Brasília – Oriunda do PDT e a mais fiel aluna da escola brizolista, a mineira Dilma Rousseff se impôs dentro do PT.
O temperamento forte é a sua marca e não adianta tentar enquadrá-la porque Dilma não cede; Dilma não muda a maneira de ser e de agir.
Quem a conhece sabe como está sendo difícil conviver com a rebeldia promovida na Câmara pelos debutados insatisfeitos do PMDB. Se há uma coisa que ela abomina é ser obrigada a ceder.
Não está sendo fácil, mas não lhe resta alternativa: ou cede ou cede.
Dilma descobriu que o modelo republicano brasileiro contem algo de esdrúxulo, que pode ser atribuído à sagacidade de Ulisses Guimarães quando comandou a “Constituição Cidadã”. Trata-se da Constituição de inspiração parlamentarias para vigorar no modelo presidencialista – e está aí o nó cego que o Ulisses Guimarães deu.
Desatar esse nó só com outra Constituinte.
E como não dá para mudar a regra do jogo, o que resta para ela não combina com a maneira brizolista de ser, de pensar e de agir – mas, não existe outra maneira de se manter no poder e ela terá de se adequar.
Para acalmá-la resta a vã expectativa de que um dia a regra vai mudar e o nó cego que o Ulisses Guimarães deu possa afinal ser desatado.
Trata-se de uma quimera, é verdade, mas ajuda a conviver com as adversidades e a enfrentar o fantasma do Ulisses.