Ontem foi a Deic, hoje o moinho Motrisa e amanhã qual será a tragédia?
   7 de abril de 2014   │     21:48  │  6

Aprigio Vilanova*

O rompimento da torre de estocagem de trigo da empresa moinho Motrisa está para além do incidente em si. As causas serão apuradas, a perícia definirá o que aconteceu tecnicamente. O fato é que a vistoria feita e nada se mostrou a mesma coisa. É torcer para que não haja vítimas fatais, mas a tragédia está consumada graças a negligência e a inoperância dos poderes públicos.

A explosão do paiol improvisado na sede da Delegacia Especial de Investigação Criminal (Deic), em 2012, que matou uma agente da polícia civil deveria ter servido de exemplo, mas o que vemos é que continuamos sempre um passo atrás e esperando a próxima tragédia que se anuncia.

Pelo que se pode tirar de conclusão é que não existe fiscalização. Os órgãos públicos responsáveis por fiscalizar as construções em Maceió não estão cumprindo sua função. Maceió é uma bomba relógio prestes a explodir ou a implodir, só não sabemos como será a ordem das tragédias anunciadas.

O emissário submarino, na praia do Sobral, é uma tragédia que se anuncia há muito tempo. A estrutura de concreto do emissário e suas tubulações estão danificadas e corroídas segundo o resultado da vistoria feita, em Julho de 2012, pelo Conselho Estadual de Proteção ao Meio ambiente (Cepram).

Os prédios abandonados no centro de Maceió são outros anúncios de tragédia e não são de hoje. O edifício Palmares foi interditado por problemas na estrutura física e na rede elétrica em 2012, o mesmo aconteceu com o edifício Ari Pitombo, ambos pertencentes ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e de lá para cá nenhuma obra de reforma foram feitas nos edifícios.

O Alagoinhas, ou o que sobrou dele, é outra tragédia que se anuncia, esta mais recentemente para nós, é claro. Quando foi a última vistoria nas instalações da Braskem? Estão sendo implantados os planos de gerenciamento de crise?  A população da região sabe o que fazer numa situação de eminente tragédia?

Quantas tragédias serão consumadas para que as medidas necessárias de vistoria, fiscalização sejam adotadas como devem ser, com o rigor que exigem? E o plano diretor de Maceió a quantas anda?

Já disse o mestre Alceu Valença: tu véns, tú vens, eu já escuto teus sinais. No caso de Maceió, do jeito que vai, o anuncio é de tragédia.

 

* é estudante de Jornalismo da Universidade Federal de Ouro Preto – MG

COMENTÁRIOS
6

A área de comentários visa promover um debate sobre o assunto tratado na matéria. Comentários com tons ofensivos, preconceituosos e que que firam a ética e a moral não serão liberados.

Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião do blogueiro.

  1. FEIJÓ

    AMANHÃ EU POR EXEMPLO E COMO BOM ALAGOANO,GOSTARIA QUE FOSSE O PALACIO REPUBLICA DOS PALMARES,O PRÉDIO DAS VIDRAÇAS,QUE OS ALAGOANOS AINDA HOJE PAGAM COM SEU SACRIFICADO SUOR E CARISSIMO.

  2. Gilberto

    São duas tragédias diferentes: essa do moinho causada talvez pelo antigo estado das instaçlações da torre. A do DEIC causada nitidamente pela omissão das autoridades à época, as quais vale a pena citar os nomes para que fiquem bem lembrados nas mentes dos alagoanos: Dario César – secretário de defesa social; Paulo Cerqueria – Delegado Geral da PC e Ana Luíza – Diretora do DEIC. Cabe a esse trio a responsabilização pela omissão que causou a morte de uma policial e vários danos às residências do entorno do departamento que foi pelos ares.

  3. Interiorano

    Não é de hoje que eu ouço pessoas reclamando do abandono dos edifícios do INSS na Praça dos Palmares e do edifício do antigo PRODUBAN na Rua do Comércio! Podem prestar atenção : Muitos condicionadores de ar e seus apoios externos estão enferrujados e se caírem podem fazer vítimas fatais! Vamos orar/rezar e pedir ao bom Deus que nos livre da ocorrência de uma tragédia com algum prédio abandonado! Outro dia, desabou parte do prédio onde funcionava uma base de policiamento do DETRAN, na Travessa Assis Chateaubriand – Prado! A sorte é que o prédio estava abandonado e caiu durante a noite/madrugada!

  4. fred

    QUAL SERÁ A PRÓXIMA VÍTIMA, ISSO NÃO É COISA DE NOVELA, É VIDA REAL, POIS NO NOSSO PAIS NÃO SE INVESTIGA QUASE NADA, OU NADA, SÓ DEPOIS DA TRAGÉDIA.

  5. Jonathan Igor

    olá Roberto!

    sou alagoano, natural de Maceió e atualmente moro em Curitiba e venho por meio deste, expressar minha insatisfação com algum espaço que a mídia coloca para comentar certos artigos e reportagens,, como acima mencionei moro no estado do Paraná faz dois meses e foi com muita tristeza que soube do desabamento do silo do moinho em Maceió, diante do fato, o G1 central de noticias da Globo, postou o ocorrido em seu site, porém alguns ignorantes passaram de forma preconceituosa a caçoar com os Maceioenses, já estou farto disso, deveriam proibir tais comentários, Alagoas não é o problema maior do Brasil e nem do mundo, apesar de pontos negativos, nossa realidade não precisa ser exposta de tal modo, peço-lhe encarecidamente que aceite meu comentário e ajude a divulgar essa fatalidade negativa por parte de alguns seres ignorantes e racistas.

    sem mais,

    seminarista Jonathan Igor estudante de Filosofia

Comments are closed.