Monthly Archives: março 2014

Fantasma de Ulisses Guimarães tira o sono de Dilma
   20 de março de 2014   │     17:08  │  0

Brasília – Oriunda do PDT e a mais fiel aluna da escola brizolista, a mineira Dilma Rousseff se impôs dentro do PT.

O temperamento forte é a sua marca e não adianta tentar enquadrá-la porque Dilma não cede; Dilma não muda a maneira de ser e de agir.

Quem a conhece sabe como está sendo difícil conviver com a rebeldia promovida na Câmara pelos debutados insatisfeitos do PMDB. Se há uma coisa que ela abomina é ser obrigada a ceder.

Não está sendo fácil, mas não lhe resta alternativa: ou cede ou cede.

Dilma descobriu que o modelo republicano brasileiro contem algo de esdrúxulo, que pode ser atribuído à sagacidade de Ulisses Guimarães quando comandou a “Constituição Cidadã”. Trata-se da Constituição de inspiração parlamentarias para vigorar no modelo presidencialista – e está aí o nó cego que o Ulisses Guimarães deu.

Desatar esse nó só com outra Constituinte.

E como não dá para mudar a regra do jogo, o que resta para ela não combina com a maneira brizolista de ser, de pensar e de agir – mas, não existe outra maneira de se manter no poder e ela terá de se adequar.

Para acalmá-la resta a vã expectativa de que um dia a regra vai mudar e o nó cego que o Ulisses Guimarães deu possa afinal ser desatado.

Trata-se de uma quimera, é verdade, mas ajuda a conviver com as adversidades e a enfrentar o fantasma do Ulisses.

Ladrões roubam Jesus e mais R$ 7 mil da creche da igreja
   19 de março de 2014   │     19:02  │  1

Brasília – A capital federal do país já foi o lugar mais seguro da federação e entre os motivos para a segurança publica exemplar estavam o traçado geográfico – que permite maior mobilidade policial; e as forças de seguranças – que são as mais bem pagas e aparelhadas da América Latina.

Mas, isto foi no século passado.

O traçado geográfico permanece o mesmo em forma de avião, mas na quadra 408 da Asa Sul um general foi rendido por três bandidos e perdeu o carro; e na Asa Norte é bom não vacilar nem mesmo trafegando pela W 3.

Dom Bosco, que dizem ter imaginado Brasília sem nunca ter visitado a região, ao sugerir a mudança da sede da capital federal não imaginava que se chegasse a uma situação desta. Se no Plano Piloto a insegurança extrapolou o limite da tolerância, o que dizer das Cidades Satélites?!

Nem queira saber… é o caos total.

Imaginem que na terça-feira por volta de meio dia nem Jesus Cristo foi poupado em Sambambaia. Dois homens e uma mulher encapuzados invadiram a creche mantida pela Igreja Católica e depois de renderem e humilharem as freiras que administram o local levaram 7 mil reais em dinheiro, o carro de filho uma pessoa que realizava serviços elétricos na creche e o Sacrário onde estava a imagem de Jesus Cristo – que é o bem maior do local, segundo a irmã Maria.

Se nem Jesus Cristo escapa dos ladrões, quanto mais os pobres pecadores e mortais.

Sem ter o que dizer nem para quem apelar, porquanto até o filho de Deus foi roubado, o tenente-coronel Samuel, comandante da unidade da PM na área, apela para os civis – que, além de vitimas em potencial, foram convocados para a investigação.

As irmãs Nice e Maria admitiram em entrevista à Rede Globo que o dinheiro está perdido mesmo e, mesmo ainda dolorida devido a coronhada que recebeu do bandido,  a irmã Maria disse que o mais importante é o Sacrário com Jesus.

E como não há mais nada a fazer, o comandante do batalhão da PM em Sambambaia pede a quem souber do paradeiro de Jesus telefonar para os números (61) 3910-1715 ou 3909-3007.

Realmente, quando nem Jesus consegue escapar dos ladrões não há mesmo mais nada que se possa fazer.  Exceto repetir o grande Chico Buarque de Holanda: chame o ladrão, chama o ladrão.

 

 

 

 

Bomba explode no cinema em Maceió. Do golpe de 64, parte 3
     │     8:32  │  0

Brasília – Com a situação sob controle em Maceió, os “revolucionários” de 1964 concordaram que já podiam desmobilizar o aparato da repressão criado em Alagoas.

Alagoas ganhou importância no movimento militar que depôs o presidente João Goular devido a proximidade com Pernambuco, onde se dizia estava “o foco da subversão” no Nordeste.

Não por acaso, foi em Pernambuco que surgiu as Ligas Camponesas e era em Pernambuco que atuavam Francisco Julião, Miguel Arraes, entre outros.

Mas o pessoal mobilizado para a repressão não gostou; além do status, eles ganhavam uma gratificação para “combaterem os comunistas” e ainda que os comunistas alagoanos se contassem nos dedos e todos já estavam presos, era preciso manter a aparência.

Foi aí que um antigo guarda civil chamado Adelmo teve a ideia de colocar uma bomba no Cinema São Luiz. Ninguém iria se ferir, mas a detonação da bomba levaria os “revolucionários” a mudarem de ideia e manterem o pessoal mobilizado para o combate aos comunistas.

A bomba estourou e ninguém se feriu conforme o combinado, mas o plano não deu certo porque o “comando da revolução” decidiu considerar o episódio sem importância política – afinal, tratava-se de um “terrorista” chinfrim para usar artefato tão peba.

E mais ainda: os comunistas alagoanos todo mundo conhecia e já estavam todos presos.

Bomba explode no cinema em Maceió. Do golpe de 64, parte 3
     │     8:25  │  0

Brasília – Com a situação sob controle em Maceió, os “revolucionários” de 1964 concordaram que já podiam desmobilizar o aparato da repressão criado em Alagoas.

Alagoas ganhou importância no movimento militar que depôs o presidente João Goular devido a proximidade com Pernambuco, onde se dizia estava “o foco da subversão” no Nordeste.

Não por acaso, foi em Pernambuco que surgiu as Ligas Camponesas e era em Pernambuco que atuavam Francisco Julião, Miguel Arraes, entre outros.

Mas o pessoal mobilizado para a repressão não gostou; além do status, eles ganhavam uma gratificação para “combaterem os comunistas” e ainda que os comunistas alagoanos se contassem nos dedos e todos já estavam presos, era preciso manter a aparência.

Foi aí que um antigo guarda civil chamado Adelmo teve a ideia de colocar uma bomba no Cinema São Luiz. Ninguém iria se ferir, mas a detonação da bomba levaria os “revolucionários” a mudarem de ideia e manterem o pessoal mobilizado para o combate aos comunistas.

A bomba estourou e ninguém se feriu conforme o combinado, mas o plano não deu certo porque o “comando da revolução” decidiu considerar o episódio sem importância política – afinal, tratava-se de um “terrorista” chinfrim para usar artefato tão peba.

E mais ainda: os comunistas alagoanos todo mundo conhecia e já estavam todos presos.

Repórter da GAZETA é preso arbitrariamente. Da Série: Golpe II
   17 de março de 2014   │     14:40  │  2

Brasília – O coronel Carlindo Rodrigues Simão e o governador de Alagoas foram companheiros na Academia Militar das Agulhas Negras (AMAN), mas se desentenderam.

Com o golpe militar em 1964, o coronel se achou na maior autoridade e começou a peitar o governador – que estava na reserva como general, mas ninguém bate continência para superior de pijama.

Ainda mais porque o governador era conhecido mesmo como major; era o major Luiz, um político de comportamento inusitado.

Era governador, mas se deslocava sozinho e seguia a pé até o Mutange para assistir o CSA jogar; não andava de carro oficial nem com segurança.

Na volta, para descansar da caminhada, sentava-se no meio fio ou nas calçadas para descansar chupando “rolete de cana” ou comendo amendoim.

Essas atitudes populistas irritavam o coronel Carlindo.

Na época, a sensação da imprensa alagoana era um jovem fotografo da GAZETA DE ALAGOAS chamado José Ronaldo – que, ainda hoje, se encontra na Organização Arnon de Mello para nossa alegria.

O Zé Ronaldo sempre foi um jornalista atirado e, como um jovem iniciante, ainda mais; o Zé Ronaldo pegou cenas incríveis do governador chupando rolete de cana e comendo amendoim e expôs as fotografias no armazém 3 Bês, uma loja no Rua do Comércio que significava Bom, Bonito e Barato – daí os 3 bês.

A exposição foi um sucesso. O comandante do 20º BC soube e determinou que trouxessem o Zé Ronaldo a presença dele. Mais realista do que o rei, o sargento Darlan, encarregado da missão, prendeu arbitrariamente o Zé Ronaldo e o conduziu à presente do coronel Carlindo.

Ao se vê diante do coronel e surpreendido com o pedido para que lhe desse as fotos, o Zé Ronaldo aproveitou para se queixar:

Coronel, as fotos são públicas e estão expostas. Não precisava ter mandado me prender.

O coronel Carlindo pediu desculpas, disse que o sargento exorbitou e que seria repreendido. O coronel Carlindo queria as fotos para ilustrar a denuncia que fez contra o governador e seu antigo companheiro na AMAN, por falta de decoro.

O coronel Carlindo queria cassar o general Luiz Cavalcante, mas o major Luiz era forte o suficiente para resistir e permaneceu no cargo até o último dia do mandato.