felipão, na entrevista, deu declarações fortes sobre a seleção, rendeu elogios a Neymar e, de quebra, ainda falou de política.
Pena que tudo não passou de um triste engano para Conti, a Folha e O Globo, que veicularam a entrevista com o sósia do Felipão como se com o Felipão tivesse sido. Após o mal entendido O Globo tirou do ar, a Folha corrigiu, mas a mancada fica registrada.
O jornal espanhol El Pais, ano passado, publicou uma foto anunciando a morte do presidente venezuelano Hugo Chavez. A foto na verdade não era do presidente venezuelano, mas na sede de noticiar em primeira mão, valeu mais errar do que apurar para depois veicular.
O fetichismo pelo furo jornalístico sempre foi um dos pilares da imprensa de livre mercado. A competição entre os jornais pela notícia em primeira mão é diária. Mas o problema dessa perseguição incessante é que nem sempre há uma apuração minimamente preocupada em checar a informação.
A internet com sua velocidade instantânea de transmissão dos conteúdos multimídia potencializou o fetiche jornalístico. No afã de veicular primeiro a pseudo possível notícia o que vemos é o próprio jornalismo virando notícia. Mas a mesma internet que potencializa é, também, a que desmascara a mentira.
*é estudante de Jornalismo da Universidade Federal de Ouro Preto -MG