Brasília – Depois de 1958, esta é a primeira copa do mundo de futebol sem o Pelé. E o pior é que está sendo realizada no Brasil.
O Pelé deve estar passando mal. Mas, bem feito – quem mandou ser mercenário?
Lembro-me da inauguração do Trapichão, o estádio de futebol que foi construído para sediar futebol que não existe mais em Alagoas.
Se por um lado eu gostei da reação do Pelé desdenhando das autoridades alagoanas na época, por outro lado eu me decepcionei com o desdém e o mercantilismo dele – o Pelé se recusou a desfilar.
E sabe por que o Pelé se recusou a desfilar na inauguração do Trapichão, esse estádio que o “complexo de vira-latas” de alguns alagoanos batizou com o nome dele?
Porque o Pelé queria dinheiro; imagine que naquela época o Pelé já era assim, venal. Desdenhou da homenagem.
Mas, 44 anos depois os alagoanos que foram humilhados por esse cidadão é finalmente vingado graças a presidente Dilma, à Rede Globo e à FIFA, que não cederam e desdenharam da ameaça dele – afinal, são 4 gerações que não viram Pelé jogar e já podem sim esquecê-lo.
Pelé inventou até que tinha morrido e a Globo nem aí…
Foi patético o apelo dele pela televisão, quando a Globo lhe deu a colher de chá para falar sobre a inauguração do seu museu. Ao vivo, o Pelé só faltou chorar queixando-se do Galvão Bueno por não ter exigido a sua presença nessa copa.
A vida é assim. Quando parou de jogar futebol o Pelé lamentava porque seria esquecido, mas demorou; agora sim, já pode chorar, porque temos uma copa de futebol no Brasil sem o Pelé.
E, para o futebol, só lhe resta o “complexo de vira-latas” daqueles alagoanos que lhe prestaram a homenagem indevida, esquecendo do Dida, do Zagalo e de outros alagoanos que fizeram pelo Estado o que o Pelé não teve hombridade para falar pela filha – que morreu à míngua depois de ter sido humilhada e relegada em São Paulo.