Monthly Archives: fevereiro 2014

A violência assumiu o comando e salve-se. Se tiver tempo
   11 de fevereiro de 2014   │     8:54  │  2

Brasília – Nos últimos dois anos, 164 lojas no Setor Comercial nas quadras 510 e 511 Sul fecharam as portas – divulgou o Bom Dia Brasília desta terça-feira, 11.

Motivos: assalto demais e a polícia não deu conta.

Em tempo: estamos falando do Plano Piloto, o que agrava a estatística!

Como assim, se a polícia de Brasília é a mais bem equipada e a mais bem paga da América do Sul e Central, e a terceira mais bem paga da América do Norte – só perde para a polícia dos Estados Unidos e do Canadá!

Pois é; como assim?

Quer dizer então que o problema da violência não é só o desaparelhamento e o baixo vencimento?

Como assim?

Só há uma explicação: o país está sob a égide da desordem, que leva à desobediência e à inoperância. Isso explica o motivo de a polícia não dá conta de controlar o crime, e isto apesar do excessivo número de policias que o país possui.

Tem a polícia federal, a polícia rodoviária e a força federal; em nível estadual tem a polícia militar, civil e a guarda municipal.

E tem ainda os vigilantes, que são uma força privada de propriedade de quem deveria estar zelando pela segurança pública.

É polícia demais e não dá para entender como a violência também é demais, se em tese uma coisa deveria reduzia a outra e não reduz – pelo contrário: só aumenta.

Lembra até o verso do poeta cubano Silvio Rodrigues sobre a serpente: eu mato e me aparece outra maior.

Nunca, na história deste país, a polícia prendeu tantos e não dá para entender como, concomitantemente, o crime só aumenta.

Em Brasília, a capital do país, a recomendação à polícia é não sair para cumprir os mandados de prisão porque os presídios estão superlotados. A Papupa, o principal presídio de Brasília, tem capacidade para 6 mil presos e já está com 13 mil!

Fica-se a imagina como não estará a situação em Alagoas, na Paraíba, no Piauí…

A morte do jornalista Santiago Andrade é como a crônica de uma tragédia anunciada, algo que nos parece aguardado e no máximo nos cabe reagir com a observação: não disse!

Não disse que isso ia acontecer?

E o pior, gente, é que ainda vão ocorrer coisas piores até que alguém decida de verdade colocar o ponto final nessa tragédia anunciada.

A lição do general que envergonhou o professor de Direito
   10 de fevereiro de 2014   │     12:05  │  4

Brasília – O presidente Figueiredo ficou na história como “um grosso, um cavalo mal-educado” por ter se recusado a passar o governo para o Sarney, e ninguém, nem o mais renomado e honesto dos juristas brasileiros saiu em sua defesa para sustentar que estava certo.

Na verdade, mesmo sem ser formado em Direito, o general deu uma lição de Direito Constitucional. Deu pena de ver o jurista Afonso Arinos defendendo a posse do Sarney; ao fim da vida, o jurista se desmoralizou e não resistiu por muito tempo – eu acho que a vergonha por ter manchado a sua história levou-o à morte em seguida.

Para entender: o Tancredo Neves morreu antes de prestar o juramento e tomar posse, logo, ele era o presidente de fato e não de direito.

E sendo assim, o vice-presidente também estava impedido de assumir porque era na verdade o vice do fato que ainda não havia se tornado direito, ou seja, o Sarney era o vice do nada – de acordo com a Constituição.

E como o Tancredo morreu antes de cumprir com os trâmites constitucionais, a Constituição da época determinava que o Ulisses Guimarães assumisse o governo por 30 dias e nesse prazo convocasse nova eleição – que seria realizada também pelo Colégio Eleitoral, ou seja, de forma indireta.

Mas não foi isso o que fizeram.

O pior é que, para ocultar a covardia, o foco foi desviado e o homem que deu uma lição de Direito Constitucional sem nunca ter sido jurista e sequer advogado foi execrado como “um grosso, um cavalo”.

Pois então, quando alguém ler na história que o general se recusou a passar o governo a um civil repila com veemência!  Na verdade, o Figueiredo deu foi uma aula de Direito Constitucional que desmoralizou o até então maior Constitucionalista do país.

 

 

Uma médica que veio de Cuba lançando…
   8 de fevereiro de 2014   │     11:34  │  13

Brasília – Para alguns foi a glória a rebeldia da médica cubana, que abandonou o programa mais médico denunciando que o seu país abiscoita 90% do que de fato o governo brasileiro paga aos médicos estrangeiros para trabalharem onde os médicos brasileiros não querem ir porque é longe.

A médica cubana disse que não sabia de nada, mas ela mentiu; ela sabia sim quanto ia ganhar, até porque a exportação de médicos é um dos meios utilizados pelo governo cubano para amenizar os efeitos dantescos do boicote imposto pelos Estados Unidos.

A exportação de médicos é um dos meios que o governo cubano dispõe para amenizar as agruras do boicote que sofre e a médica sabe disso, mas mentiu ao dizer que não sabia.

A mentira da médica cubana não deve alterar a ordem dos fatores, porque é da índole do traidor ou traidora mentir, assim como é natural e até imperioso que se trate o covarde como escroque e algo que deve ser descartado para não contaminar a espécie.

A médica cubana sabia sim quanto iria ganhar e deveria ter feito igual aos seus 80 outros colegas que não aceitaram vir. E ela não agiu igual aos 80 patrícios que se recusaram a vir porque já tinha em mente o plano de fuga – essa é a verdade.

E exibida como troféu pelos que anseiam por espaço no holofote a qualquer preço, a médica-traidora é apenas mais um símbolo da traição. E por mais que se discorde do regime de Fidel, só outro covarde pode justificar a covardia dessa médica.

Para mim, ela apenas veio de Cuba lançando pra cá.

A dívida impagável de Alagoas e a exigência de Renan
   7 de fevereiro de 2014   │     12:20  │  1

Brasília – Nada foi tão devastador para Alagoas quanto a crise na década de 1990, que culminou com a renúncia forçada do governador Divaldo Suruagy diante do risco real de uma convulsão social.

Os dez meses de vencimento atrasado para o funcionalismo era algo inusitado e a crise estourou exatamente nas mãos do Suruagy – que exibia a pontualidade no pagamento do funcionalismo como uma das marcas de governo.

Suruagy foi forçado a renunciar e na tentativa para se eleger deputado federal em 1978 ficou em terceiro lugar na coligação, abaixo do delegado Rubens Quintella, que disputou a sua única eleição na vida – ele não se elegeu, mas obteve mais votos que o Suruagy, o que antes seria tido como heresia.

Mas as sequelas não foram apenas de natureza política; o pior foi o estrago na já combalida economia alagoana: a Comesa, empresa do poderoso grupo Gerdau, foi embora de Alagoas e a Companhia de Eletricidade de Alagoas foi trocada por duas folhas de pagamento do funcionalismo – e nem assim Suruagy conseguiu salvar o seu governo.

Nem o mandato.

As sequelas ainda hoje resistem e incomodam porque o preço que Alagoas paga parece impagável; quanto mais paga mais deve.

Alagoas devia 2 bilhões de reais, já pagou 4 bilhões de reais e ainda está devendo 7 bilhões de reais o que não dá para entender – exceto se usar a Matemática Moderna, onde existe até conjunto vazio.

O Ronaldo Lessa, quando era governador, se indispôs com o Lula, então presidente da República, ao denunciar a sangria mensal na receita do FPE alagoano e o valor descontado na boca do caixa pelo governo federal.

Não foi o Lessa quem assinou o acordo da divida, nem o Lula era ainda o presidente da República, mas a bomba estourou na sua gestão. O Lula não gostou da cobrança do Lessa e respondeu aborrecido, mas sem citar nomes, durante a solenidade de inauguração do novo aeroporto de Maceió.

– “É engraçado. As pessoas assinam um acordo e depois vem reclamar” –  respondeu na época o então presidente Lula.

O acordo que Alagoas assinou é realmente cruel. Para se ter uma ideia, Alagoas paga um juro extra maior do que São Paulo. É o IGP-DI mais 9% enquanto São Paulo paga o IGP-DI mais 6%.

O senador Renan Calheiros lidera agora a luta para se revê o acordo da dívida e torná-lo menos cruel. Renan avisou que Alagoas que pagar o que deve, mas propõe que em condições que não comprometam os investimentos do Estado.

O senador Renan propôs trocar o IGP-DI pelo IPCA, pois este indicador é tolerável e menos usurento. Só para ter ideia, Alagoas que paga hoje 50 milhões de reais mensais da dívida corrigida pelo IGP-DI e, como o IPCA, passaria a pagar só pouco mais de 20 milhões de reais.

A proposta tem tudo para ser aprovada pelo Senado e, sabendo disso, o ministro Guido Mantega procurou o senador Renan e pediu para ele esperar até março. Ou seja: só colocar a proposta em votação em março.

O senador Renan atendeu, mas avisou que o IGP-DI não pode mais continuar como indexador da dívida dos estados – o que Alagoas agradece.

Brasil será campeão na Copa da Marmelada
   6 de fevereiro de 2014   │     11:27  │  8

Brasília – O título de campeã do mundo para a seleção brasileira de futebol, este ano, será o mais caro da história da Copa do Mundo de Futebol em todos os tempos.

Tudo pertinente, porque dizem também que está no Brasil o maior jogador de futebol de todos os tempos e tem gente que acredita em semelhante absurdo.

Não sei se Deus jogou futebol, mas o único maior de todos os tempos só pode ser Deus. Mas não precisava gastar tanto dinheiro para o Brasil ser campeão este ano.

Em Brasília, por exemplo, o “elefante branco” que foi oficialmente batizado de “Estádio Mané Garrincha” terá serventia apenas para cinco jogos – e depois, para nada mais, exceto para habitat de morcegos.

E lá enterraram 1 bilhão e 700 milhões de reais.

A copa do mundo no Brasil será a mais cara da história, e também a mais traumática. O que estão programando de manifestações vai levar muita gente a pensar duas vezes em ir aos estádios.

Alguém pode perguntar: a copa não começou e já se sabe que o Brasil será campeão? Isso é chute.

É não. A seleção brasileira será campeã. Só espero que a final não seja contra o Uruguai porque assim será a Copa do Mundo de Futebol da Marmelada mais cara do mundo!